Observatório Alviverde

16/10/2020

REFLEXÕES SOBRE O QUE VEJO E CUSTO A ACREDITAR QUE EXISTA!

Aí o sujeito bate no peito e proclama desafiadoramente em alto e bom tom: 

Sou palmeirense sobre todas as coisas...

E nós que conhecemos os termos desse palmeirismo simplesmente respondemos:

Palmeirense, "p. nenhuma", o cara é um torcedor de resultados. 

Sua incapacidade em saber que não existe futebol sem adversários é cruel.

Sua limitação em perceber que em futebol se ganha, se perde e se empata, é digna de dó.

Sua insensibilidade em ter conhecimento ou reconhecer que o futebol é cíclico é irritante.

Ontem divulguei (todos sabem) o nome dos principais treinadores dispensados pelo Palmeiras.

Dos nomes de maior prestígio no país, não faltou nenhum, todos trabalharam no Verdão.

No entanto, sem exceção, saíram pelas portas dos fundos massacrados pela torcida vândala, sem o menor afago ou reconhecimento.

Não que eu seja um inocente ou um purista que acredite que o cargo seja eterno, mas se que, pelo menos, poderia ser mais duradouro.

Entendo, também, que possam existir emergências decorrentes de situações diversas, dos erros  às dificuldades em lidar com elenco, do perigo decorrente dos resultados negativos avolumados, mas tudo isso dentro de um contexto em que se possa, na medida do possível, dispensar o treinador.

O que não pode é os caras ficarem esperando três vitórias sequentes para dizer que o técnico é o maioral, que seu "esquema" é ótimo e que todo mundo do time é um craque...

Ou, em contrapartida qualquer sequência de duas ou três derrotas ou de dois ou três empates significar que está tudo perdido, que o técnico não presta, que o "esquema" precisa ser mudado e coisa e tal. 

Agora, imitando a mídia (nunca vi u'a mídia tão fraca e tendenciosa quanto a de hoje) já estão falando que o Palmeiras precisa de um técnico e exigem que seja estrangeiro.

Se ele chegar e os resultados vierem, independentemente de o time estar jogando bem ou mal, de ter ou não o que eles chamam de "esquema" o novo treinador será por breves dias, elogiado, e o será até que sobrevenha o primeiro empate ou derrota.

A partir da "lua de mel" com o treinador, os derrubadores de técnico começarão as primeiras críticas, muitas delas extensivas aos jogadores e o trabalho de sapa terá sido iniciado para outra derrubada. Seria cômico se não fosse trágico.

Ah, e tem o caso (aconteceu com Luxemburgo) de o time vencer e os caras dizerem que "não adianta vencer se o time está jogando mal".

É essa gente que acaba com tudo, que liquida com tudo e tem a desfaçatez de afirmar que "salvou ou salva" o Palmeiras.

Chegamos a um ponto tal que nem os resultados positivos têm o poder de blindar os treinadores, sempre às voltas com crises artificialmente fabricadas, com um poder de destruição avassalador.

Os inimigos do Palmeiras, hoje em dia, não estão circunscritos apenas à mídia, pois, com a chegada das mídias sociais agora é a própria torcida que arrebenta o ambiente interno.

O Cruzeiro, ontem, contratou Felipão que a ignorância dessas torcidas chamava de "velho superado, de ultrapassado e de gagá", termos que as novas gerações com exceções, claro, usam para depreciar as antigas.

Felipão homem de bem, competentíssimo,  até poderia ter saído do Palmeiras, mas pela porta da frente, não pela porta dos fundos, e, se houvesse coerência estaria (reciclado e com o apoio da diretoria) até hoje no comando do Verdão.

E com qualquer desses apedêutas e cidadãos desclassificados que depreciam os mais velhos por inveja ou pela revolta de saber que sabem mais do que eles eu lanço um repto:

Aposto que o " velho, superado, ultrapassado e gagá" Felipão vai fazer o que os "novos, atualizados e modernos integrantes da geração CPU com os seus números, programas e scouts" não conseguiram fazer e reconduzirá o Cruzeiro, hoje, na zona de rebaixamento, à condição de brigar pela classificação à série A.

O Palmeiras, muito mais do que mudar de técnico ou de jogadores tem, sim, é de ter a paz que tantos torcedores insistem em perturbar!

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