Observatório Alviverde

01/03/2014

ESTE OAV NÃO ESTÁ TRABALHANDO PARA DERRUBAR KLEINA!


 
Este blog não pede a cabeça de Kleina e nem a contratação de Luxa!)

Ontem, no pós-jogo, fizemos críticas fortes, mas -exclusivamente-, pontuais a Kleina pela fraca atuação da equipe contra o São Bernardo! 

Apesar do triunfo alviverde por dois gols de diferença, o resultado poderia suscitar ilusões interpretativas (aliás, suscitou) e promover o perigoso -às vezes fatídico e mortal- excesso de confiança!.

Reafirmamos, hoje, apesar das tantas críticas que recebemos de muitos torcedores que não se alinharam com os nossos pontos de vista, que Kleina foi mal, que a maioria do time não jogou bem e que, apenas, o resultado em si foi estupendo, considerando-se que vencemos um time que derrotou o CU-rintia em pleno Pacaembu. Claro está e claro fique, passo longe do vocação de ser um analista de resultados!

Crítica feita, insatisfações registradas, reivindicações colocadas, fim de papo! Agora, -bola pra frente- vamos brecar os impulsos críticos, apoiar Kleina e a equipe, visando ao próximo jogo, -o clássico contra a Portuguesa-, quinta-feira, 06/03 no pós carnaval.

Fique claro, lúcido e explícito que este bloguista, malgrado as críticas contundentes de ontem, -é esse o nosso estilo de comentar- respeita o trabalho de Kleina e não reivindica a sua substituição no comando técnico alviverde!.

A quem possa interessar, informo que torço para que ele acerte e continue no Palmeiras (s-i-m, s-i-n-c-e-r-a-m-e-n-t-e),por muito tempo, desde que Kleina continue preenchendo os requisitos que devem caracterizar todos aqueles que têm a distinção, a honra e a felicidade de comandar e dirigir essa máquina superlativa de emoções denominada Sociedade Esportiva Palmeiras!

Basicamente, concluindo as observações de ontem, Kleina tem de pensar na resolução imediata de três aspectos básicos de seu ciclo atual no Palmeiras, como uma espécie de correção de curso. É uma aula de sobrevivência, sem a qual ele irá sucumbir!

O que vou dizer -repito- não será citado neste OAV no sentido ou com o objetivo de desestabilizá-lo, mas de alertá-lo para alguns detalhes que, muitas vezes só quem está longe do palco dos acontecimentos consegue enxergar e avaliar, entre os quais destaco três :

1) Definir as titularidades sem improvisações 
2) Ajustar taticamente a equipe, desarrumada nos três setores, defesa meio de campo e ataque 
3) Deixar de recuar o time a partir do momento em que o Palmeiras alcança a vantagem numérica sobre o adversário.

Discorrendo sobre os três aspectos quero dizer primeiro que Kleina não tem de fazer média com ninguém e,  independentemente dos contratos de produtividade, deve escalar sempre quem estiver melhor e o que tiver de melhor, doa a quem doer!

Por isso pergunto qual onzena titular já teria sido escolhida? Seria esta?

Prass, Wendel, Lúcio, (Quem, aqui?)  Juninho, (Quem, aqui?) Marcelo Oliveira,Wesley, Valdívia, Kardec e (Será Leandro?).

Se for, pode-se perceber claramente, faltam-nos um zagueiro interior esquerdo,  um volante de contenção destro e um meia habilidoso de aproximação para encostar em Kardec, este, apenas, um bom jogador!

Partindo-se desse ponto de vista, Wellington, Egurem e Leandro seriam as soluções? Sendo ou não, temos de admitir que é tudo o que temos no momento.

Numa análise fria, intemporal, se fosse para o Palmeiras formar um timaço como aqueles que montamos no início da década de 90, só cinco, (o correspondente aos dedos de uma única mão) de todo esse numeroso elenco de quase quarenta atletas sobreviveriam e, ainda assim, nem todos seriam titulares; Prass, Lúcio, Marcelo Oliveira, Wesley e Valdívia. Kleina não sobreviveria (ainda)!

Moral da história: constatamos e temos de reconhecer que nosso grupo é mediano e que, em razão disso, as cobranças tem de ser proporcionais à capacidade de realização do grupo.

Entretanto, como os adversários, hoje, também não são os mesmos de antigamente e com o monte de medianos de que dispõe, dá para Kleina -se usar a inteligência-  moldar um time a partir dos quatro acima da média + um craque chamado Valdívia, com a amálgama de um bom número de medianos que formam o nosso elenco e montar uma equipe bastante competitiva.

Na projeção, como Prass é expoente (tanto quanto Lúcio), é óbvio que Wendel -agora, definitivamente, um lateral- tem tudo para crescer na posição e esse aspecto já é notório. 

Além de defender bem, de passar bem, de chegar bem, de cruzar bem, Wendel é dotado de um fôlego e de um preparo físico invejáveis. 

Mas alguém me contesta quando eu digo que com um ala mais ousado, mais driblador e mais veloz melhoraríamos o setor?

É natural que se olhe o Wellington, que veio da base, com uma certa desconfiança, sobretudo pela enorme responsabilidade que envolve a função que ele vai exercer como penúltimo ou último homem. 

Dizer que ele é um Danilo, um Henrique ou um Edinho, neste momento, seria precipitação, mas, quem sabe, ele possa vir, -em tempo recorde, de repente-,  a ser melhor do que os três? É uma aposta na qual vale a pena investir!

Como futebol é quase nada do passado, um pouco do futuro e tudo do presente, teríamos de ter -neste momento- um zagueiro interior esquerdo mais experiente, mais perto da categoria de Henrique para garantir o setor, a fim de que Wellington fosse lançado devagarinho, sem precipitações ou sem a interferência de fatores que possam inibir seu crescimento na equipe.

Aliás, diga-se de passagem, a cobrança prematura, que leva qualquer jovem à inibição e a falta de autoconfiança, é o fator mais importante, senão o determinante, de o Palmeiras pouco conseguir aproveitar atletas oriundos de sua base.

Falta-nos, também, um volante de contenção eficiente, fato decorrente da dispensa sumária e absurda de Araújo, por exigência de 75% ou mais da torcida, que nos levou a essa situação.

Quem tinha um volante das características do maranhense, dificilmente encontrará, em pouco tempo, alguém capacitado a substituí-lo. 

Pelo que vi de Eguren até agora, ele, ainda, está muito longe de Araújo, conquanto tenha melhorado muito de produção e mostrado algumas habilidades, sobretudo as de lançamento, no jogo contra o São Bernardo!

Não, não adianta me censurar se faço justiça a Araújo defenestrado do time por pura implicância de grande parte da nossa torcida e em um momento no qual não havia reposição à altura no elenco. 

Nobre foi fraco ao fazer essa tola e estúpida concessão, deixando de renovar com o jogador mais regular do elenco.

Então Araújo é um craque? 

Longe disso, mas (ninguém pode negar) era um atleta responsável, esforçado, aplicado, um líder em campo que cumpria com eficiência a tarefa que lhe era destinada, a marcação! Justamente o que está faltando ao time, hoje. 

Aprendi, na vida, que jamais se deve dizer nunca e nem nunca se deve dizer jamais! 

Duvido, porém, que Eguren, por mais oportunidades que lhe proporcionarem no Palmeiras, jamais conseguirá realizar o trabalho de Araújo, do ponto de vista defensivo, de marcação, cobertura e auxilio à defesa... 

Kleina provou que sabe das coisas ao forçar a renovação de contrato desse jogador, mas a força de repulsa da torcida pesou muito e foi muito maior. 

Tava ruim com Araújo? Pois está muito pior sem ele! Estejam todos cientes e conscientes de que ele joga bem mais do que Eguren. 

Dito isso, protestem, xinguem-me, contestem-me à vontade, mas, se for possível, procurem, primeiro, conversar com todos os técnicos que passaram pelo Palmeiras durante a era Araújo! 

Perguntem-lhes porque nenhum deles o afastou do time ou da titularidade? 

Perguntem, também, a outros treinadores de outras equipes se gostariam de contar com Márcio Araújo em seus times!

 Detalhe: eu disse que não voltaria a falar sobre a saída de Araújo,  -exigência descabida da torcida- mas fui obrigado a fazê-lo para que fique como aviso e advertência aos mesmos implicantes que agora querem transformar em "bois de piranhas" Juninho e, principalmente, Mazinho!

Outro detalhe para o qual Kleina tem de atentar é o acerto do esquema à frente, definindo quem irá encostar em Kardec a fim de melhorar as nossas opções ofensivas.

Leandro surge como primeira alternativa, mas tem se revelado e-x-a-g-e-r-a-d-a-m-e-n-t-e  egotista e individualista. De há muito essa dupla deveria estar entrosada, mas o problema, creiam, não é de Kardec mas proveniente da imaturidade de Leandro!

O último aspecto para o qual chamamos a atenção de Kleina é a sua mania de recuar a equipe a partir do estabelecimento de qualquer vantagem. 

Tivesse o time do Palmeiras lançadores eméritos e dois ou três jogadores de infiltração em velocidade, Kleina estaria muito certo!

Entretanto, o Palmeiras não dispõe nem de uma coisa e nem de outra, resumindo-se o nosso repertório apenas a alguns lançamentos de Valdívia que, muitas vezes, obriga-se a prender a bola no meio de campo, pois os nossos homens de contra-ataque demoram demais a chegar.

Na década de 50 o Palmeiras dispôs de um dos maiores velocistas de sua época, o carioca Humberto Tozzi, também conhecido como "o flexa", artilheiro dos Paulistões de 53 e 54, jogadoraço que serviu a Seleção na Copa de 54, na Suiça!

Quando Humberto foi negociado com a Lázio mediante um altíssimo preço, Jair da Rosa Pinto, grande ídolo palmeirense da época deu uma entrevista e proferiu a célebre frase que ecoa até hoje "os italianos levaram a flexa mas esqueceram o arco", referindo-se a sí próprio, já que Jair é que fazia 90% dos lançamentos que redundavam em gols do Humberto!

Contada a historinha, que fique Kleina esperto e pare de querer jogar em contragolpes, haja vista que, no Palmeiras de hoje, que ele comanda, não existem -simbolicamente- nem um arco, como Jair, nem flexas como Humberto Tozzi. O elenco do Palmeiras não tem jogadores com essas características.

Se não tem, porque insistir em atuar assim, ressuscitando, em campo, equipes entregues que partem para cima do Palmeiras quando menos se espera, surpreendendo-nos! É isso aí...

COMENTE COMENTE COMENTE