Observatório Alviverde

03/03/2011

SEM JOGAR O QUE SABE E PODE, O PALMEIRAS GOLEOU O COMERCIAL DO PIAUÍ. A MÍDIA VAI DIZER O CONTRÁRIO, MAS A CLASSIFICAÇÃO PALMEIRENSE ESTEVE MUITO LONGE DE SER AMEAÇADA!

 

Eu sou do tempo em que se jogava sinuca, embora sempre estivesse longe de ser um ás.

Perdia bolas fáceis de forma risível e bisonha, sobretudo quando enfrentava adversários de meu nível, isto é, os piores jogadores.

Entretanto, quando enfrentava adversários de maior categoria, crescia de produção e matava muitas bolas daquelas consideradas impossíveis para o meu nível.

Em compensação aqueles que conheciam o jogo do taco às vezes se enervavam e perdiam não apenas as bolas fáceis, mas, por vezes, perdiam o próprio jiogo.

É sob esse prisma que encaro o Palmeiras x Comercial.

Se nosso time que não é, técnica e individualmente, um portento, teve dificuldades em vencer o Comercial do Piauí, debite--se a esse fator.

Tudo começou com o terrorismo da mídia, que bateu a semana inteira na tecla do histórico negativo do Palmeiras contra equipes de menor expressão.

Esse “mantran” explorado de forma irratante e exaustiva, levou os jogadores a pensar que estavam ameaçados de perder o jogo e a classificação.

Foi por isso que a bolerada entrou em campo nervosa, sem a devida e necessária confiança. Esse aspecto pesou demais no rendimento da equipe, mormente no primeiro tempo.

Quem se dispuser a voltar a ler a postagem anterior deste OAV verá que fui bem lacônico na análise preliminar do jogo. Eu jamais imaginei que o Palmeiras perdesse ou empatasse com o Comercial do Piauí. Era impensável!

Em sã consciência, quem, senão as tias tricotadeiras da mídia, acreditava, sinceramente, que o Comercial do Piauí tinha chances, após a meia zebra de Teresina atuando em pleno Pacaembu!

COMECEI A VER O JOGO PELA BAND. DEU NOJO!

Deu-me nojo, asco e repulsa assistir à Band. O Trairão, ontem, estava atacado, disposto a defender os fracos e oprimidos até em detrimento das imagens e da própria verdade.

Torcia, desbragadamente, na cara dura pelo time piauiense, com o apoio de seu boquirroto comentarista.

REFLEXÃO

A que ponto chegou a Band, tv e rádio, rádio e tv. No afã de torcer eles registraram no primeiro tempo um impedimento (discutível) em que o comentarista garantia que ia sair o gol, outro impedimento (que não existiu) e um pênalti para o Comercial que somente ele viu.

Ah, apenas e tão somente ele viu, também, um pênalti para o Palmeiras naquela falta batida por Assunção que o goleiro rebateu e gerou uma confusão na pequena área do Comercial.

Não retiro o sagrado direito de opinarem sobre qualquer lance, da forma como acharem mais correta, ainda que discordando do que dizem.

Mas era muita cara-de-pau, muita insensatez, muita  desfaçatez. Aí eu me perguntei:

Será que estão transmitindo mesmo o jogo do Palmeiras? Estão ao vivo ou em off-tube? Ou estariam vendo outro jogo?

Os abusos e insultos à minha parca inteligência foram tantos que resolvi mudar de canal. Fui para o PFC onde verifiquei que o locutor e o comentarista estavam, sim, transmitindo, sem qualquer dúvida, o jogo do Palmeiras.

Narrava Odiney Ribeiro, comentava Vagner Vilaron, com as reportagens de Ivan Andrade.  

É óbvio que não os considero expoentes da tv brasileira, sequer do Sportv, mas tenho que me render ao excelente profissionalismo da dupla, absloutamente impecável e irretratável.

Assisti ao jogo, por lá, canal 122 da Net a partir dos 29 do primeiro tempo e não me arrependi.

Hoje, só trouxas ou desavisados acompanham a Band com o seu time de moleques piadistas metidos a engraçados, ressalvadas as exceções.

O que a Band tinha de melhor, leia-se o narrador número 10 da TV brasileira, Luciano e uma credibilidade secular desde os tempos do rádio e do velho João Saad (que figura agradável e carismática!) os seus filhos fizeram questão de demolir.

Luciano, simplesmente, acabou, mas não tem humildade para reconhecer o seu crepúsculo e segue, trastejante, a sua rota de declínio.

Hoje ele não passa, exclusivamente,  de uma bela voz que troca nomes de jogadores a cada instante e que entra na pilha daqueles que transformaram a modelar rede de Tv brasileira em um picadeiro de circo.

O velho prestígio da emissora esvaiu-se, completamente, na área esportiva, pela inexplicável identificação com o Corinthians e pelo circo que virou com a chegada do histrião Milton Neves.

Eu tinha por Milton Neves, eu disse tinha, uma baita admiração profissional e o julgava um dos grandes expoentes da atual crônica esportiva e, talvez, o maior de todos em seu “metier”.

Perdoava a sua exagerada extroversão no rádio e na TV e postava, frequentemente, em seu blog, haja vista, então,  o seu imenso conteúdo jornalístico.

Entretanto, apreciando sob um ângulo mais crítico a sua atuação, constatei que o Milton Neves de hoje, eu disse o de hoje, não passa de um profissional ôco, vazio e sem o menor senso do que é ridículo. Santa decadência de um dos maiores craques da comunicação!

Quando se junta a outros histriões como Mauro Betting, é um festival de piadas infames que não tem fim.

O pior é que as ditas piadas só interessam a eles mesmos e a quem os circunda nos bastidores da rádio ou da TV, em detrimento daquilo que deveria ser destacado, a notícia, a informação e a opinião.

“En passant” ao final da jornada da Band, tive o desprazer de assistir a mais uma “briga” dele com Neto, aquele que pensa que é um comentarista. Foi mais um festival de baixarias e abobrinhas, bem ao nível da abominável dupla.

No momento em que voltava à Band para assistir aos gols pelo Brasil foi que me deparei com Arrelia e Pimentinha discutindo asneiras e constatações fictícias.

Arrelia dizia que não dava mais a palavra a Pimentinha porque este teria elogiado o Palmeiras e que o Palmeiras não merecia ser elogiado porque jogara com 13 contra o Comercial, insinuando, como sempre o faz,  que a arbitragem havia favorecido o Verdão.

Só faltou o palhaço carequinha que eles devem ter encontrado, mais tarde também no terceiro tempo, no picadeiro número dois que é a Rádio Bandeirantes, cada dia pior do que antes.

Será que Johnny Saad não está vendo o estrago que os profissionais circenses estão fazendo com os seus veículos de comunicação, outrora paradigmas da comunicação brasileira?

Será que são melhores do que a turma do saudoso Sangirardi? Ou vão tomar o lugar da turma do “na Geral”.

Que “cazzo” de tv é essa que só quer brincar e que ao invés de dar notícias só faz galhofas?

Lamentavelmente me esqueci, ontem, que a ESPN transmitia, também, ao jogo. Não que eu me empolgue com um canal que tem Trajano, Juca, o Calçade, o falso palmeirense PVC e outros profissionais reconhecidamente facciosos.

Ocorre que perdi a narração de Rogério Vaughn, profissional sério, de voz bonita, limpa, clara, de excelente timbre e que, pelo visto, se não for palmeirense, pelo menos não torce contra o time.

CONCLUSÃO

Ganhamos de cinco e eles criticam porque so fizemos os gols depois de o adversário ficar reduzido a nove homens.

Mas o adversário só ficou inferiorizado numericamente porque o melhor time do Palmeiras os induziu a isso.

Um beque cometeu pênalti sobre Adriano que ia fazer o gol. O que é que o árbitro tinha de fazer?

O outro zagueiro expulso já houvera levado o cartão amarelo e recebeu o segundo pelo mesmo motivo, jogo violento.

O Palmeiras ganhou bem sem ter jogado bem. Mas foi uma vitória limpa!

Vamos considerar que, como disse um jogador do Vasco, cujo nome ficou perdido na história do futebol, a propósito de um jogo que o cruzmaltino perdeu em Santarém, no interior do Pará: “ Não existem mais bobos no futebol”.

O Comercial não era não foi e nem é um time bobo, mas contou com a sorte e com o nervosismo do time do Palmeiras para segurar por largo tempo um artificialíssimo 0 x 0.

Acreditem, as comadres da mídia não vão dizer que o Palmeiras perdeu vários gols no primeiro tempo, por erros e precipitações de seus atacantes,

Não vão dizer, também que chutou uma bola no travessão e que o goleiro do Comercial foi a maior figura do primeiro tempo. Tudo isso será, propositadamente, omitido.

Eles vão analisar o jogo, exclusivamente, sob a ótica da confecção do resultado em cima da inferioridade numérica do time do Piauí.

Analisando-se friamente o jogo, a goleada de 5 x 1, simplesmente, traduziu a superioridade palmeirense e restabeleceu os parâmetros do confronto,

Quem teve 62% de posse de bola, não pode ter jogado tão mal quanto a  mídia faz questão de registrar. Principalmente quando o placar final  foi de uma ampla goleada.

Quem ganha de cinco e ainda perde um penalti jogou, incontestavelmente, inquestionavelmente, iniludivelmente, muito melhor.

Já que eles dizem tanto que o Palmeiras só fez os cinco gols porque o adversário reduziu-se a nove homens eu pergunto:.

Mas reduziu-se a nove homens por quê?

Simplesmente porque fez uso, o tempo inteiro, do recurso de cometer faltas sendo que nem todas foram marcadas e nem o árbitro procurou reprimir essa conduta irregular dos piauienses.

Na verdade, para Luciano, Neto, Milton e tantos outros cronistas antipalmeirenses convictos e assumidos, o Comercial fica como se fosse a figura do coitadinho que foi prejudicado e espoliado pelo mais poderoso.

Meus amigos, o que importa, mesmo, é que ganhamos bem em cima de um time que nos exigiu bastante e tentou vender caro a derrota, embora sem conseguir o seu intento, porque voltou pra casa com a sacola cheia de de gols.

Mas hoje, anotem, os profissionais da mídia vão dizer em seus microfones, câmeras, jornais e portais que o Palmeiras teve mais dificuldades para se classificar do que o Botafogo carioca que disputou e garantiu na loteria dos penaltis a sua continuidade na Copa do Brasil, diante do desconhecido River Plate do Sergipe.

COMENTE COMENTE COMENTE