Observatório Alviverde

01/04/2010

A HOMENAGEM DO OBSERVATORIO ALVIVERDE A ARMANDO NOGUEIRA, O GENIO DAS PALAVRAS E DA POESIA DA BOLA!


RÉQUIEM AO MESTRE ARMANDO NOGUEIRA, O GÊNIO DAS PALAVRAS E DA POESIA DA BOLA!

Mestre, como odeio escrever seu necrológio, na hora lúgubre e triste de sua partida.

Como é duro encontrar palavras, eu também vivo delas, que traduzam a nossa tristeza e o nosso luto por seu lamentável desenlace.

Você, o gênio ímpar das palavras, merecia, em vida, as frases mais lindas que elas podem construir.

Perdoa-me por não tê-las, e pela incapacidade de tecê-las...
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Receba, porém, as nossas reverências, as nossas homenagens, os nossos versos, as nossas flores e os nossos presentes...

Receba, também, as vibrações imateriais de todos nós que, tantas vezes, nos rendemos, extasiados, ao encanto inigualável de sua pluma e a elegância incomparável de seu texto.
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Quem não apreciaria vê-lo, mestre, pleno de vida, senhor da lucidez e do entendimento, sorver a onda sensível do aplauso e do carinho que emanam espontâneamente de nossos espíritos, submissos ao seu incomparável talento na arte de escrever?

Quem não gostaria de entregar-lhe em mãos todos os diplomas, certificados, fitas, medalhas e honrarias da vida, como um reconhecimento formal e explícito da sua condição de cronista de escol e de escritor número 10 das melhores histórias do futebol brasileiro?
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Pergunto-me, a mim mesmo, um discente das palavras, por que não me atrevi a compor ao menos uma pequena ode ao grande mestre em outras épocas?

Épocas em que a vida pulsava viva pelo seu corpo e você pensava, falava, ria e escrevia?

Tempos em que você nos brindava com a mais pura essência de sua verve e com a magnificência incomparável de seu estro?

Teria sido a glória para este humilíssimo escrevinhador desportivo, homenageá-lo, ainda em vida, no sincero reconhecimento de seu talento e de sua genialidade.
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Recordo-me, ainda hoje, de nosso primeiro encontro em 1968, através de sua coluna "Na Grande Área", atração diária, imperdível do inesquecível Jornal do Brasil, o famoso JB da família Carneiro, um portento periódico, um baluarte heróico na luta contra a ditadura.

Você se lembra, era um tempo de turbulência total na vida política do Brasil e o esporte, mormente o futebol, servia como a grande válvula de escape para uma população trabalhadora e oprimida.

As suas colunas, Armando, de teor essencialmente esportivo, eram esperadas com muita ansiedade e expectativa, numa época em que o futebol carioca predominava e se impunha por todos os meridianos e paralelos do mapa do Brasil, exceto nas cercanias do Trópico de Capricórnio.

Acostumado à rigidez inflexível e à contundência letal dos marrentos cronistas paulistanos, causou-me perplexidade e espécie, no início de nossa relação autor-leitor, a convivência com sua postura cavalheiresca e amena no trato, até, dos piores acontecimentos do esporte.

É que eu não tinha ainda o que Vinicius de Morais chamava de dimensão da poesia.

Identificava-me com Geraldo Bretas, Mário Morais, Pedro Luiz, Roberto Petri, Milton Peruzzi, Peirão de Castro, José Italiano e tantos outros cronistas paulistas daquela época, de rádio e jornal, durões, objetivos, pragmáticos, carrascos implacáveis do mau futebol e críticos ferinos das tramoias de bastidores.

Contundentemente francos, não pesavam, economizavam e nem mediam as palavras, quando se tratava de criticar veementemente o lado "dark" e nebuloso do futebol...

Você há de concordar comigo, mestre, que todos, sem exceção, eram lúcidos e competentes, no exercício de um estilo que representava, porém, a sua antítese, o seu viés.

Você, Armando, foi sempre, por ideologia e formação, muito mais céu do que terra, mais flor do que espinho, mais carinho do que reproche, mais sonho do que realidade, mais abstrato do que concreto, mais espírito do que matéria, conquanto seus pés estivessem sempre firmes, imantados ao chão pela razão de suas atitudes e de seu proceder ...

Você era sábio na arte de viver e conviver e ensinava sempre que "é possível elogiar sem bajular e criticar sem ofender"!

Não me foi difícil adotá-lo como leitura didática, obrigatória, regularíssima... Você foi, sem qualquer dúvida, o nosso "Phisolosophy Doctor", o nosso PHD nas intrincadas teses do futebol em face do jornalismo e da própria vida.

Você, mestre, não transitou, nem militou nas hostes primitivas dos "idiotas da objetividade", como definiu Nelson Rodrigues, os que buscavam, exclusivamente, resultados e constatações lógicas em um futebol essencialmente ilógico, indecifrável, incompreensível.
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Você, Armando, enxergou o futebol sob outro espectro, por prisma privilegiado, olhando sempre de cima por ângulos inimagináveis que nem o Canal 100 de seu amigo Carlinhos Niemeyer, jamais conseguiu focar...

Sua praia literária eram a arte, a beleza, a classe, a habilidade, o virtuosismo e, sobretudo, a poesia, que só voce conseguia extrair do futebol, esporte essencialmente machista, circunscrito exclusivamete ao universo masculino até a bem pouco tempo.

Mestre, agradavam-me por demais os seus textos que transitavam livremente entre o simples e o rebuscado, entre o real e as figuras, entre os lugares comuns e os preciosismos, entre a prosa e a poesia.

Sua escrita, Armando, eclética e versátil, tinha o mágico condão de ser lida, admirada e compreendida por gente de todas as classes, do vulgo à elite e seu estilo era peculiar, personalíssimo, tanto ou quanto um drible de Garrincha ou um gol de placa de Pelé

Ninguém, como você, de uma simples notícia de um mero enunciado, conseguia extrair-lhe a essência, valorizar-lhe o conteúdo e impor-lhe repercussões.

Qualquer assunto, Armando, por banal que fosse, ganhava dimensões inimagináveis quando você o incluia na lógica poética de suas análises, fosse um chute, uma cabeçada, um grito, uma palavra, uma ação, uma reação, a debruando-as com colocações poéticas romanticamente casimirianas.

São antológicas as suas colocações e dissertações sobre a razão de ser do futebol, a bola.

E nesse ponto há uma convergência unânime entre todos nós, seus leitores e admiradores:
os que leram e viveram o "DRAMA E GLORIA DOS BICAMPEÕES,
os que estiveram 'NA GRANDE ÁREA",
os que chutaram a 'BOLA NA REDE",
os que continuam cultivando a relação de "O HOMEM COM A BOLA",
os que tentam enxergar o futebol por sua 'BOLA DE CRISTAL",
os que sabem contemplar e admirar "O VÔO DAS GAZELAS",
os que não viram a "A COPA QUE NINGUÉM VIU E A QUE NÃO QUEREMOS LEMBRAR",
os que estarão sempe entoando '"O CANTO DE MEUS AMORES",
os que na "GINGA DO JOGO" da vida perseveram nas suas lutas e,
os que são conscientes da imortalidade de sua obra, 'UMA CHAMA QUE NÃO SE APAGA".

Mestre Armando, ninguém cortejou ou galanteou a bola com palavras tão doces e bonitas quanto as suas. Nem Zico, nem os Da Guia, nem Leonidas, nem Ademir, nem Zizinho, nem Gerson, nem Mané, nem Pelé. Parafraseando-o, se a bola namorasse, teria sido com você...
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Como é possível, eu me pergunto, extrair tanta poesia da inflexão de um chute, da medida de um passe, do ruído de uma bola na trave, da rigidez de uma defesa, ou do espasmo adrenalizante de um gol?

E, no entanto, você, mestre, extraiu abundante essência poética de um cenário de improváveis inspirações.
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O meu sincero preito de gratidão, fervor, respeito e reverência, por tudo o que você nos legou em seu longo trajeto pela crônica esportiva.

Esteja convicto de que será perpetuado em nossa lembrança e terá o culto perene de nossa admiração.

Você já não habita entre nós, mas continua entre nós, vive entre nós. Agora atende pelo nome de saudade...

Saudade, mestre!

Agora você é, simplesmente, saudade, que, como definiu o parnasianíssimo Bilac, "é a presença de alguém ausente".

Você, Armando, é, e será, constantemente, para todos nós que cultuamos a ética, que cultivamos o bom jornalismo, e que nos emocionamos diante da beleza de um texto, uma presença ausente, até que a morte nos una, por toda a eternidade.

Decole em paz, comandante-em-mestre, Armando Nogueira!

AGORA QUE JÁ "GANHAMOS O SEMESTRE", QUE MANCHETES A IMPRENSA VAI INVENTAR PARA NOS PREJUDICAR E ATRAPALHAR?

Ganhamos do Paysandu de quem só perderíamos na improvável hipótese de um desastre futebolístico de enormes proporções.

As manchetes negativas da mídia, ameaçando os jogadores palmeirenses com a perda do semestre, e outras impropriedades, foram mais um fantasma exorcisado pela equipe, tanto quanto foi o outro fantasma, o da falta de vitórias no Palestra.

Missão cumprida! Dos fantasmas, ficamos livres, da imprensa, não!

A imprensa, brevemente, vai voltar a atacar, mas vai ter de fazer uma reengenharia e usar outra estratégia.

Com a estupidez explícita da utilização do chavão "perda de semestre", já não pode mais ameaçar nem acuar o grupo de jogadores palmeirenses.

Dessa, pelo menos até que façamos o jogo contra Atlético PR ou Sampaio, conseguimos nos livrar.

Há anos que manchetes e noticiários maldosos e derrotistas vêm sendo utilizados contra o Palmeiras, visando a introjetar nos jogadores uma carga desproporcional de responsabilidade, desestabilizando-os, emocionalmente, levando-os a obrigação de acertar sempre, induzindo-os ao medo e ao erro.

E depois, com a maior desfaçatez, a maioria dos jornalistas vai para os microfones, redações, e estúdios de tv e proclama, debochadamente, ironicamente: "Estão transformando o Palmeiras em uma nova Portuguesa".

Mas quem está fazendo isso senão muitos histriões bambis e gambás que têm carteirinhas da Aceesp e da Abrace, facciosíssimos e desprovidos de ética ?

Eles são tão idiotas e jactanciosos que imaginam que ninguém percebe as maquinações!

Peço perdão aos cronistas que podem atirar a primeira pedra e, no entanto, não o fazem por conveniência, medo ou corporativismo.
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Falarão em que e o que, a partir de agora?

Em salários atrasados?

Se tiverem vergonha, não!

Afinal Robert já provou que atrasos por direito de imagem não são exclusividade do Palmeiras.

Estão ocorrendo na maioria dos clubes brasileiros e que, apesar do atraso no Palmeiras, nenhum jogador esta morrendo de fome.

Interessante é que os bambis estavam com os direitos de imagem atrasados na semana passada, e ninguém repercutiu a notícia, só divulgaram a notícia.

Nenhum comentarista disse que a falta de pagamento dos direitos poderia prejudica-los dentro de campo.

Como de hábito, omitiram-se, covardemente!

Eles morrem de medo da diretoria do SP que, segundo disse em pleno ar pela Rádio Globo, o
correto Osvaldo Pascoal, telefona para a direção dos veículos a fim de reclamar dos profissionais que dirigem críticas contra o clube.

Só não me disseram se a diretoria bambi pede a cabeça dos profissionais, a julgar pelo medo que todos têm e pelo excessivo cuidado em abordar o noticiário negativo daquele clube.

Voces não notaram que ninguém fala mais nos casos dos garotos Oscar, Bruno e outros que recorreeram à justiça tentando se desvincular daquele clube?

Já imaginaram que escarcéu estariam fazendo fossem eles jogadores do Palmeiras?

Voces ainda se lembram do caso Ilsinho? A imprensa não falou nada contra a pirataria dos bambis, mas criticou violentamente o Palmeiras acusando o clube de desídia e omissão.

Até hoje falam em "esquema Parmalat" e nos desvalorizam as conquistas da década de 93 e 94, alegando que quem ganhou não fomos nós, mas a Parmalat.

E sobre o Sweitão, a maior vergonha do futebol brasileiro em todos os tempos, por que ninguém nunca fala?

E sobre o esquema criminoso da MSI por que não falam também?

Até hoje falam no presidente que roubou o Palmeiras há muitos anos mas o que desviou muitos milhões nos gambás, recentemente, ninguém toca mais no assunto.

A imprensa, de um modo geral, só fala, só grita e só denuncia com ênfase quando o clube envolvido é o Palmeiras. É terrorismo mesmo! Mas quem já não sabe disso ? Voltemos ao jogo.
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A vitória suada de ontem sobre o Paysandu resgata, em parte, o ânimo do grupo perdido nos desvãos de derrotas inexplicáveis e inesperadas.

Devolve minimamente a relação de confiança entre o time e a torcida, mas todos têm certeza de que ainda há um largo caminho a percorrer em busca das almejadas afirmação e regularidade.

Foi um jogo em que a defesa esteve forte, firme, inexpugnável, irreparável, constituindo-se em um autêntico paredão. Que bela partida jogaram Léo e Danilo. Que partidaça jogou Armero!

O meio-campo foi simples, eficiente, estável, equilibrando o time, proporcionando um ótimo suporte à defesa com Pierre e Edinho e um discreto apoio ao ataque com Ivo e Diego.

Embora oscilante a peça ofensiva construiu alguns bons lances, uma ou outra tabela vistosa, muitos arremates distorcidos, um gol do artilheiro Robert e a estréia promissora de um candidato a craque, Bruno Otávio.

Mesmo tendo dois penaltis claríssimos ignorados pelo árbitro, um sobre Bruno Otávio e o outro num toque de mão escandaloso do zagueiro Paulão, o Palmeiras despachou o Paysandu.

Muito mais do que isso afrontou e derrotou o terrorismo mídiático e habilitou-se com sobejo e eficiência, a prosseguir em sua trajetória nesta Copa do Brasil.

Agora, em vez de falar na exagerada bobagem da perda do semestre, que a imprensa fale, apenas, em mais um jogo do semestre, a ser travado contra o vencedor de Atlético Paranaense contra o Sampaio Maranhense.

Que, mais do que isso, fale, também, nas ótimas perspectivas que tem o Palmeiras de seguir em frente no atalho redentor que conduz um time ao mundo da Libertadores.

Estamos fartos de injustiças e de terrorismos midiáticos!