Observatório Alviverde

12/01/2013

PROCURANDO SARNA!


 

Quando Assunção foi embora eu pensei que o Palmeiras, finalmente, pudesse livrar-se da praga dos balzaqueanos.

Esse tem sido um dos males constantes da falta de pegada e lentidão dos times que montamos a cada ano, refletindo um pensamento retrógrado, mais antigo do que o próprio jogo, que diz que:

"todo o time tem de ter um jogador mais velho, um veterano para conter o ânimo dos mais novos e comandar o time dentro de campo".

Isso pode ser verdade em alguns casos, mas não se trata de uma verdade absoluta, de um dogma.

As maior parte das experiências, antigas e recentes, do Palmeiras com jogadores mais velhos, muitos deles ex-craques sem condições físicas, redundaram em fracassos.

Foi assim, para que falemos apenas dos últimos anos, com Juninho Paulista, com Edmundo, com Ewerton, com Lincoln, com Alex Mineiro, Edmilson, Figueroa, Roque Júnior (em 2008), Mozart, Leandro Bochecha (2013) para citar apenas aqueles dos quais ainda me recordo.

Paulo Bayer foi a exceção dessa regra, conquanto muitos de nossa torcida o houvessem hostilizado.

Ele foi, praticamente, defenestrado da equipe embora vivendo um bom momento, trocando o que tinha a receber por sua imediata liberação em outra das contumazes injustiças de nossos dirigentes.

Entre outros veteranos cogitados e não contratados que figuraram em nossas pretensões, o Palmeiras deveria ter contratado Rivaldo, palmeirense confesso, ainda em atividade.

Entretanto, ele foi vetado pelo "sapientíssimo" Scolari, o mesmo que proferiu o atestado público de incapacidade e falta de visão de futebol ao verberar que o Palmeiras não tinha ninguém da base a ser aproveitado no time principal.

Hoje, vendo Luis Gustavo, Chico, Bruno Dybal, Chico, Edilson e um extraordinário volante chamado Rato, fico imaginando se a frase de Scolari foi dita por interesse pessoal, desidia ou pelo fato dele enxergar muito pouco em matéria de futebol.

Ironicamente, mais irônico do que Felipão ser o novo treinador da Seleção, o pior atacante do time de baixo é, sem qualquer dúvida, Vinicius, o predileto de Scolari, que tem de melhorar muito para jogar mal, quanto mais para jogar bem.  

Ao menos nos três jogos que disputamos, faltou-nos um centro-avante capacitado, o que Vinicius não conseguiu incorporar nem no jogo inicial contra o fraquíssimo Confiança quando fez um gol óbvio e outro acidental.

João Pedro, alto, muito forte, talentoso e poderoso no jogo aéreo, incompreensivelmente esquentando o banco, mostrou, ao menos a mim, que já é um jogador pronto para aprender no elenco profissional, com Barcos, os últimos truques e segredos da posição de um camisa nove.

Narciso, talvez premido pelo sistema e pelos interesses de tantos, comete uma grande injustiça ao colocar o garoto cearense como reserva de Vinicius que não consegue render satisfatoriamente nem entre os juniores

Em todo o caso, ainda espero que Vinicius arrebente nesta Copa São Paulo e prove que tem bola para continuar figurando no time profissional

Entremos, agora, no assunto principal

Creio ser completamente inoportuna essa tentativa do Palmeiras em contratar Riquelme.

Como acreditar em um jogador de idade provecta, parado há seis meses, de uma personalidade introvertida, esquisita (em português, não em espanhol), que faz questão de cultivar poucas amizades com o exagero de não falar com muitos de seus companheiros de time?

Recorri a alguns sites da imprensa portenha a fim de saber o que pensam os hermanos, "periodistas e hinchas", isto é, jornalistas e torcedores, a respeito de Riquelme.

A opinião mais jocosa foi a de um torcedor que disse que "hoje, Riquelme não consegue correr nem para ir ao banheiro".

As opiniões favoráveis o definem como um jogador clássico, inteligente, de ampla visão de jogo, exímio batedor de faltas e que, "mesmo sem treinar, em um time no qual ele era o único craque, levou o Boca às finais da Libertadores".

As opiniões desfavoráveis afirmam que, além do temperamento difícil, Riquelme é lento, desmotivado, enjoado de jogar e que está parado há muito tempo.

Muitos acreditam que Riquelme não conseguiria jogar mais de seis meses no Brasil principalmente porque dificilmente se adaptaria ao jeito brasileiro de ser, além de não gosta de treinar.

A conclusão óbvia a que se pode chegar, processados os prós e os contras, é que Riquelme não gosta de treinar. 

Então, como e para que contratar um jogador assim, abrindo um enorme precedente entre um elenco heterogêneo com muitos jogadores que também não gostam de treinar?

Eu sei de muitos casos em que a chegada de um veterano mudou para melhor o comportamento de um time.

O caso mais famoso que conheço é o de Jair da Rosa Pinto, o catapultador de Pelé para os gols e para a fama nos remotos anos 57 e 58 do século passado.

Após deixar o Palmeiras, transferiu-se para o Santos e como o maior lançador da história do futebol brasileiro em todos os tempos, levou Pelé à artilharia consagradora dos 58 gols, conforme o próprio Pelé declara em seu livro "Eu Sou Pelé", !

Mas a maior parte das experiências com veteranos redundou em fracasso e, no futebol corrido e concorrido de hoje, de alta exigência física, só um balzaqueano fisicamente enxuto teria condições de dar conta do recado. Não é o caso de Riquelme!

Sem retirar uma simples vírgula ou contestar qualquer parágrafo de qualquer reportagem que trata Riquelme como craque, eu preferia que o Palmeiras o esquecesse e que o ônus dessa aposta, verdadeira aventura financeira de 420 mil reais/mes fosse feita por qualquer outro clube da primeira divisão.

NAS ATUAIS CIRCUNSTÂNCIAS DO PALMEIRAS EU NÃO FARIA UMA APOSTA COMO ESSA!

VOCÊ FARIA?

É PROCURAR SARNA PRA SE COÇAR!
    
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