Observatório Alviverde

08/08/2011

AVALLONE TRABALHA, ABERTAMENTE, PELA QUEDA DE FELIPÃO!

 

Assisto, todos os domingos, ao “No Pique”, programa de Roberto Avallone, levado ao ar pela modesta rede CNT de televisão.

É óbvio que o “No Pique” não é o programa esportivo de meus sonhos, mas faço questão de ve-lo e de divulga-lo, pois é o único da TV brasileira em que o Palmeiras tem um espaço condizente com a sua grandeza e com a sua importância.

É uma pena que o apresentador-torcedor seja tão passional quando o assunto é opinião a respeito do Palmeiras. Aí ele exorbita de sua condição de âncora, e, mais do que, simplesmente, comentar, quer impor a sua linha de pensamento ao clube.

Certa vez, no site “Muda Palmeiras”, escrevi um comentário no qual abordei a importância do programa de Avallone em termos de promoção e sustentação de marketing da SE Palmeiras.

Naquela época, Avallone tinha o programa exibido em tv aberta e circuito nacional através da Rede Bandeirantes de Televisão.

Entretanto, estranhamente, o programa permaneceu no ar por poucos meses.

Entre razões artísticas e comerciais desconhecidas que tiraram o programa do ar, agregue-se um outro fator: o amplo espaço dedicado  por Avallone à SE Palmeiras, que colidia, frontalmente, com os objetivos da empresa.

Como se sabe, a Band é uma casa que, tradicionalmente, tem como filosofia promover o São Paulo, badalar o Santos, desprezar o Palmeiras, endeusar o Corinthians e cultivar o corintianismo. Avallone é a antítese de tudo isso!

Ao referir-me, no site, ao experiente profissional, lembro-me de haver publicado uma frase: “Avallone, em relação ao Palmeiras, não pode ser cérebro, apenas boca!”

Isso foi dito pelo fato desse profissional não se contentar apenas em emitir conceitos sobre o clube (nos quais ele é um desastre), mas pelo fato de gostar de ingerir nos assuntos do clube.

Seu palmeirismo é comovente, mas por muito mais de uma vez ele causou danos irreparáveis ao clube..

Quem se esquece da decisão do título de 86 e a pressão que ele, então na TV Gazeta, exerceu sobre o despersonalizado Carbone, então técnico palmeirense nos dois jogos finais contra a Inter de Limeira?

Nessa época, já com o saudoso Milton Peruzzi fora da TV, Avallone dava as cartas e jogava de mão, quando o assunto era Palmeiras.

Sua palavra era lei e sua voz obedecida e seguida fielmente pelas diretorias palmeirenses da época.

Por sua marcante atuação na mídia, Avallone, então, era  o mais importante de nossos cardeais, um autêntico Richilieu.

Em um dos palpites mais infelizes de sua vida profissional (ninguém me contou, eu vi e ouvi), eis que o nosso guapo apresentador teve o seu momento indelével de Tomás Alva Edson tupiniquim, quando da decisão Palmeiras X Inter de Limeira, na final paulista de 86.

Mesmo sabendo que Mirandinha não falava e nem tinha amizade com  Eder, Edmar, Jorginho Putinatti, Lino e com 80% do elenco, Avallone bradou de sua gazeta, isto é, de sua tribuna, que encontrara a panacéia tática para que o Palmeiras fosse campeão de 86 com um pé nas costas: bastava que jogassem juntos Mirandinha e Edmar.

De fato, no papel era bonito e factível mas, na prática, era diferente, não pelos jogadores em si, excelentes, muito acima da média, mas em decorrência das diferenças pessoais graves entre  Mirandinha e quase todo o plantel palmeirense.

Em vários jogos anteriores à decisão era visível a má vontade do elenco em relação a Mirandinha. A bola só lhe era passada quando não havia outra alternativa e nunca vinha redonda, sempre quadrada ou sob a forma de  caixa de sapatos.

Mas Mirandinha sobrevivia a isso em razão de sua técnica refinada,de seu faro de artilheiro, de sua habilidade, de sua velocidade, de sua capacidade de drible vertical progressivo, de seu virtuosismo e de sua capacidade de arremate, fortíssimo, ambidestral.

Neymar é melhor e mais objetivo do que foi Mirandinha? HAHAHAHAHA!

Mirandinha, o primeiro jogador brasileiro a atuar na liga inglesa (nossos dirigentes  nunca pensam em manter os grandes jogadores, e formar grandes times só querem saber de grana, cambada de FDPs) tinha, o defeito do individualismo excessivo. Segurava demais a bola e isso irritava os companheiros.

Edmar foi descoberto pelo inesquecível presidente do Cruzeiro Felício Brandi, que foi busca-lo no incipiente futebol de Brasília. Muito talentoso e com grande faro de gol, foi artilheiro em todos os times pelos quais passou.

No Palmeiras teve de lutar pela posição com Mirandinha, muito melhor do que ele, e talvez tenha sido essa a causa determinante da divisão do elenco naquela quase gloriosa campanha de 86.

Edmar e o grupo de jogadores palmeirenses mais inflientes da época, eram mais escolarizados do que o o falante e simplório jogador que a Ponte raptou do Ferroviário do Ceará e não o aceitaram no grupo..

O resultado disso todo mundo sabe: perdemos aquele título.

Quando Luxa assumiu o Palmeiras em 2001, Avallone promoveu, mais do que uma campanha, uma verdadeira cruzada contra jogadores aos quais ele chamava, impropriamente, de brucutus.

Luxa, de olho, talvez, nas negociações de atletas, pegou corda e resolveu promover a limpa sugerida por Avallone e mandou uma penca de jogadores embora, entre os quais Magrão e Claudecir.

Magrão e Claudecir não eram jogadores desses que se pode chamar, ao menos, de acima da média, mas não eram, em compensação, jogadores fracos como sugeria e míope visão de Avallone.

Resultado: o Palmeiras dispensou ambos e ficou apenas com um volante, Paulo Assunção, sem, justamente, os jogadores de pegada e marcação e só por isso caiu.

Quando Levir Culpi, desesperado, pedia ao turco a contratação do veterano Djair para dar estabilidade, experiência e sustentação ao meio de campo, não foi atendido pelo presidente turco e deu no que deu: rebaixamento!

Tudo isso está sendo dito para provar que Avallone, quando se trata de Palmeiras, não tem o equilíbrio necessário e nem a sensatez para comentar ou deliberar sobre assuntos do Palmeiras.

Seu fanatismo crônico tem nos levado a situações constrangedoras, em face de sua indesmentível influência junto ao clube.

Ontem ele disse outra de suas abobrinhas em mais uma estapafúrdia comparação do atual centro-avante Diney com Rodinaldo (ex Noroeste) e Bizu, atacantes da década perdida, nos anos 80(s).

Diney, de longe, é melhor do que os dois, embora tivesse jogado muito pouco no Palmeiras. Quando começou a engrenar, contundiu-se seriamente e só agora está tendo novas chances.

Quem  desconhece as limitações de Diney? Ninguém! Mas vamos dar-lhe as devidas chances de mostrar que é útil. Em poucos minutos contra o Grêmio ele mostrou mais do que qualquer outro atacante, Kléber, inclusive.

Se Diney fosse tão tosco e inútil como enxerga o míope Avallone, Felipão já o teria, de há muito, dispensado.

Mas o objetivo de Avallone ficou claro e cristalino no programa de ontem que contou com a presença do presidente Tirone: o que ele quer, mesmo, é a cabeça de Felipão.

Baseando-se em sofismas primários, típicos de um torcedor fanático e desinformado,  incondizentes com a realidade atual do Palmeiras, Avallone insinua que Felipão é superado e prega, irresponsavelmente, a dispensa imediata do treinador.

VOCÊ ACHA QUE FELIPÃO É MESMO O GRANDE CULPADO?

O PALMEIRAS ESTÁ ERRADO EM MANTER O TREINADOR?

OU, DE FATO, AVALLONE ESTÁ COM A RAZÃO?

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