Observatório Alviverde

23/08/2016

POR QUE LAMENTAR OU DESANIMAR SE O PALMEIRAS AINDA É O GRANDE LÍDER DESTE BRASILEIRÃO!


Nem tanto ao mar, nem tanto à terra, quero deixar claro que não compartilho do clima derrotista que toma conta de ponderável parcela da torcida do Verdão, embora o entenda e o compreenda, perfeitamente!

O empate de domingo contra a Ponte que -na gíria do boleiro- foi definido por Cuca como "daqueles com sabor de derrota", atrapalhou, mas não foi tão negativo quanto a maior parte da torcida está considerando. Explico:

A tabela estava assim em relação aos seis mais bem classificados:
1º Palmeiras, 39 pontos ganhos  e 12 vitórias.
2º Santos, 36 pontos ganhos e 11 vitórias.
3º Grêmio, 35 pontos,10 vitórias, saldo de 10 e um jogo a cumprir contra o Bota no Rio .
4º Galo, 35 pontos ganhos e 10 vitórias.
5º Curica, 34 pontos, 10 vitórias, saldo de 9 gols. 

6º Fla, 34 pontos ganhos, 10 vitórias, saldo de 3 gols . 

Do ponto de vista de perda na tabela, o empate contra a Ponte (adversário difícil, mas uma carta fora do baralho do título) foi muito cruel ao Palmeiras em relação ao Galo Mineiro que derrotou à duras penas o Atlético Pr. em Belo Horizonte por apenas 1 x 0, mas, de qualquer forma, garantiu os três pontos.

Finda a 21ª rodada do Brasileirão, esta expressão aritmética define os primeiros passos de Palmeiras e Atlético no turno decisivo da competição: 4-3=1+1=2 pontos de vantagem (ainda) para o Verdão assim demonstrada:

Os quatro pontos da vantagem palmeirense foram abatidos pelos três pontos da suada vitória atleticana ao que se acresce ponto solitário obtido pelo Verdão sobre a Macaca. 

Conclusão: A diferença de pontos que existia entre Palmeiras e Galo foi reduzida à metade, isto é, a apenas dois pontos

O empate alviverde com a Macaca também foi ruim em relação ao Curica ajudado (outra vez, mais uma vez, quando é que isso vai terminar? Será que termina?) pela arbitragem para derrotar o Vitória, retirando três pontos da diferença que o separava do Verdão (cinco) e que passou a ser agora de apenas de três pontos.

Como o Flamengo empatava (continua empatando) em pontos ganhos com o Curica antes da rodada, também abateu três pontos da diferença existente em relação ao Verdão, reduzida agora para três.

Compensando os agravos numéricos, o empate com a Ponte, aumentou em um ponto a diferença que separava o Palmeiras de Santos e Grêmio, dois clubes do bloco dos favoritos e os perdedores da rodada.

Neste momento o Palmeiras tem quatro pontos a mais do que o Santos e cinco a mais do que o Grêmio, considerando-se que os gaúchos têm um jogo atrasado a cumprir contra o Bota, no Rio.

Analisemos agora o contexto do campeonato sob a perspectiva das próximas rodadas:

OS QUATRO PRÓXIMOS JOGOS DO PALMEIRAS
X Flu, não no Rio, mas em Brasília, campo neutro onde o Palmeiras derrotou o Fla, muito melhor.
X Bambi, Allianz Arena, em casa a arbitragem certamente será mais justa. 
X Grêmio, na Arena gremista, jogo importantíssimo e decisivo contra um concorrente direto.
X Fla, na Allianz Arena, outro jogo decisivo contra outro concorrente direto.

Se o Palmeiras for bem nos quatro próximos jogos, dará um passo decisivo rumo ao funil.

Comparem e constatem que a maratona de todos os concorrentes também não será nada fácil.

JOGOS DO GALO:
X Grêmio em Porto Alegre. Um come o outro ou permanecem abraçados.
X Vitória, em BH contra um time desesperado.
X Flu, no Rio, contra um grande em posição mediana querendo subir.
X Sport, em Belo Horizonte, desesperadíssimo.

JOGOS DO CURICA
X Ponte, em Campinas. É preciso falar da dureza do jogo?
X Sport, em Sampa contra um time desesperado.
X Santos, em Santos, onde um come ou outro ou ficam, abraçados, mediante um empate.
X Coritiba, em Curitiba, onde enfrenta um time desesperado, porém em ascensão.

JOGOS DO FLAMENGO
X Chapecoense em Chapecó, jogo tendente a ser complicado.
X Ponte, no Rio. A Ponte é um visitante que sempre incomoda.
X Vitória, em Salvador, contra outro time com a corda no pescoço.
X Palmeiras, em São Paulo, for de casa contra um adversário direto pelo título.

JOGOS DO SANTOS
X Figueirense, em casa, cuja tendência é o Santos vencer.
X Inter em Porto Alegre, imprognosticável.
X Curica em Santos, também imprognosticável.
X Coritiba, em Curitiba, onde tantos grandes deixaram pontos.

JOGOS DO GRÊMIO 
X Galo, em Porto Alegre. Um come o outro ou, abraçados, ganham um pontinho.
X Coritiba, em Curitiba, contra um time em ascensão.
X Palmeiras, em Sampa, jogo que pode definir o destino dos dois clubes.
X Ponte, em Campinas, onde não é fácil vencer.
OBS - O Grêmio tem um jogo adiado a cumprir contra o Bota, no Rio.

Um aspecto comum na vida dos seis principais concorrentes ao título e à Libertadores é que a Ponte Preta (o Palmeiras acabou de passar por ela), estará presente na vida de Curica, Flamengo e Grêmio. 

O Palmeiras tem dois choques contra os concorrentes diretos Grêmio e Flamengo, com a vantagem de jogar em casa e com o apoio da torcida. Se vencer os dois jogos, a habilitação ao título ficará mais clara. Mas, se perder... 

De qualquer forma, eu continuo acreditando muitíssimo nas perspectivas do time do Palmeiras neste Brasileirão, entendendo que Cuca tem de revisar taticamente os seus conceitos e exigir mais atenção de todos, o tempo todo.

As deficiências do Palmeiras, em meu entendimento, em meu entendimento, em meu entendimento e respeitando todas as opiniões divergentes, residem, sobretudo,  nas laterais onde residem as causas das causas.

Pelo lado direito Jean (improvisado) marca bem e apoia apenas razoavelmente. Pelo lado esquerdo, simplesmente, não temos nenhum lateral que se possa tachar como eficiente. 

Se joga Zé Roberto o time só toca para trás e para os lados no setor, sem o apoio ofensivo de que tanto carece a equipe. Com Gabriel Jesus, por sua movimentação e jogadas no costado dos beques,  o problema minimiza, pois os adversários incursionam menos pelo setor.

Se joga Egidio (quem sabia cobri-lo bem era o volante Gabriel, ora se recuperando de contusão) o time ataca mais, porém fica exposto no setor por seu pique limitado e sua quase nula recuperação. Egídio decepcionou-me, domingo passado. Seria por falta de ritmo de jogo?

Resumo da ópera: não temos um único e exclusivo lateral à altura das demandas e necessidades do time.

Os problemas da zaga interior palmeirense decorrem -muito mais- das deficiências dos laterais do que propriamente da incompetência de nossos zagueiros.

É óbvio que Tiago Martins tem muito o que aprender mas Vitor Hugo joga sempre preocupado por ser obrigado a cobrir o rombo existente na lateral esquerda, seja com Zé Roberto ou com Egídio. 

Às vezes eu fico imaginando o que seria da defesa palmeirense se Vitor Hugo fosse destro.

Cuca, com as peças de que dispõe, não pode -hoje- prescindir de jogar fechado e com dois volantes de contenção. 

Em certos jogos, até com três em sistema de rodízio constante, o que fatalmente ocorreria se o Palmeiras tivesse um grande lançador.

Como não tem esse jogador, o Palmeiras não tira proveito da velocidade de seus atacantes (GJ, Dudu, Erik e Róger Guedes) pois tem de sair tocando a bola, sem o concurso do fator surpresa. 

A contratação de um armador para o lugar de Valdívia, que a parte inteligente da torcida tão e tanto reivindicou (até hoje não foi providenciada) não se concretizou por pura vaidade diretiva.

Certamente com a finalidade de esconder a besteira decorrente da dispensa do melhor jogador do Palmeiras dos últimos dez anos, o estupendo chileno Valdívia. Coisas do Palmeiras!

Em relação aos atacantes, se o Palmeiras quer jogar com velocidade tem de ser um time forte na defesa e rápido na saída de jogo.

Sabem por que nenhum centroavante, nem Barrios, nem Alecsandro, Leandro Pereira ou qualquer outro não dá certo no Palmeiras?

Simplesmente porque o time tem poucas jogadas de linha de fundo, decorrentes das deficiências das duas laterais (muito mais na esquerda) e qualquer camisa nove escalado tem de sair da área para buscar o jogo já que a bola dificilmente chega onde ele está. 

Meu resumo: nas laterais e na falta de definição de uma política de jogo no meio de campo é que se encontram as grandes deficiências palmeirenses.

Outra coisa: notei que o time se entregou em campo após o gol de empate da Ponte, domingo passado. O time precisa ter mais vibração, mais gana e mais vontade de ganhar.

Com tudo e apesar de tudo, continuo acreditando na potencialidade palmeirense pela conquista do título, pois os outros -até o Galo Mineiro que a mídia vem cantando em prosa e verso como melhor do que o Palmeiras - ainda não comprovaram a tão decantada superioridade em relação ao Verdão. 

Você acredita que o empate de domingo o Palmeiras, apesar da liderança, ficou longe do título?

Ou muita água ainda vai passar por baixo dessa Ponte que, felizmente, o Palmeiras já atravessou?

COMENTE COMENTE COMENTE