Observatório Alviverde

17/05/2010

COM ZAGO E COM ESSE ELENCO LIMITADO, NÃO TEMOS NENHUM FUTURO!

Vergonha, fiasco, decepção! Escolha, você mesmo, o grau da expressão capaz de definir o arremedo de time que foi o Palmeiras de Zago, ontem, contra o Vasco. Além de não importunar, em momento algum, um adversário fraco e bisonho, o Verdão correu grandes riscos de voltar para a casa derrotado, humilhado e com o moral abaixo da sola das chuteiras. Isso apenas não ocorreu por conta da fragilidade técnica do time carioca, seguramente um dos piores destas primeiras rodadas do Brasileirão.

Zago, ontem, confirmou que, efetivamente, não passa, ainda, de um aprendiz de treinador. Não tem cancha, conhecimentos, personalidade e nem amadurecimento para dirigir um clube da importância do Palmeiras e mostra isso a cada jogo.

Suas atitudes táticas, peculiares a técnicos que pensam pequeno, em desarmonia total com a filosofia que deve nortear um clube das dimensões do Palmeiras, são de causar perplexidade. Antônio Carlos não transmite nenhuma firmeza ou confiança ao elenco ou à torcida. Só Cipullo, um apedêuta em futebol, não sabe disso ou, se sabe, finge não saber. Peça pra sair, Cipullo.

Como é que o Palmeiras pode, ao menos, aspirar a uma vaga na Libertadores, (como falar em título?), com um time como esse? Fechado, retrancado e armado como time pequeno, propositadamente, só para não perder o jogo ou sofrer gols? Que, em razão disso, comete suicídio tático, abdicando de atacar? Por quê esse time repleto de volantes obsessionado apenas por marcar e que transforma seus atacantes também em volantes para ajudar na marcação?

Como pode um time da tradição do Palmeiras atuar sem ninguém no ataque com capacidade suficiente para, ao menos, molestar a defesa adversária? Já não bastou a desclassificação na Copa do Brasil? Não, parece que Zago e Cipullo querem mais!

A exemplo do que acontecera contra o Atlético em Goiânia, Zago, uma vez mais, anunciou um 4-4-2 mas, na prática, adotou o 4-6-0. Prendeu os laterais, mais Vitor do que Armero, jogou com três volantes de contenção à frente da zaga. recuou Cleiton Xavier também para a função de marcação e até Ewerthon e Robert, os dois atacantes,que também se transformaram em volantes para marcar o "irresistível time vascaíno". (É um fenômeno esse Zago).

Na verdade, Palmeiras e Vasco fizeram um antijogo. Estiveram, frente a frente, um time fraquíssimo, mas que queria vencer, o Vasco da Gama, e um time covarde, medroso, acoelhado, sem auto-confiança, que lutava, exclusivamente, para não perder, o Palmeiras.

Sem medo de erro afirmo que esse Palmeiras e Vasco foi o jogo mais feio e mais fraco exibido pela tv neste semestre. Zero a zero foi, mais do que um resultado à altura da péssima qualidade do espetáculo, um premio justíssimo à mediocridade técnica de um time e à covardia tática de outro.

É necessário e honesto, entretanto, que se diga, "em passant", que o Vasco esteve menos longe do primeiro gol do que o Palmeiras. Embora não chutasse com freqüência, o time carioca criou algumas chances e foi o "patrão" da bola, que sempre transitou da linha limítrofe do meio de campo deserta de jogadores de camisas verdes até a área congestionada do Palmeiras, em 80% do transcorrer do jogo.

Vasco X Palmeiras foi daqueles jogos que se pode definir como "jogo de um time só" ou de "linha contra a defesa", haja vista o completo domínio territorial cruzmaltino. O Palmeiras só conseguiu um leve desafogo a partir dos 30 minutos do segundo tempo quando o Vasco, cansado, já não conseguia mais manter o ritmo físico e a correria, impostos desde o início da partida.

Gostei do Marcos, do Edinho, do Márcio Araújo. À rigor, foram os poucos que se destacaram e se salvaram, muito mais por suas atuações individuais, do que em razão do plano coletivo. Quanto aos demais reconheço o empenho e o esforço de cada um e o sacrifício tático, por exemplo, de Vitor, um ala/lateral dos melhores no trabalho de apoio, simplesmente proibido por Zago de ultrapassar o meio de campo.

O elenco está de parabéns pela bravura, pelo espírito de luta e pela entrega total demonstrados, em noite de pouca inspiração de Marcos Assunção, de Robert, de Ewerthon (também sacrificados taticamente)e, principalmente, de Cleiton Xavier que cumpriu, tática e individualmente, uma de suas piores performances com a camisa palmeirense.

Mas a nota zero decorrente da medíocre exibição, tem de ser atribuída a Antônio Carlos e a mais ninguém. Não pela escolha e escalação do time que entrou em campo, seguramente o melhor possível, em razão da contusão de Lincoln. A nota zero vale para a covardia tática do aprendiz que, a continuar colocando o Palmeiras para jogar como time pequeno, vai acabar levando o Verdão a uma situação cada vez mais incômoda neste Brasileiro.

Do jeito que a coisa anda, se não melhorar, vamos brigar para não cair. Com Zago e com esse elenco, não temos nenhum futuro!

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