Observatório Alviverde

06/02/2018

VAR: O CURICA (COMO SE ESPERAVA) NÃO ATIROU CONTRA O PRÓPRIO PÉ!



O Corinthians liderou, no Congresso Técnico da CBF ontem, no Rio, a rejeição ao VAR, como está sendo chamado o sistema de vídeo arbitragem que a CBF está propondo e que o futebol brasileiro, há anos, tanto reclama.

Mas quem poderia esperar algo diferente da parte desse clube, muito mais do que acostumado, viciado em ganhar jogos, torneios e campeonatos mediante erros indecentes e clamorosos de arbitragem que tanto o favorecem? 

Houvesse árbitros de vídeo no ano passado e o fraquíssimo time do Curica não teria levantado o título Nacional. 

Logo no início do Brasileiro/17, as arbitragens o premiaram com vários pênaltis inexistentes, com a validação de muitos gols ilegais pró Curica e outros, legítimos dos adversários, inexplicavelmente anulados, noves fora o importante jogo dos cartões sempre jogado a favor deles. 

O gol de mão de Jô contra o Vasco foi o corolário de um festival de irregularidades e imoralidades de um campeonato que o Curica conquistou muito mais fora do que dentro de campo.

E conquistou com o beneplácito vergonhoso e participativo de muitos árbitros, da maior parte da mídia, de jornalistas tendenciosos e dos próprios meios de comunicação!

Então, por que e para que o time mais beneficiado em todo o Planeta Terra pelos erros de arbitragem (seriam erros mesmo?) admitiria ou reivindicaria  qualquer mudança no "status quo" vigente no atual futebol brasileiro que tanto o ajuda, robustece e favorece?  Que sempre funcionou e funciona como o seu décimo segundo jogador?

A alegação do Curica e de alguns clubes brasileiros que com ele se alinharam, (o Cruzeiro é o maior exemplo) de que a existência do mecanismo anti-furto dos jogos do Brasileirão custaria 40 mil por jogo e que seria muito dispendiosa aos clubes, não passa de mito, de um jogo de cena que oculta a verdadeira face de tantos clubes que já se acostumaram a ter no apito um aliado. 

Opondo-se à inominável sem-vergonhice dessa gente, o presidente do Bahia tão logo terminou o Congresso, declarou que a ele pouco importava o custo do VAR, porque o que ele considerava mais importante erq que as partidas fossem decididas sempre dentro de campo.

Modéstia à parte posso falar de cátedra acerca de todos os clubes que dispensaram o árbitro de vídeo porquanto trabalhei como cronista esportivo em todos os estados dos clubes que estão inseridos no Brasileirão/18. 

Pelo que sei e vivi da história de cada um, vou expor o meu pensamento em relação àqueles que desaprovaram e julgaram desnecessário o árbitro de vídeo. 

Começo pelo Curica que liderou o movimento anti-vídeo em âmbito nacional e  conseguiu desmontá-lo, ao menos num primeiro momento!

Diante dos fatos e antes de qualquer outra coisa quero dizer que o VAR, adotado de forma isolada, será insuficiente para reprimir as ajudas e favorecimentos ao Curica. 

Paralelamente seriam necessárias intervenções na FPF  na  CBF e nos tribunais esportivos onde esse clube, há décadas, dita a política vigente e predomina, isto é, dá as cartas e joga de mão, em detrimento dos demais.

Ah, e antes que eu esqueça, seria preciso também que o governo aplicasse a lei anti-monopólio e exigisse que ao menos mais uma rede televisiva além da Globo fosse credenciada a transmitir ao vivo os eventos do futebol brasileiro, colocando no ar sempre um jogo diferente daquele que a Globo estivesse mostrando ao vivo.

Falo, agora, do Santos o primeiro apoiador do Curica, que sempre foi uma espécie de segundo time tanto dos curicanos quanto dos Bambis (da torcida e da mídia)...

O Santos, fora de casa, se não é tão ajudado, ao menos não é prejudicado.

Nos jogos realizados na Vila Belmiro exerce uma pressão descomunal sobre os árbitros e a maioria deles, na dúvida sempre apita pro Santos. Então, por que esclarecer, se o que interessa mesmo a esse clube é sempre a dúvida?

Aqui em Minas o favorecimento à dupla Cruzeiro e Galo se alterna há muitos anos, em âmbito local.  Em relação aos eventos nacionais e internacionais só o Cruzeiro leva vantagem. 

Não sei se pelo fato de uma nova diretoria ter tomado posse este mês, por mais que me esforce, não consigo entender a posição do Atlético contrária ao VAR, já que o Galo, várias vezes, foi vítima dos árbitros, das arbitragens, dos tribunais, da CBF, da Rede Globo e do próprio sistema. 

Quanto ao América, creio que é um dos poucos clubes que recusam o árbitro eletrônico de verificação motivado pelo fato de arrecadar pouco. A média de público americana é de 2 a 3 mil por jogo (baixíssima) e sua renda seria insuficiente para cobrir semelhante despesa, orçada em 40 mil por jogo (preço estratosférico, irreal e absurdo).

No mesmo motivo enquadram-se o Fluminense e o Paraná, cujas médias de público não são tão pequenas mas encontram-se bem abaixo da média geral, exceto nos jogos decisivos ou nos clássicos regionais.

Sport, Vitória e Ceará (os conheço de perto), clubes acostumados aos favorecimentos domésticos sabem que perdem o poder de pressão quando jogarem em casa, se vierem a adotar o juiz de tela. Por isto o rechaçam!

A mim causa-me espanto e perplexidade o Vasco da Gama o clube carioca de uns anos a esta parte mais perseguido assumir posicionamento contrário ao  juiz eletrônico.

A posição cruzmaltina deve ter sido assumida pela nova diretoria apenas para retaliar e contrariar o pensamento do ex-presidente Eurico Miranda, favorável à moderna modalidade arbitral, muito mais justa e perfeita.

Do outro lado da moeda, isto é, entre os clubes que desejavam o recurso, pontifica o Palmeiras e não é  nem preciso que se explique porquê, tantas são as sacanagens arbitrais em cima de um clube que não sabe se defender. 

Em relação ao Flamengo, se não perplexidade causa-me estranheza o posicionamento favorável ao VAR em face de, secularmente o time da Gávea  ser um dos clubes brasileiros mais beneficiado no jogo do apito. 

A atitude dos dirigentes rubro-negros traz-me, de imediato, uma imagem de seriedade e são um forte indício de que eles querem ver campeonatos mais sérios em consonância com as exigências do bom-caratismo e do "fair-play". Muito bom dizer isto, porque faz-nos concluir que nem tudo está perdido.

O apoio da Chapeconse já era esperado, decorrente da seriedade que permeia a administração desse clube cuja sede está localizada em Chapecó, a menor entre todas as cidades inseridas no contexto da Série A do Brasileirão. Os homens do interior ainda preservam  e perseveram em seus sonhos de um mundo melhor!

O Botafogo, não sei argumentar porque aderiu ao rival Flamengo e aos clubes que desejam a conferência eletrônica das jogadas duvidosas. O argumento financeiro talvez seja o mais provável!

Inter e Grêmio, por incrível que pareça, estão do mesmo lado em relação à arbitragem eletrônica, embora sempre ajudados quando atuam em Porto Alegre.

Apesar dos pesares e apesar de tudo, a adoção do VAR é mera questão de tempo!

Batalha perdida, guerra mantida, que os dirigentes do Palmeiras não esmoreçam nunca dessa luta pela imposição da moral, dos bons costumes e das decisões corretas no futebol brasileiro (AD)

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Deu para ver a que ponto chegaram? (AD)