Observatório Alviverde

02/01/2016

ESTE NÃO É O MOMENTO PARA QUE O PATROCINADOR EXORBITE DE SEUS OBJETIVOS E FALE EM CONTRATAR VALDÍVIA!


 Imagem para o resultado de notícias
Eles querem Valdívia ou, simplesmente, o poder?

Ninguém mais do que este articulista, há alguns meses, gostaria que Valdívia continuasse no Palmeiras.

Da mesma forma, com a franqueza e sinceridade que me caracterizam, ninguém mais do que eu apreciaria, neste momento, que Valdívia permanecesse na Arábia e bem longe do Verdão.

Por que, todos hão de perguntar, a minha súbita mudança, que mais parece a incoerência de alguém que sempre defendeu a permanência do craque chileno no elenco palmeirense?

Em primeiro lugar porque só inocentes não enxergam que ele está sendo usado como massa de manobra pelos patrocinadores, obcecados pelo poder e obstinados a lograr esse objetivo.

Da mesma forma, quem não percebe que as forças visionárias e reacionárias da política tradicional do clube, que jaziam inertes nas alamedas e que haviam perdido, completamente, o espaço e o poder também não fazem o mesmo em relação aos patrocinadores, explorando-lhes, sapientemente, as vaidades?

Precisava o opulento casal ao visitar os emirados árabes, anunciar a viagem pela mídia e posar em  fotos com Valdívia, anunciando o interesse em recontratá-lo, passando por cima do departamento de futebol e desautorizando completamente a administração de Nobre?

Essa atitude, per si, justifica todas as rejeições e objeções que o presidente vem fazendo em relação ao patrocinador, outrora um parceiro e hoje, alinhado (ao menos parece) com tudo o que há de mais arcaico nas entranhas políticas do clube.

Creiam, todos, a julgar-se por tudo o que se viu e, principalmente, pelos últimos eventos, o patrocinador do Palmeiras acabou se tornando um concorrente do presidente e da atual administração.

Como se esse aspecto, per si, não bastasse, temos de considerar que decorreu mais um ano e Valdívia, já um está pouco mais velho e como demonstrou no último Sul-Americano, sem a capacidade física de antigamente.

Da mesma forma, em face da facilidade com que se machuca e da ordem expressa para quebra-lo, via de regra passada pelos técnicos adversários aos seus atletas com a conivência dos árbitros e dos tribunais esportivos, conclui-se que o clima não é propício para o chileno em se tratando de Brasil. 

Além disso, ainda que considerando a condição de craque de Valdívia e o seu imenso e incontestável palmeirismo, há de se considerar a sua condição em relação ao grupo. 

Qual seria a reação do elenco considerando-se o seu altíssimo salário e a sua condição de jogador diferenciado?

Como eu disse várias vezes, sou um admirador do bolero, ritmo insuperável, para aqueles que apreciam a boa música, não os barulhos ensurdecedores da música eletro-eletrônica que acompanha a alienação do ser humano que vive os nossos dias.(Quero dizer que respeito as críticas aos meus boleros e todas as opiniões contrárias).

Lá nos boleros, pincei um, Encadenados, sucesso em 1958, da autoria de Carlos Arturo Briz e gravado originaria e coincidentemente por um chileno, Lucho Gatica e pela mexicana  Chavela Vargas.

Foi regravado, posteriormente, e ainda com mais qualidade do que a gravação original por Vicente Fernandez, Alessandro Fernandez, Jose Luis Rodriguez, Mundito Hernandez e dezenas de outros "cantantes" do primeiro time da América Latina.

No Brasil a música foi gravada em versão por Agnaldo Rayol e alcançou imenso sucesso. 

A letra desse Encadenados aplica-se, inteiramente, à situação ora vivida por Valdívia. Vou publicá-la, em espanhol e português.

 Encadenados (bolero)

Tal vez seria mejor que no volvieras 
(Talvez fosse melhor que não voltasses)
Quizás sería mejor que me olvidaras
(Talvez fosse melhor que me esquecesses)
Volver es empezar a atormentarnos
(Voltar é começar a atormentarmos)
A querernos para odiarnos, sin principio ni final
(A querermos para odiar-nos, sem princípio e nem final)

Nos hemos hecho tanto, tanto daño
(Nós temos feito um ao outro tanto dano)
Que amar entre nosotros es martirio
(Que amar entre nós dois é um sofrimento)
Jamás quiso llegar el desengaño
(Jamais eu quis chegar ao desengano)
Ni el olvidio, ni el delirio
(Nem ao esquecimento nem ao delírio)
Seguiremos siempre igual
(Seguiremos sempre igual)

Cariño como el nuestro es un castigo
(Carinho como o nosso é um castigo)
Que se lleva en el alma hasta la muerte
(Que se leva dentro da alma até a morte)
Y mi suerte necesita de tu suerte
(E meu destino necessita de teu destino)
Y tu me necesitas mucho más
(E tu me necessitas muito mais)

Por eso no habra nunca despedidas
(Por isso não haverá, nunca, despedidas)
Ni paz alguna habrá de consolarnos
(Nem paz alguma haverá de consolar-nos)
Y el paso del dolor ha de encontrarnos
(E o passo da dor há de encontrarmos)
De rodillas en la vida
(De joelhos na vida)
Frente a frente... Y nada más
(Frente a Frente e nada mais)

Creio, sinceramente, que se Valdívia retornar, em face do ambiente adverso, tem tudo para não dar certo e ficará com a culpa completa caso o time vá mal.

Ou vocês acham que os vingativos da Mancha e os detratores de Valdivia vão deixar barato?

ALIÁS, COM UM PATROCINADOR DESSES NÃO É PRECISO NEM DE INIMIGO!

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