Observatório Alviverde

03/10/2014

PALMEIRAS GOLEIA, HENRIQUE FAZ TRÊS GOLS E AGORA TAMBÉM É ARTILHEIRO DO BRASILEIRÃO!



 
 Henrique, artilheiro da Série A, com 13 gols


Os 4 X 2 que o Palmeiras estabeleceu sobre a Chapecoense, é insuficiente para esconder as falhas de um time que ainda se organiza, em busca de autoconfiança, afirmação e, principalmente, de entrosamento.

O primeiro tempo do Palmeiras, ontem, foi, apenas, aceitável. Malgrado o resultado adverso do primeiro tempo, o alviverde paulista conseguiu se impor tática, técnica e territorialmente ao adversário, mas, como sempre faltaram a contundência no ataque, e, sobretudo, os gols!

Em que pesasse o 0 x 1, da primeira fase, a supremacia palmeirense sempre foi ampla, mas o time finalizou pouco, e, a exemplo do que vem ocorrendo há tanto tempo, errou, sempre, o último passe.

Um dos poucos lances agudos do Palmeiras, no primeiro tempo, com a efetiva perspectiva de gol, ocorreu aos 13 minutos.

Após jogada e-s-p-e-t-a-c-u-l-a-r de Valdívia -sempre Valdívia- Henrique recebeu, livre, na entrada da pequena área, mas chutou fraco, perdendo um gol feito, imperdível daqueles que o torcedor lamenta e argumenta: "até minha avó faria".

Outro lance, quase gol, ocorreu no ocaso do primeiro tempo, nos acréscimos, quando o Palmeiras, que sofrera o gol de abertura aos 40 minutos, já perdia por 0 x 1.

Valdívia -novamente ele-, em vez de bater a falta que ele próprio sofrera no canto esquerdo do campo, diretamente ao gol, ou, cruzar em direção à área, apinhada de jogadores das duas equipes, rolou, inteligentemente, para trás, em direção a Victor Luís (livre) que arrematou, de prima, no ângulo esquerdo, ensejando ao goleiro Danilo uma defesa providencial.

Na virada do 1º tempo, o Palmeiras, já sem Diogo, contundido, fora do jogo desde os 38 do primeiro tempo e com Cristaldo, voltou a campo nervoso, desacertado, desentrosado e começou a ser envolvido por uma Chapecoense ousada, disposta a definir, de imediato, o marcador e levar uma importante vitória pra casa.

Sentindo o momento instável do Palmeiras, que sofreu outro apagão semelhante àquele verificado contra o Figueira, o time de Jorginho partiu, com tudo, para cima do Verdão. Esteve a pique de estabelecer 2 x 0 logo a dois minutos.

Wesley, em falha individual decorrente, talvez, de falta de ritmo de jogo, perdeu a bola na intermediária e Leandro (o deles), cambando pela esquerda, cruzou na medida para Fabinho Alves, que, para a felicidade de Deola, escorregou, um átimo antes do iminente chute às redes.

Em seguida, a Chapecoense desfrutou de outra chance, um pouco menos esclarecida, é verdade, quando Marcelo Oliveira repetiu o erro de Wesley e recuou, da intermediária, na fogueira, para Deola que, em desespero, conseguiu correr em direção à bola, antecipar-se ao próprio Leandro, e salvar com o pé.

Foram cinco minutos de pressão muito forte da parte do adversário. 

O Palmeiras só conseguiu se acalmar, tomar um hausto de fôlego, ajustar-se em campo e reequilibrar a partida, com a marcação do gol de empate, aos seis minutos, que abriu-lhe o caminho em demanda à importante, reabilitadora, redentora e insubstituível vitória.

O gol palmeirense surgiu de precioso lançamento de Valdívia -sempre ele- em direção à Wesley, sugerindo que o nosso meia, enfiado entre os beques na área adversária, de costas, os contornasse pela direita, se infiltrasse e arrematasse. 

Porém, como a bola desviou na zaga, Wesley a recebeu em situação inesperada e diferente, pelo meio, não se exasperou e surpreendeu, como fazem os jogadores de qualidade acima da média. 

Com com raro senso de improviso, em lance que exigia velocidade e precisão, ele girou sobre Douglas e sobre o próprio pé, batendo, raso e seco, no canto esquerdo de Danilo, estabelecendo o empate, 1 x 1.

O gol teve o poder de incendiar a torcida, que, por sua vez, cumpriu o seu papel, na mesma medida e proporção que incendiou o time em campo.

Aos 8 minutos o goleiro Danilo obrou novo milagre ao defender, no ângulo, uma cabeçada de Henrique, muito bem colocada, ângulo esquerdo alto (sob a perspectiva do ataque palmeirense).

Aos 12 minutos, o Palmeiras sairia do sufoco, virando o placar para 2 x 1 em outra jogada oriunda da cabeça de Valdívia, embora, desta vez, não de forma intelectual, como de costume, mas, puramente, mecânica.

Foi assim: Wesley bateu o córner, Valdívia, de costas, desviou aleatoriamente de cocuruto, (ele já fez isso dezenas de vezes) para a penetração de Henrique que, atirando-se ao chão, ao pé da trave, fez o gol que virava o placar.

Aos 18 minutos, Juninho foi à linha de fundo e cruzou para trás. Fabiano, que ia de carrinho para a jogada, com os braços abertos, viu a bola tocar-lhe à mão, em lance típico de bola na mão, não de mão na bola.

Fosse eu o árbitro, não assinalaria a penalidade, mas, a considerarmos o pênalti "mandrake" de Renato, nas mesmas circunstâncias, assinalado contra o Palmeiras no jogo contra o Flamengo, como discordar da marcação?

A propósito, ficou definido pela comissão de arbitragem que, a partir de anteontem, essa modalidade de lance tem de ser interpretada e tipificada pelos árbitros como pênalti. 

Fique claro, essa dúvida interpretativa, tornou-se mais forte do que já era, depois das tantas ingerências indevidas no assunto, via TV, do abominável palpiteiro Arnaldo César Coelho.

Infelizmente muitos consideram a palavra desse ex-soprador de apito (prejudicou demais o Palmeiras. Seus anos posteriores de militância na mídia comprovaram que, de fato ele não gostava e nem gosta do clube), como jurisprudencial! No entanto, não é! 

É dele a pérola segundo a qual "se o jogador abrir os braços, aumentar a presença física na área e a bola tocar neles, é pênalti". 

A regra jamais abordou e nem aborda a problemática sob esse ângulo, tese furadíssima que ele impõe ao Brasil via Globo, mas discorre, apenas, sobre a intenção ou não daquele em quem bola colidiu com o seu braço. Fora da intenção tudo é invenção! Dele!

Arnaldo, velho politiqueiro da arbitragem, que, em razão disso apitou, até, uma Copa do Mundo, é quem mais contribui para a diversidade de interpretações e para a falta de padrão e de uniformidade das arbitragens no Brasil.

E o faz, ao julgar, na televisão, a seu próprio modo, critério e entendimento, as decisões dos árbitros, por um prisma que vai ao encontro, apenas, de seus exclusivos interesses pessoais. O Brasil, que enjoou de Arnaldo pergunta: "Quando é que ele vai se aposentar"?

De passagem. Foi muito feia e infantil a atitude de Cristaldo -terá de ser repreendido por isso- ao forçar uma situação para que ele e não nosso cobrador oficial, Henrique, batesse o pênalti, ontem à noite.

Foi uma atitude condenável do argentino que procedeu como se ele fosse o "dono da bola" da pelada! Reabilitou-se, em parte, ao ser o primeiro a cumprimentar de forma efusiva a Henrique após o gol.

Um elogio merecido a Dorival, que, acertadamente, determinou, de maneira terminante e concludente que Henrique batesse o pênalti. Henrique, aliás, vem batendo pênaltis melhor do que batia Evair, ao menos até agora.

Aos 23, outro pênalti pró Palmeiras, indiscutível, cometido, longe da bola e fora da jogada por Rodrigo Biro, que empurrou o próprio Henrique dentro da área da Chapecoense.

Ele nem percebeu que Leandro Pedro Vuaden estava em frente do local em que perpetrou a violação. Ninguém do "verdinho catarinense" reclamou! Não havia de que reclamar!

Então, sem choro ou birra de Cristaldo, Henrique, ao seu feitio, mandou o goleiro para um lado e a bola para o outro, estabelecendo 4 x 1 para o Verdão! Placar justo, justíssimo...

Ao fazer seu terceiro gol num mesmo jogo, recorde interno do centroavante palmeirense, Henrique, incontinenti, saltou para a ponta da artilharia do Brasileiro, passando a empatar com Marcelo Moreno do Cruzeiro, ambos com uma dúzia (12,doze) gols cada!

Parece que, ao menos nesse ítem, o Palmeiras tem condições de disputar uma distinção, uma honraria, um prêmio, enfim, neste tormentoso Brasileiro do ano de nosso centenário daqueles que, imagino, teremos de esquecer!

Ao sofrer o quarto gol, a Chapecoense, à base do desespero, partiu pra cima do Palmeiras, disposta a diminuir a diferença do placar e aos 28 minutos, em arremate de fora da área, Abuda obrigou Deola a trabalhar e evitar o gol.

Aos 30 minutos, Dorival tirou Wesley e colocou Bruno César que precisa ganhar ritmo de jogo.

Aos 37 tirou Valdívia para que o chileno pudesse receber a merecida saudação da torcida e colocou o garoto Bruninho em seu lugar.

90% de aplausos para o chileno, 10% de vaias provenientes do setor que, irresponsavelmente, em vez de pedir mais um, passou a pedir "Olé"!

Como são vaidosos, esses organizados! Ao mesmo tempo, como são são tolos, como são parvos, como amam mais a si e a instituição paralela da qual fazem parte, do que ao Palmeiras!

Como lêem na cartilha dos Jucas, dos Birners, dos Rimolis, dos Leites, dos Casagrandes, dos Caios, dos Belletis, dos Trajanos, dos PVCs, da unanimidade dos locutores e comentaristas da Jovem Pan e de outras emissoras de rádio?

Eu não gostaria de dizer isto, mas, como conseguem os nossos organizados, também, dar ouvidos aos Anteros e aos Noriegas? 

São dois profissionais corretos, eficientes, talentosos, detentores de minha admiração, exceto quando discorrem sobre o Palmeiras...

Na verdade, no que respeita a Valdívia, há como que um pacto, uma tendência classista a criticar e desabonar o chileno, porque a maioria da mídia deseja vê-lo pelas costas, fora do Palestra, e em desmoralizá-lo!

Valdívia, entendam, é o único e solitário jogador de que dispomos, (neste momento, neste momento, fique claro...) capacitado a proporcionar e devolver ao Palmeiras o status e a dimensão de time de primeira grandeza do Brasileirão.

Valdívia, ontem, longe de jogar tudo o que sabe, simplesmente, e-s-m-e-r-i-l-h-o-u como dizia meu especialíssimo e inesquecível amigo Loureiro Júnior, de saudosa memória!

Imaginem o que ele pode e vai fazer quando recuperar seu completo ritmo de jogo! Sem Valdívia, ontem, poderíamos, até, ter vencido. Mas quem tem dúvida de que tudo seria muito mais difícil e problemático?

Compreendendo o imenso valor desse atleta eu gostaria de sugerir aos líderes de nossas organizadas que dessem uma trégua a ele, ao menos até o final do Brasileiro! 

Que o deixassem, por ora, em paz, substituindo as vaias por incentivos e aplausos. Seria muito melhor e mais proveitoso para o Palmeiras e para todos nós!

Faço questão de abordar, agora, um assunto delicado, também ligado às torcidas, sobretudo às organizadas, em razão de um problema que tanto nos tem prejudicado no decorrer dos anos e que impede o time do Palmeiras de fazer mais gols e de golear cada mais os seus adversários.

Refiro-me a um freio futebolístico conhecido como "Olé", que a torcida organizada palmeirense insiste em pedir, cada vez que o time está a pique de vencer qualquer partida ou comande o placar. "Olé", meus amigos, é o mesmo que disparar um tiro no pé! Explico.

É preciso acabar com essa bobagem e substituir o estúpido grito ("Olé") pelo antigo refrão do "mais um... mais um... mais um"! 

A torcida precisa começar a entender que o saldo de gols, após o números de vitórias é o segundo critério de desempate do Brasileiro e o terceiro desses critérios é o número de gols marcados. 

Já imaginaram se o time necessitar de saldo de gols ou de um número alto de gols marcados (pode perfeitamente ocorrer) para permanecer na elite?

Temos, hoje, um saldo negativo de 16 gols (só superamos o Criciúma) que tem 19. Nosso ataque, com os quatro gols de ontem, chega aos 25 gols. 

Entre os times que concorrem conosco em baixo da tabela,  perdemos para o Goiás que marcou 26, igualamos o Botafogo, superamos o Coritiba e o Vitoria, que têm 24, a Chapecoense, 23, o Bahia, 22 e o Criciúma, que tem, apenas 13. O que nos salva, é o bom número de vitórias, pois chegamos a 8.

Exceção feita à Chapecoense, todos os outros times jogam nesta rodada. Muitos poderão nos superar no quesito gols. Viram como é importante fazer gols no Brasileiro. 

A Mancha e a Tup precisam passar essa informação aos seus componentes. É preciso parar com o "Olé" e iniciar o coro do "mais um", pois o importante, mesmo, na atual situação do Palmeiras, é que o time marque o maior número possível de gols.

 O Verdão obteve, ontem, uma vitória importantíssima sobre a Chapecoense. E venceu graças a um time muito bem escalado e muito aplicado, que soube contornar as grandes dificuldades impostas pelo jogo e pelo perigoso adversário o qual, até ontem, jamais havíamos derrotado.  

De virada, o Verdão quebrou o tabu e ganha moral para outro jogo de seis pontos que vai travar contra o Botafogo, quarta feira que vem, no Maracanã. A cobra, novamente, vai fumar...

Valdívia, mesmo rendendo apenas 30% do que sabe e pode foi o melhor do jogo. João Pedro foi o melhor da defesa, que, de um modo geral esteve, apenas, regular.

Deola não jogou mal, mas não tinha condições de evitar o primeiro gol da Chapecoense. Já, Prass, tinha, mas ele só vai voltar, possivelmente, contra o Botafogo!

Lúcio, Gabriel Dias, Juninho, estiveram razoáveis. Um pouco melhor do que eles jogaram Vitor Luís, Marcelo Oliveira e Wesley.

Henrique perdeu um gol feito, mas fez três outros. Apesar de dois terem sido através de pênaltis, é bom que se diga que, ele,  além ser um exímio batedor, sofreu uma das penalidades. Boa atuação no cômputo geral, após um primeiro tempo discreto!

Dorival, pode-se dizer que deu sorte quando Diogo se machucou Diogo, simplesmente, jogava de forma burocrática, marcando, muito, atacando, pouco, sem proporcionar as necessárias opções ao ataque que tanto precisava fazer gols.

Cristaldo, que o substituiu, correu bem mais e deu trabalho à defesa catarinense. Apesar da infantilidade em querer cobrar o pênalti, boa atuação do argentino.

De qualquer forma, a reação de Cristaldo também pode ser interpretada como positiva, partindo de um atleta que tem brio, que quer vencer e que deseja tornar-se um ídolo no novo clube que o acolheu.

Nota 8 para Dorival que escalou o melhor, alterou bem o time e que agiu corretamente no momento de fraqueza de Cristaldo, arriscadíssimo, que poderia ter enervado Henrique e desestabilizado todo o time do Palmeiras caso o pênalti não fosse convertido.

EU NÃO TENHO NENHUMA DÚVIDA DE QUE O PALMEIRAS NÃO SERÁ REBAIXADO! E VOCÊ?

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NA TV

Excelente transmissão de Linhares Júnior, séria, precisa, em cima do lance, sem nenhuma preocupação desse narrador em ser engraçado ou em fazer comentários desnecessários ao longo do jogo.

Ivan Andrade, ótima dicção, excelente voz, conseguiu, ontem, acertar nos comentários e nas visões de jogo.

Fabíola Linhares, quando não se deixa contaminar pela opinião alheia (é comum quando ela trabalha com Leite e Noriega) esteve bem, da mesma forma que seu companheiro Anselmo Caparica (é assim mesmo que se escreve?)

A torcida palmeirense agradeceria à direção Global se a equipe de cabine tida como titular em São Paulo, formada por Milton Leite, Noriega e Beletti, não fosse escalada de forma tão sequente, na medida do possível, nos jogos da SE Palmeiras.

Qualquer outra equipe ou combinação de equipe de cabine, mesmo as que envolvem os narradores "cachesistas" nos agradariam!

Não queremos, com isso, deslustrar o trabalho desses excelentes profissionais, noves fora o invasor, competentíssimos, experientes e grandes expoentes da crônica paulista e brasileira que, seguramente, estão entre os melhores do país.

Preferimos vê-los e ouvi-los, entretanto, relatando e comentando jogos de outros times, nos quais se saem muito melhor, do que quando aparecem nos jogos do Verdão! (AD)