Observatório Alviverde

16/01/2014

ITALIANADA SUBMISSA! QUE FALTA FAZ UM DELFINO FACHINA!


 

A S.E. Palmeiras, outrora um clube da melhor linhagem, respeitado, fidalgo e nobilíssimo, sempre teve, por vocação e tradição, uma esmagadora maioria de dirigentes arrogantes, salvo reduzidíssimas exceções.

Entretanto, de uns tempos a estes dias, mudou tudo no Verdão e os nossos dirigentes, em termos de personalidade, já não são mais os mesmos.

Nossos próceres mais antigos, impunham-se pela personalidade emanada de um clube líder em seu setor de atividade, respeitável e respeitado, que lhes proporcionava amplos poderes e completo respaldo.

Enquanto essa geração de homens com H  existiu e comandou a política intra-clube, a S.E. Palmeiras foi uma agremiação modelar e os times do Palmeiras predominaram, anos a fio, com grandeza e sobejo,  no futebol de São Paulo e do Brasil.

O jovem presidente Paulo Nobre, por enquanto, é apenas um aprendiz, um projeto de dirigente, mas tem agradado muito a coletividade verde e branca séria e escolarizada, ao menos até agora.

Ele representa -sem dúvida alguma- uma esperança de retorno ao nosso antigo status quo, como nenhum outro presidente até hoje, do final da década de 70 aos dias de hoje. Espero que eu esteja certo e que ele não me decepcione.

A maior parte daqueles dirigentes, -exceção feita, em parte a um Beluzzo e poucos outros-, que, em todos esses tantos anos foram guindados ao poder no Palmeiras, revelou-se fraca, incompetente frouxa, submissa, e pusilânime.

Essa gente, -há anos- baixa a cabeça, curva a cerviz e inclina a coluna, submissa aos nossos adversários, às instituições das quais o Palmeiras faz parte ou depende, àquelas com que se relaciona, à parte da mídia perversa e inimiga e, sobretudo, ao sistema.

Nós, palmeirenses, temos pago um preço altíssimo por essa malfadada e estúpida transformação de nosso material humano teoricamente mais qualificado e preparado, pois qualquer instituição reflete a influência e, principalmente, as ações de seus administradores. 

O Palmeiras, também, é assim!

A submissão de um presidente palmeirense, fundo mais profundo do poço envenenado em que estamos mergulhados, retrato mais fiel da crise hodierna que vivemos, foi o elemento detonante de nossa situação atual, cada dia mais difícil de aguentar, quase impossível de gerir.

Essas mazelas administrativas provêm de uma atitude infantil de um dos diretores mais arrogantes e prepotentes de nossa história, cujo nome nem é preciso mencionar. Ao relatarmos as suas equivocadas ações, todos saberão quem é.

Trata-se, ao meu sentir, da maior ação quintacolunista perpetrada contra o Palmeiras, sem precedentes em nossa história.

Refiro-me a um certo "poderoso chefão", apedêuta em futebol -ele detesta futebol- que entregou, de mãos molhadas, digo, de mãos beijadas, a vaga do Palmeiras ao CU-rintia, quando do primeiro mundial interclubes da Fifa.

A vaga, por méritos e justiça era nossa, mas o cara fez questão de brindar, justamente, o nosso maior rival e, literalmente, tirar o Palmeiras da jogada. Crime inafiançável, impagável, infinitas vezes maior que o de Sacomani.

O fato, gravíssimo, sequer foi contestado ou averiguado pelo nosso conselho deliberativo da época, que, temeroso e submisso, recolheu-se as suas costumeiras inércia e insignificância!

Quem desconhece que o nosso pomposo CD, -ressalvadas as raras e costumeiras reservas morais-, era acumpliciado à ditadura vigente que (des)administrava o clube ao seu bel prazer?

Até hoje eu me pergunto, Como poderia aquilo ter ocorrido impunemente no seio de uma sociedade da lisura, da imagem, do jaez, e da magnitude da S.E. Palmeiras?

Como que o Conselho Deliberativo palmeirense permitiu que um único indivíduo pudesse reduzir a agremiação e o time de futebol mais importante e vencedor do país, impunemente, ao status de uma propriedade particular? 


Em qualquer sociedade séria, um indivíduo que agisse assim seria, sumariamente, defenestrado e demitido ainda que fosse, ele,  um plenipotenciário presidente, ou, além, até o presidente de honra!

O episódio em si, justificado pelo títere com a desculpa da garantia de que o Palmeiras estaria no Mundial do ano posterior, representou um novo divisor de águas na relação Palmeiras/CUrintia.

Da mesma forma, ditou uma nova ordem no futebol de São Paulo com a exclusão do Palmeiras do trono do futebol bandeirante e marcou a expansão e  a ascensão do CU-rintia.

A partir desse episódio o nosso adversário evoluiu dentro e fora do campo e o Palmeiras, simplesmente, estagnou no tempo, no espaço, no prestígio, no dinheiro e, sobretudo, na bola.

Restou-me o consolo de poder sempre afirmar, ironicamente, - sempre que posso, afirmo- que, para ganhar seu primeiro título importante em âmbito internacional, a gambazada teve de contar com o empurrão imprescindível do Palmeiras e de um falso palmeirense.

Enfim, de 2000 a esta data, nossos adversários não pararam de crescer e nós palmeirenses não paramos de definhar e de sofrer.

A partir de então os nossos percalços não tiveram mais limites e fomos levados, muitas vezes, aos abismos da desmoralização e do ostracismo, frequentando por duas vezes o impagável fogo do inferno da segunda divisão.

Dizer que -hoje- estamos sem prestígio é chover no molhado. Estamos, sim, sem prestígio, sem dinheiro, sem moral, sem altivez e sem dignidade. É preciso reagir! Vamos, sim, reagir e voltar a ocupar o nosso lídimo posto de liderança!

Sem medo de incorrer em erros, ouso dizer que, hoje, no Palmeiras, são poucos -quase já não existem mais- os dirigentes de caracteres firmes, duros nas negociações,intransigentes na defesa de nossos direitos e de posições radicais e ousadas, como havia antigamente.

De há muito perdemos aqueles próceres vivos, ladinos, espertos,  inteligentes, destemidos, persistentes, insistentes, de fronte erguida, de têmpera marcante, de caráter ilibado e irretocável!

Como ninguém é perfeito, aqueles nossos dirigentes, -vou repetir- eram, sim,  contaminados pela vaidade, e, alguns, até pela arrogância.

Afinal, como se dizia já naquela época, qualquer presidente do Palmeiras ocupa o segundo cargo mais importante do estado. Quem não sentir-se-ia vaidoso e poderoso por exercer semelhante função?

Qual o primeiro cargo?

Claro que é o de Governador do Estado de São Paulo!

Sem duvidar da inteligência de quem lê, Obriguei-me a dizer isso,
pois estou chovendo no molhado.

Porém convém agir assim, antes que algum gaiato venha insinuar que o primeiro cargo estadual seja o de presidente do Cu-rintia!
HAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHA

A exemplo dessa nota preventiva e antecipativa, quem dirige um clube tem de saber, mas muito mais que, simplesmente ver, antever e, em muitas circunstâncias, antecipar-se aos fatos. Isto tem faltado ao Palmeiras no decorrer dos últimos anos.
 

Os outros estão sempre pegando os nossos diretores com as calças na mão! Para que não se vá tão longe, registre-se que o Grêmio passou a perna no Palmeiras duas vezes seguidas em duas temporadas distintas e com o mesmo e manjado conto do jogador invisível! 

Em cada negociação com o Grêmio nossos dirigentes levam um nó e saem de Porto Alegre rindo e conduzindo um jogador que não existe, fruto das promessas vãs dos ladinos próceres dos pampas. Até Brunoro caiu nessa esparrela.

Nossos dirigentes mais antigos sabiam, perfeitamente, que não existem anjos no futebol e sabiam trabalhar essas situações, assim como os bastidores, de molde a não permitir que o Palmeiras fosse assaltado covardemente como ocorre hoje em dia, fora ou dentro do campo.

Um dos exemplos clássicos da maneira inflexível de agir antiga escola da cartolagem palmeirense ocorreu em 1969, ano que o nosso maior rival, o CU-ríntia teve a infelicidade de perder dois jogadores, ambos mortos em um acidente automobilístico: o jovem lateral Lidu e o atacante Eduardo que houverá até servido a Seleção Brasileira.

Na ocasião, em face da comoção causada pelo desaparecimento dos dois jovens jogadores que cairam no Tietê dirigindo um fusca, os clubes se reuniram na séde da FPF dispostos a conceder aos gambás o direito de contratar dois atletas para a reposição.

O regulamento previa que para que fosse aceita a reivindicação cu-rintiana, deveria ser convocado o conselho arbitral e somente se houvesse unanimidade a reivindicação da gambazada seria atendida.

A reunião sequer aconteceu porque Delfino Fachina, um dos maiores  presidentes da história do Palmeiras antecipou-se e deixou claro que votaria contra!

Ainda que em se tratando de uma situação especialíssima, não condeno, e -muito pelo contrário- louvo a atitude de Fachina, profissionalíssima. Com a rivalidade que existia, fosse ao contrário, vocês acreditam, mesmo, que a curintianada permitiria que o Palmeiras repusesse as peças?

Vejam, pois,  que os próceres palmeirenses mais antigos sabiam se impor nas reuniões que decidiam a vida do clube. Se um evento dessa natureza -Deus nos livre- viesse a ocorrer, sou convicto de que Nobre não reuniria, nunca, a reserva de coragem do velho Fachina e não teria coragem de encarar a mídia.

Vocês acham que foi fácil ao nosso presidente da época enfrentar as críticas, os comentários desairosos e as acusações frontais de desumanidade, de desrespeito aos direitos humanos e coisa assim? Até de nazifascista ele foi tachado por alguns setores midiáticos, o que não o impediu de presidir o clube, depois disso, cerca de dez anos com direito a duas eleições e a morrer e pleno exercício do terceiro mandato! Fachina, para mim, foi o maior presidente palmeirense de todos os tempos!
 

Do ponto de vista midiático era muito pior enfrentar uma campanha midiática naquela época do que nos dias de hoje, porque a mídia era concentrada em noventa ou mais por cento no segmento local. Rádio, jornal e tv ainda davam as cartas e registravam a cor local, sem as dispersões de hoje, proporcionadas pelas redes nacionais de rádio e tv ou pela Internet!

Na verdade, o velho Fachina apanhou mais do que bife de terceira mas cumpriu bem e com galhardia o seu papel e pode-se dizer que só ele teve coragem de colocar o Palmeiras acima da vida e da morte. Saudades do Fachina! Que falta que ele nos faz!

NOTA INTERESSANTE:

Esta não é a minha opinião, mas muitos consideram que foi a partir daí que a cu-rintianada apelidou os palmeirenses de porcos, apelido burramente assimilado pelas organizadas, haja vista que não me considero assim!

Desesperado com a atitude de Fachina, o então presidente alvinegro Wadih Helou teria usado a expressão pejorativa em todas as suas declarações e entrevistas acerca do episódio e a torcida deles por imitação, adotou o epíteto ofensivo.

Como se pode notar, os dirigentes palmeirenses daquele tempo, tinham muita visão e opiniões lúcidas e abalizadas sobre o futebol. Quando era necessário agir com rigor, não titubeavam e nem tergiversavam, sem dar a mínima para as consequências, para o que a mídia dissesse ou os acusasse porque colocavam sempre o clube acima de suas demandas e de seus interesses pessoais.

O Palmeiras, que nunca esteve perto da mídia e nem permitiu que a mídia se aproximasse do Palmeiras, tinha moral suficiente para agir assim, sem que a imagem do clube fosse arranhada...

Esse, porém, foi o maior erro de nossos dirigentes antigos quase todos muito competentes, -alguns, até, extraordinários- mas que não tiveram o terceiro olho funcional para perscrutar o futuro, confirmando a máxima de que ninguém é perfeito e nem chega à perfeição!

Meus amigos

Tudo isso eu disse em razão de eu voltar a me preocupar com um assunto importantíssimo que já expus neste espaço mas as nossas sequentes diretorias insistem em ignorar: a marcação dos jogos do Palmeiras, via de regra, para os sábados.

Vocês não imaginam o quanto isso é prejudicial ao clube, sob todos os aspectos: marketing, status, finanças, prestígio, e, sobretudo, sob o aspecto técnico.

Os jogos aos sábados são convenientes, exclusivamente, para os jogadores, que podem folgar aos domingos, e para as TV Globo e Band que preferem, sempre, exibir um jogo do CU-rintia ou, em pior hipótese, dos bambis.

Notem que eles -Globo, Band e FPF- já começaram, novamente, a marcar os jogos do Palmeiras para o último dia da semana -sábado- quando o correto seria aos domingos!

Os jogos aos sábados são prejudiciais ao marketing do clube porque tiram o Palmeiras do cartaz no horário nobre do futebol.

No que respeita ao status e ao prestígio, qualquer torcedor ignorante sabe que o time que joga antes ou faz as preliminares, não é, nunca, o principal, mas o time de menor expressão!

Quanto às finanças, está comprovado pelo uso que -em condições normais- um clássico jogado no sábado corresponde a um jogo entre um grande e um pequeno, no domingo.

Sob o aspecto técnico, quem atua no sábado leva uma enorme desvantagem pois os times que atuam no domingo, jogam sabendo do que precisam em relação a quem atua na véspera.

Detalhe importantíssimo

O Palmeiras perdeu inúmeros campeonatos paulista, da década de 80 para cá em função de atuar de forma antecipada e, com isso, permitir a mobilização dos adversários para o jogo de domingo quando eles jogam sabendo o que têm de fazer.

Outro aspecto importantíssimo que o Palmeiras tem de cuidar é a exigência de que a maior parte de seus jogos seja transmitida ao vivo, longe do elitista pay-per-view. O Verdão, quer Globo e Band não queiram, também é um time de massa!

Todo ano a Globo se esmera em conceder ao Palmeiras exibições contínuas da equipe apenas em seus canais pagos, dando a preferência, nos canais abertos e semiabertos, até ao Santos, cuja torcida é infinitamente menor do que a nossa.

Como é que o Palmeiras vai conseguir comercializar seu patrocínio Master e os demais anúncios em seu uniforme se o televisamento dos jogos em dias, horários adequados e em rede nacional é mínimo?

Outro aspecto que a diretoria tem de cuidar é a perseguição movida pelos árbitros ao Palmeiras. A fim de resolver esse problema, o clube precisa contratar um porta-voz e passar a usar a mídia para queimar os árbitros parciais e desonestos.

A parte de jornalistas e radialistas que há anos e anos prejudica o Palmeiras, também precisa ser controlada.


 Em relação a esse mister basta que o Palmeiras aja como agem os bambis que têm uma estrutura hábil e inteligente e uma forma especial de tratar o problema...

Quero, finalmente, sem querer fazer proselitismo religioso ou tentar impor qualquer fé ou crença, sugerir que a diretoria, ecumenicamente, procure reforçar as defesas espirituais do clube.

Se os outros fazem e obtêm resultados, porque cargas d'água somente nós não haveremos de fazer!


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Errata (Ê,rata!)
1): Na coluna de ontem afirmamos erroneamente que o jogo das Pedaladas de Robinho teria decidido o Rio São Paulo, mas decidiu o Brasileiro
2) Elano transferiu-se para o Fla, não para o Flu

Agradecimentos ao leitores e amigos Dinho Maniasi e Marco que fizeram as correções.

PS: Eu também erro! Muito!