Observatório Alviverde

10/12/2015

O ATAQUE É A MELHOR DEFESA !



Resultado de imagem para a melhor defesa é o ataque


Entre os times do Palmeiras, anos 50s a esta parte, só a Primeira Academia da década de 60, treinada por Dom Ernesto de Filpo Nuñez e  o Palmeiras de Luxa, da década de 90 privilegiaram o ataque, ressalvadas as raríssimas exceções de uma ou outra temporada estanque

Nos demais anos, repito, com uma ou outra exceção pontual, o Palmeiras sempre se impôs pela defesa, mormente a segunda academia, a mais longeva e mais vitoriosa, comandada pelo gaúcho Oswaldo Brandão, aquela para a qual o 1 x 0, além de um carimbo rotineiro, era considerado goleada. 

E, no entanto, como disse Pepe Guardiola para o mundo inteiro ouvir "o modo de jogar do Palmeiras e de outros times brasileiros", inspirou-o a criar o modelo tático do Barcelona, mas isso a imprensa não destaca, preocupada exclusivamente em incensar Tite e promover a curicada, meros copiadores.

Aquele time quase inesquecível, quase invencível  do Verdão da década de 70, bi-campeão brasileiro de 72 e 73 que só não chegou ao tri brasileiro em face de ter cedido seis jogadores à Seleção de 74, foi o paradigma de tudo o que se vê nos dias de hoje na Europa e colocado pela mídia deslumbrada e vassala, de forma "glamourosa", como o melhor futebol do mundo.

Formado por Leão, Eurico, Luís Pereira, Alfredo e Zeca. Dudu e Ademir. Edu (Ronaldo) , Leivinha, César e Ney (Pio) mais Fedato, o maior reserva de todos os tempos, aquele time sempre privilegiou a defesa e este, em meu entendimento foi o fator que o impede de ser colocado como o maior time da história do Verdão, ao menos em meu critério de análise.

Esse time, infelizmente, não tinha como objetivo maior o gol, mas o jogo clássico do toque refinado e do envolvimento do adversário, com o gol se transformando em mero detalhe ou consequência de seu predomínio em campo.

Apesar de tudo, quando era necessário chegar ao gol adversário o Palmeiras sabia fazê-lo com desenvoltura. Como se dizia à época o Palmeiras marcava gols quando queria e em noventa por cento das vezes nas quais saia à frente do marcador (normalmente ocorria) tomava conta do jogo e o adversário não conseguia jogar mais porque não conseguia ficar com a bola.

Mas havia, às vezes, a monotonia e a deficiência do jogo lento, plúmbeo, pesado, do ritmo do elefante, inamovível, que só se alterava nas raras vezes em que o Palmeiras começava o jogo inferiorizado no marcador.

Pode-se dizer que o Palmeiras foi o Barcelona de sua época, ou, pelo fato de o Palmeiras ter sido o precursor do estilo, o Barça é que é o Palmeiras dos tempos atuais, embora com diferenças bem marcantes em relação ao ataque em que os catalães levam ampla vantagem.

Além do preparo físico incrivelmente superior, do ritmo galopante que o Barça impõe ao jogo, o Palmeiras daquela época, do meio de campo para a frente só levaria vantagem em relação ao centroavante, haja vista que César Lemos foi muito mais jogador do que Suarez, mas, do meio de campo para trás o Verdão predominaria de forma massacrante. 

Para quem viu os dois times e se der ao luxo de uma comparação mais acurada vai verificar que nenhum dos goleiros do Barça jamais foi superior a Leão, tanto e quanto Piqué é (muito) inferior a Luis Chevrolet e Mascherano está longe de ser um Alfredo Mostarda. 

Alba, pela esquerda levaria vantagem sobre Zeca mas Daniel Alves, com muita boa vontade empata com o gaguinho Eurico na asa lateral direita.

Mas, no meio de campo, tanto Rakitic perde longe para o líder palmeirense e maior ladrão de bolas de sua época, Dudu, tanto e quanto o excelente Iniesta não é digno de amarrar as chuteiras do melhor e mais injustiçado armador da história do futebol brasileiro, o divino mestre Ademir da Guia.

O que faltou, então, a esse time, considerado modelo na história do Palmeiras? 

Simplesmente a verticalidade de jogo que só existia nas bolas esticadas para a velocidade de Edu em contra-ataque ou a partir do momento em que Fedato entrava em campo para desempatar um jogo ou "virar" um resultado adverso.

Tenho visto, lido e ouvido verdadeiros libelos contra os zagueiros do Palmeiras, mas ninguém  se lembra de considerar que se o ataque e o meio de campo não derem sustentabilidade ao jogo a defesa fica sobrecarregada.

Há um velho ditado que diz que "água mole em pedra dura, tanto bate até que fura". Tem sido assim em relação a nossa defesa desde que deixamos de ter um organizador de jogo como era Valdívia e não repusemos a peça.

Por isto, decepciono-me com as primeiras contratações anunciadas pelo Palmeiras, não pelos nomes em si, mas pelas posições. Goleiro e volante não eram as prioridades do time, apenas o zagueiro.

Vagner, goleiro, do Avaí, Rodrigo, volante, do Goiás e Roger Carvalho, ex Bota, já são jogadores do Palmeiras e chegaram exclusivamente para a composição do grupo. Com sorte, apenas Roger Carvalho vai brigar pela titularidade.

Será difícil, quase uma loteria, se Vagner vier a jogar. Lembrem-se de que o Palmeiras tem dois goleiros que mal e mal estrearam, Jailson e Aranha, este último, na mira do Flamengo.

Rodrigo entrará no lugar de quem? Ou o Palmeiras vai se desfazer, além de Giroto, também de Amaral?

Outros nomes são colocados como perspectivas de contratação como Tobio, que é do Palmeiras e está emprestado ao Boca, Armero, que estaria retornando após temporada nula no Flamengo, Jean, de saída do Flu, mas que interessa, também, ao Cruzeiro, Diego Souza que fez um primoroso Brasileiro pelo Sport e que interessa, também aos bambis e, finalmente, Paulo Henrique Ganso, jogador que eu apreciaria muito se viesse a vestir a nossa camisa, pela classe, pelo refinamento técnico e, principalmente pela condição de canhoto.

Como eu disse outro dia, faltam mais canhotos habilidosos no time do Palmeiras. Que Everton Ribeiro possa chegar o mais rapidamente possível.

Que ele venha acompanhado de seu companheiro dileto, o ambidestro Ricardo Goulart, 24 anos, paulista de São José dos Campos e eleito um dos melhores jogadores do Brasileirão do ano passado, porque, como disse no cabeçalho desta postagem, vou repetir: " o ataque é a melhor defesa !"

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