Observatório Alviverde

16/09/2018

ABRA O OLHO, FELIPÃO!



Não, não digam que estou escrevendo contra a escalação de times alternativos por oportunismo ou coisa assim.

Critiquei Felipão em primeira hora, a partir do momento em que introduziu essa filosofia equivocada de escalar e não reiterei as críticas apenas para não atrapalhar o bom rendimento, até então, do time.

Sei que alguns atletas menos dotados fisicamente, de fato, necessitam às vezes de um descanso, a fim de que possam se recompor fisicamente.

Sei, da mesma forma, que há métodos modernos de aferição da condição física potencial dos atletas e respeito, tenham certeza, os ditames da ciência.

A única pergunta que faço é a seguinte: se um atleta do futebol não tem condições de disputar oito partidas em um mês por que, então, não muda de profissão? 

Não, não, não, absolutamente não, não dá para engolir essa besteira que pode nos custar as três competições que estamos disputando: a Liberta, a Copa do Brasil e, principalmente, o Brasileirão,  todas elas importantíssimas.

Vejam que em relação à Copa do Brasil o Palmeiras, neste momento, está em desvantagem e em posição de inferioridade em relação ao Cruzeiro. 

Considerando-se o peso espiritual, ou, vá lá, psicológico, fator imponderável que dizem não existir mas que sempre se abate sobre o Palmeiras toda a vez que enfrenta o Cruzeiro, mormente em decisões, a decisão atual, em semifinal, contra os mineiros que, em condições iguais entre já seria difícil, torna-se, agora, ainda mais pesada e dificultosa para o Verdão.

Sei que assim como o Cruzeiro, com extrema sorte, derrotou o de maneira imerecida o Verdão no Allianz, o Palmeiras também pode derrotá-los no Mineirão, embora a tradição dos jogos entre os clubes nos ensina que esse é um adversário extremamente difícil de ser derrotado.

Da Copa do Brasil para o Brasileiro, Felipão atirou pela janela a primeira possibilidade de se aproximar ainda mais dos líderes ao, equivocadamente, colocar em campo o segundo time para enfrentar o Bahia em Salvador.

Vejam que, além de ter (com muita sorte e o sacrifício de alguns titulares) marcado passo na tabela, o técnico palmeirense perdeu a possibilidade de entrosar o time principal para o jogo mais importante destes dias, justamente contra o Colo-Colo em Santiago do Chile.

Como pode um time ganhar entrosamento se é mexido jogo a jogo, retirando do grupo toda a condição de ajuste de grupo e aprimoramento de um futebol coletivo?

Como pode um jogador ajustar-se a um grupo sem a necessária estabilidade ouvindo todo dia expressões demagógicas e inapropriadas como "são trinta titulares" considerando-se que o elenco é diverso e não tem dois jogadores acima da média para cada posição?

O elenco do Palmeiras é bom, mas entre ser bom e ser ótimo ou insuperável, há uma grande distância a ser percorrida.

Estou apoiando (apoiarei) Felipão mas que a forma como está tratando as três competições, em meu entendimento, em meu entendimento, repito, em meu entendimento, é equivoca, com o devido respeito as observações diferentes da minha.

Hoje, contra o Bahia, o Palmeiras começou o jogo com a escalação de um time inferior técnica, física e individual ao tricolor bahiano. Por isto sofreu tanto.

Só as entradas tardias de William e, sobretudo, do craque do time, Dudu é que proporcionaram a condição de o Palmeiras beliscar, em última instância, um sofrido empate.

Quero dizer que a  defesa não jogou mal mas, como sempre, aguentou o canjirão malgrado as falhas de Vitor Luís pela ala esquerda, justamente por onde o Bahia criou suas melhores jogadas e fez o gol.

No meio de campo ficou provado que Jean deixou de ser aquele jogador importante de outras temporadas e suas atuações têm sido abaixo das necessidades do time.

Lucas Lima me surpreende negativamente não apenas por esconder-se do jogo, como, sobretudo por evitar as dividas e pela precariedade de sua condição física. Melhor seria substituí-lo por algum juvenil mais bem dotado de fôlego e condições de jogo.

Hyoran  que chegou a me impressionar em alguns jogos atuou, como vem ocorrendo, abaixo da crítica, sem que se possa explicar as razões de sua queda de rendimento.

Mas nenhuma decepção tem sido maior do que Borja que além de não conseguir exercer a função de goleador com a necessária regularidade, perde todas as jogadas pelo alto e não consegue acertar passes a dois ou três metros de distância. Para jogar MAL, Borja precisa melhorar muito, quanto mais para jogar BEM!  

Não, ninguém está aqui para trabalhar contra Felipão e contra o time, mas, apenas, para chamar a atenção do treinador contra a sua velha e conhecida arrogância profissional.

Na verdade, o Palmeiras precisa entrar em campo sempre com o que tem de melhor no elenco e disputar todos os jogos com força máxima, sobretudo por respeito à torcida.

É claro que não somos radicais e entendemos certas substituições pontuais processadas por necessidade de elenco mas o que estamos vendo este ano não é novidade.

Trata-se de mera repetição das bobagens perpetradas por Cuca no ano passado que levaram o Palmeiras a apenas quase chegar nas competições que perdemos no ano de 2017.

Abra o olho, Felipão!

FICHA TÉCNICA
BAHIA 1 x 1 PALMEIRAS
Local: Arena Fonte Nova, em Salvador (BA)

Árbitro: Heber Roberto Lopes (SC)
Assistentes: Henrique Neu Ribeiro e Eder Alexandre (SC)
Cartões amarelos: Elton (BAH); Bruno Henrique e Lucas Lima (PAL)
Gols:
Gilberto, aos 17 minutos do 1º Tempo (Bahia)
Felipe Melo, aos 33 minutos do 2º Tempo (Palmeiras)

BAHIA: Douglas Friedrich; Nino Paraíba, Douglas Grolli, Lucas Fonseca e Léo; Elton (Édson), Gregore, Zé Rafael, Ramires e Élber (Marco Antônio); Gilberto (Júnior Brumado)
Técnico: Enderson Moreira

PALMEIRAS: Weverton; Marcos Rocha, Luan (Antônio Carlos), Gustavo Gomez e Victor Luis; Felipe Melo, Bruno Henrique (Dudu), Jean e Lucas Lima; Hyoran (Willian) e Borja
Técnico: Paulo Turra

RESUMO:

PERSONAGEM DO JOGO: Dudu, que entrou no segundo tempo e, novamente, resolveu!

CRAQUE DO JOGO: Felipe Melo. É necessário explicar por quê?

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PS - Peço desculpas a todos pela precariedade das postagens. Espero poder normalizar a minha vida e a vida do blog no final deste mês. (AD)