Observatório Alviverde

15/06/2012

A RESPEITO DE SCOLARI

 

Decorridos dois anos, Felipão, finalmente, conseguiu encaixar um bom trabalho no jogo contra o Grêmio. Já não era sem tempo!

Mas não será por isso que vamos engrossar o coro daqueles que agora, oportunamente, o chamam de maioral.

O trabalho de Felipão, anteontem, de fato foi bom e isso tem de ser destacado e reconhecido por aqueles que pautam a sua conduta pela honestidade.

Mas entre um trabalho bom e um trabalho perfeito há uma grande diferença. Felipão esteve longe da perfeição.

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O trabalho de Scolari teria sido perfeito se ele houvesse sacado a nulidade Daniel Carvalho, o pior jogador em campo, no intervalo ou logo após os dez ou quinze minutos do segundo tempo e o substituísse por Maicon Leite.

O fato de Mazinho ter feito o gol, não significa, necessariamente, que ele, no aspecto técnico-tático, seria a melhor alternativa.

Mas era, também, a exemplo de Maicon Leite, uma excelente alternativa.

Não se esqueçam que o artífice do gol de Mazinho foi Cicinho, cuja entrada não foi promovida por Scolari, mas, pelo acaso, em função da contusão muscular que impediu Artur de continuar na partida.

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Não gosto de abordar o futebol sob hipóteses, mas gostaria de perguntar o que teria sido de nós se aquela falta que beijou a nossa trave houvesse entrado? A história do jogo, decerto, teria tomado outro rumo!

O que faria Felipão se ficássemos em desvantagem?

Certamente faria tudo o que tem feito sempre, n-a-d-a!

Ele não consegue, nunca, armar o time para atacar, nem que seja necessário por o time estar em desvantagem!

O esquema de anteontem, ainda mais fechado do que de costume, só visava a evitar que sofrêssemos gols, nada mais.

Ninguém fala nisto porque o time, além de ganhar, jogou muito bem, foi organizado e teve muita disciplina tática.

Felipão tinha por objetivo o empate, preferentemente sem gols. Esta é a grande e única verdade!

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Quem não sabia que íamos jogar amontoados, povoando a defesa e o meio de campo, à espera de uma bola solitária à feição de nossos atacantes, que nos permitisse chegar à vitória?

Foi assim que ganhamos, apertadamente e apenas no final do jogo em que pese o segundo gol de Barcos..

Essa de dizer que Felipão virou gênio novamente, da noite para o dia, não passa de uma engraçada balela.

É mais um delírio de nossa torcida, marcantemente bipolar!

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Entendam, de uma vez por todas que Felipão foi o mesmo, continua o mesmo e, certamente, não irá mudar.

Ele é partidário ferrenho do futebol defensivo, no inconfundível estilo de seus co-estaduanos gaúchos, os precursores Carlos Fronner, Foguinho, Ênio Andrade e Daltro Menezes e os atuais Tite, Mano Menezes e Celso Roth.

Defensivismo e retranca são dogmas fundamentalistas da escola gaúcha, que enfeou o futebol brasileiro, rebaixou-lhe a arte e diminuiu-lhe o “glamour”, em nome do chamado futebol de resultados.

Tudo isso está sendo dito a fim de que a torcida palmeirense não se iluda e imagine que a filosofia de Scolari vai mudar.

Como é que vamos jogar quinta-feira que vem em Barueri? Atacando ou defendendo? No ataque ou na defesa?

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Não, não pensem que estou em desacordo com o pensamento do treinador no que respeita, única e exclusivamente a esse jogo.

Com a vitória por dois gols, marcados na casa do adversário sem ter sofrido nenhum, o Palmeiras passou a obrigação de ser ofensivo e de ter de atacar ao adversário.

Como o Grêmio virá com tudo pra cima do Verdão, teremos nos pés a possibilidade de aplicar o antídoto, o contrataque, e liquidar de vez com a equipe gaúcha partindo para decidir a Copa do Brasil contra os bambis ou contra os coxas.

A grande pergunta é esta: “como contratacar com eficiência se Mazinho,  Maicon Leite e, possivelmente Cicinho, estarão no banco?”

Ou Felipão, que vocês imaginam haver mudado, terá coragem de dar ao time alguns gramas, ao menos, de ofensividade? Não me iludo com isso!

Sou convicto de que Scolari vai apostar em, antes de fazer, não tomar os gols!

Portanto…

Preparem-se para mais um jogo de aflição e sofrimento!

Tomara que eu esteja errado!

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