Observatório Alviverde

09/06/2013

O JUIZ ERRA FEIO, O PALMEIRAS PERDE E A TORCIDA DIZ QUE BRUNO, ARAÚJO E KLEINA ENTREGARAM O JOGO!

 

Em jogo atípico, disputado sob chuva torrencial e em gramado impraticável, o Palmeiras perdeu para o Sport em Recife por 1 x 0.

O estado deplorável do gramado da Ilha do Retiro subtraiu a lógica do jogo e o que se viu em campo foi tudo, menos futebol.

Fosse o “soccer” brasileiro administrado nos moldes da NBA, isto é, profissionalmente, o jogo teria sido interrompido logo aos 20 minutos e transferido para outra data.

Sem drenagem eficiente, repleto de poças e transformado em um imenso lamaçal, o péssimo estado do campo do Sport impediu a bola de rolar e tirou o brilho de um dos mais promissores clássicos da série B que transformou-se em uma autêntica pelada sub-aquática

No vai e vem cansativo e interminável da bola, predominaram os chutões, o jogo aéreo e as rebatidas fortes para o alto, por cima e para cima, sem que ocorresse uma única tabela sequencial, já que a bola não rolava.

Arremate a gol, então, foram raros, sendo que a maioria deles passou ao largo das balizas de Palmeiras e Sport.

Por tudo isso, a derrota palmeirense, embora doída, não pode, desta vez, ser colocada na conta de ninguém do time, seja Kleina, Bruno ou Araújo!

Entretanto, inexplicavelmente, a parte imatura, implicante e incompreensiva de nossa torcida procura culpados para linchar e aponta, com o dedo em riste, ameaçadoramente, para os três.

Interessante é que, ao mesmo tempo, esculhambam o árbitro e afirmam que ele, sim, foi o grande responsável pela derrota em Recife.

Como sabem pouco de bola! Como são incoerentes!

Culpabilizar Kleina, Bruno e Araújo por uma derrota anômala fora de casa em jogo diícílimo, jogado pau a pau, é um despropósito!

Leve-se em consideração que o Palmeiras não se omitiu e jogou de acordo com as possibilidades permitidas pela chuva interminável e pelo piso impraticável, e jamas esteve inferior ao Sport.

Demonizar Kleina, Bruno e Márcio Araújo é um erro indesculpável de nossa torcida, cuja gravidade é semelhante à crucificação de Valdívia que continua em marcha, orquestrada pela banda podre da torcida.

Entretanto, creio que predominantemente a geração “teen” que torce pelo Palmeiras participa do linchamento de Kleina, Bruno e Araújo.

Kleina, em meu entendimento, tem errado em algumas escolhas, mas pela campanha que vem fazendo – inclua-se o jogo de ontem – ainda tem crédtio. Já perdeu muito, mas ainda tem!

Como culpar Bruno pelo gol? Por ter espalmado a bola para dentro da área em defesa reflexa, ilhado e cercado por companheiros e adversários, sem tempo e espaço para raciocinar e direcionar a bola?

Aí não, João que isso é coisa de Mané! O Palmeiras não é a Portuguesa e nem será uma Portuguesa, como insinua o Milton Neves, mas que está cheio de “Mané” isso “tá”!

Como é que ele poderia espalmar a bola molhada e pesada arrematada à queima-roupa, direcionando-a para fora da área, para a linha de fundo ou colocando-a por cima do gol?

Bruno fez o que pode, mas quis o imponderável que a bola sobrasse, à feição, para Nunes mandar para o barbante.

A implicância com Araújo, o melhor palmeirense em campo, ontem, contra o Sport, é tanta que conseguiram transformá-lo em vilão e responsável direto pela derrota.

Todos se esquecem que, além de correr demais, de marcar forte, de roubar a bola constantemente, de servir os companheiros, de cobrir o avanço dos laterais e dos zagueiros, de ser o responsável pela saída de bola, de apoiar o ataque e cumprir tantas tarefas importantes, salvou um gol feito do Sport sobre a linha.

Mas isso os perseguidores de Araújo não mencionam nunca, porque não lhes interessa!

O erro pelo qual Araújo teria de ser repreendido ou apenado foi aquele de procurar o árbitro para reclamar contra o suposto escanteio, jogada que originou o gol do Sport, no último lance do jogo, já nos acréscimos!

É claro que o árbitro errou e que o Palmeiras foi prejudicado.

Porém a reclamação burra, infantil, inútil, desproposital, sem a menor necessidade não foi uma atitude inteligente e profissional, de Araújo que acabou sendo expulso.

Suspenso, automaticamente, ele desfalca a equipe terça-feira em Natal contra o América.

Como tudo o que é ruim é imitado, a dispensável e impulsiva atitude de Araújo foi repetida por outros jogadores entre os quais o mais saliente foi Henrique que, no entanto, não foi punido com a aplicação do cartão.

O técnico Gilson Kleina, que também partiu para reclamar, foi citado em súmula pelo árbitro matogrossense Wagner Reway e pelo que o apitador escreveu na súmula, dificilmente escapará de uma punição.

A respeito de Araújo, eu, particularmente, não gostaria que ele fosse embora do Palmeiras.

Porém, pelo ambiente negativo e irrespirável que a torcida mais ignorante do Brasil - parte da nossa que reside na capital - criou para esse jogador, eu, embora a contragosto, apoio qualquer iniciativa do Palmeiras em negociá-lo, mesmo convicto de que estamos perdendo um bom jogador,

Pelo que vejo e sinto, não há, mesmo, clima para Márcio Araújo permanecer no Verdão, a não ser que a paralização da série B por um mês possa ter o dom de baixar toda a poeira de negativismo que o envolve!

O Palmeiras deveria, também, fazer o mesmo com Maurício Ramos, outro que, mesmo se vier a jogar muito, não terá, jamais, o trabalho reconhecido por muitos idiotas da torcida do Palmeiras e será, sempre, como é corriqueiro, responsabilizado pelos fracassos da equipe.

É muito desconhecimento, muita imaturidade  e muita cornetagem em cima de alguns jogadores, como se fossem eles os únicos responsáveis pelos maus resultados do Palmeiras.

Aí dizem que a nossa torcida age assim porque é exigente e seletiva.

Seletiva ou  provocativa?

Exigente?

o, perdão, pouco inteligente!

Vamos raciocinar porque os números e a matemática não mentem.

Em cinco jogos o Palmeiras sofreu 3 gols, isto é, menos de 1 gol por jogo.

Considerando que Bruno falhou no gol do América Mineiro e o gol do Sport, ontem, foi fruto de erros clamorosos de arbitragem, a rigor, no duro, no duro, nossa defesa somente sofreu um gol pelas chamadas vias normais.

Criticar por achismos, criticar por criticar e cornetar, todo mundo gosta, mas, pensar, estudar, raciocinar e racionalizar as situações ninguém quer !

Como tenho dito reiteradamente, nossos maiores problemas no time, não estão do meio de campo para trás, mas, ao contrário, do meio campo para a frente.

Kleina terá, para o segundo semestre, o arcabouço da defesa pronto, escolhendo entre Praatz (Bruno), Vilson (Ramos), Henrique (Tiago) (André Luiz), e, se quiser, Marcelo Oliviera, mas precisamos de dois bons laterais, um para cada lado.

No meio de campo temos ótimos jogadores de contenção mas precisamos, urgentemente, de meias de ligação e de aproximação para melhorar a força de ataque e chegar com mais facilidade aos gols.

Vou repetir o que disse em outra postagem:

Se Valdívia não voltar logo (deveria ter voltado, como disse antes do jogo, embora em razão do campo pesado tenha sido melhor que não voltasse) e se o Palmeiras não contratar atacantes mais eficientes no quesito drible, penetração e finalização, nosso regresso à Série A será difícil e problemático.

Como frisei antes de começar o campeonato e venho sustentando, nossa defesa, mesmo sem os reforços, é boa e viável, mas com o ataque que temos hoje, em que Leandro e Vinícius são ídolos, não vamos chegar a lugar algum.

O juiz errou? claro que errou e errou feio.

O escanteio assinalado não existiu!

Não foi córner aqui, na Coréia, no Japão, na China, na Conchinchina ou  em lugar algum do mundo, só onde não interessava, na Ilha, em Recife.

Mas noves fora o erro do escanteio e o suposto toque de Nunes que não ficou claro nas imagens, o árbitro esteve bem e não pareceu-me mal intencionado.

Cumprindo a escrita de nosso interminável karma, levamos mais um gol “ao apagar das luzes” como costumavam figurar os locutores esportivos de antigamente, eu, inclusive..

O nosso destino imutável, como praga de madrinha, é levar sempre os gols da derrota nos minutos derradeiros das partidas.

Em contrapartida, o nosso maior adversário, o Cu-rintia os marca nos mesmos períodos de jogo, fugindo das derrotas ou construindo retumbantes e inesperadas vitórias.

E ainda tem gente que não acredita, afirma que é ignorância e desdenha quando eu e muitos afirmamos que um dos maiores problemas do Palmeiras é o espiritual… Mais uma vez fica provado que sim!

Queiram ou não os materialistas, os fanáticos religiosos e os céticos, a cada dia fica mais patente e explícito que é isso mesmo!

Quem tem olhos para ver, veja! Quem tem ouvidos para ouvir, ouça!

Outro aspecto espiritual a ser realçado.

Todos os jogadores repudiados pela torcida do Palmeiras quando a diretoria cogita de contratá-los, tornam-se algozes da equipe.

O Palmeiras quis Finazzi a torcida não!

O Palmeiras quis Bill, a torcida não!

O Palmeiras quis Val Baiano, a torcida, não!

O Palmeiras quis Nunes, a torcida, não!

Foi assim com várias dezenas de jogadores que, rejeitados, decidiram muitos jogos contra o Palmeiras.

É a velha mania do elitismo, da prepotência e da vaidade de uma torcida elitista, metida a sebo, que se julga em plano superior às outras, com honrosas exceções, é claro, para a qual nenhum jogador ou técnico que não tenha nome e fama presta ou tem o menor valor!

Não, não estou querendo (nunca quis) esses jogadores no Palmeiras, excessão feita a Val Baiano, em quem eu apostaria tranquilamente, mas cito-os como exemplo.

Em matéria de reconhecer o trabalho de técnicos e jogadores, não existe torcida pior do que a nossa em todo o mundo! Nenhuma!

Sei que perder nunca é bom, ainda mais nas circunstâncias de ontem em Recife.

Ninguém, mais do que eu, desacredita do trabalho de Kleina, de sua capacidade e carisma para formar um grande time no Palmeiras e nunca escondi isto.

Mas, enquanto ele estiver trabalhando de forma correta e honesta, tem de merecer o nosso apoio completo e irrestrito.

Imagino que durante o período de recessão decorrente da disputa da Copa das Confederações, Kleina terá tempo para aprimorar o elenco com dispensas e contratações depurando o elenco.

Assim, quem sabe, ele terá condições de formar um grupo capaz de conseguir os resultados e levar a equipe à liderança da série B.

Tempo, claro está, ele terá!  Capacidade, eu não sei, e creio que não;

Acredito que algumas dispensas serão efetivadas e vários jogadores poderão ser negociados, mas não me arrisco a nominá-los.

Da mesma forma, muitos reforços, sobretudo para o meio e campo e ataque, serão contratados, a fim de reforçar o elenco e ajustar e definir uma equipe suficientemente capaz para nos reconduzir à Série A.

Com esse time que Kleina formou, será muito difícil! Times de ataque improdutivo não tem condições de chegar a lugar algum!

Com o retorno do desequilibrante Valdívia, já teremos condições de realizar um formidável  “up-grade” no time, justamente no setor mais carente e vulnerável da equipe, o ataque.

A chegada do paraguaio Mendieta também pode representar um acréscimo técnico considerável no Palmeiras, dos pontos de vista tático e técnico, incrementando a nossa força ofensiva.

Ananias, chamado tão logo terminou os exames médicos para compor o grupo em Natal e que pode estrear terça-feira contra o América, é um jogador que se reprisar suas boas atuações na Portuguesa, será um bom reforço.

Entretanto, ainda vai faltar um centroavante goleador, tão dificil de ser encontrado, como uma agulha no palheiro.

Falam em outro paraguaio, Pablo Velasquez, um jogador técnico porém lento, que costuma jogar armando, muito longe da área, e que, pelas suas características, exceto o arremate forte e o jogo aéreo, parece-me muito aquem de nossas expectativas e necessidades.

Creio que nessa paralização de um mês o Palmeiras deve processar inúmeras mudanças em seu elenco.

Mas para que o ambiente volte à calmaria anterior e para que o time possa efetuar em paz a transição será necessário, primeiro, que o Palmeiras vença o América terça-feira em Ceará-Mirim, RN!

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NA TV

Gostei do trio pernambucano que transmitiu o jogo.

Não tanto pela transmissão em sí, correta, porém trivialíssima.

O narrador Eri Santos não é daqueles narradores de voz privilegiada.

Porém é um locutor de boa voz, boa dicção e de bom ritmo de relato que não fica inventando e querendo ser mais importante do que o evento que transmite.

Narra sem enrolar, com pouco blablabla e isso é suficiente para agradar o telespectador.

Ademais, foi imparcial e respeitou muito a SE Palmeiras, o que a maioria dos narradores globais, por vício, não consegue fazer.

Mário Flávio, o comentarista e Vitor Bastos, o repórter complementaram bem o trabalho, simples e eficiente!