Observatório Alviverde

22/09/2010

UM PRIMEIRO TEMPO HORRÍVEL DO PALMEIRAS CONTRA O GRÊMIO PRUDENTE.

Escrevo no intervalo do Palmeiras e Grêmio.
Mas dizer o que de tudo o que vi? Ou seria do que não vi?
Que o Palmeiras é um aglomerado de jogadores sem alma, sem vida?
Que é um time absolutamente óbvio sem a mínima criatividade?
Que do meio campo para a frente, simplesmente,  o time não existe?
Que mesmo repleto de volantes não consegue impor o jogo na zona de raciocínio?
Que o toque de bola do time é previsível, sem nenhum refinamento?
Que, às vezes, dá a impressão de que o Grêmio Prudente é o Palmeiras e que o Palmeiras é o Grêmio Prudente?
Que não temos nenhum jogador capaz de driblar, exceção feita ao Kléber, ou de tentar uma jogada individual?
Olha, foi penalti, sim, aquele toque de mão do Maurício Ramos.Claríssimo.
Eder Lopes não marcou porque não quis.
O moço da TV desta vez foi condescendente conosco, talvez porque o jogo era com um time pequeno.
Ele disse que não foi, mas foi.
Entretanto, fomos esbulhados em três lances de impedimento, dois do Kléber e e um do Rivaldo em lances cruciais que poderiam ter redundado em gol..
O bandeirinha que acompanhou o ataque do Palmeiras neste primeiro tempo nos prejudicou demais.
Mas um time que quer alçar vôos mais altos, tem de passar por cima disso e superar as adversidades.
Vamos esperar pelo segundo tempo.
A saída de Rivaldo e a entrada de Gabriel Silva, talvez possa melhorar a nossa saída de bola e os nossos avanços pela esquerda.
De qualquer forma, precisamos melhorar muito para começar a jogar mal.
Já pensaram do que precisamos, então, para jogar bem?
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(postada um pouco antes do início do segundo tempo)
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(Continuando a postagem após o jogo).
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 O SEGUNDO TEMPO
Surtiu efeito a entrada de Gabriel Silva.
Perdemos o peso pelo lado esquerdo e ficamos mais leves e velozes no setor.
Faltou acreditarem no garoto porque ele fazia a passagem e ninguém tocava pra ele. Preferiam, sempre,  afunilar.
Mas a grande nuance tática palmeirense no segundo tempo foi a passagem de Edinho pelo lado direito e Marcio Araújo ter jogado mais pelo lado esquerdo.
Essa mexida de Felipão foi decisiva, aliada ao fato do time ter avançado a marcação e assumido uma postura tática mais ousada.
Revezando, sempre, com Vitor, Edinho conseguiu o que faltou ao Palmeiras no primeiro´ tempo, isto é, a passagem pelo lado direito com bons cruzamento para a área.
O esquema de Felipão depende muito do trabalho de passagem dos laterais. Sem isso vira um time mais do que defensivo, sempre previsível.
Se não existem lances individuais ou de criatividade a partir dos meias, através de dribles sobre defesas hermeticamente fechadas o "overlaping" é um bom caminho.
Porém esse estilo de jogo não é o ideal se Kléber for o centro-avante e o último passe for através de bolas alçadas procurando o jogo aéreo..
Kléber é muito mais afeito ao drible, à tabela, à criatividade, ao jogo no chão e ao improviso pois é um atacante de estatura baixa.
Ademais, como ninguém cria nada na frente ele se sente compelido a recuar e vai armar o jogo. Mas armar para quem?
Hoje ele até teve alguém para acionar, o estreante Diney, mas o desentrosamento da dupla era visível.
Nosso gol surgiu de uma projeção de Edinho pela direita e de um cruzamento raso que passou por Dinney que furou, sobrando para Márcio Araújo que acompanhava o lance pelo lado esquerdo e que cobriu com êxito a falha grotesca do estreante.
Como curiosidade é bom que se ressalte que o gol só saiu porque Diney falhou. Se ele houvesse tocado na bola ela, certamente, seria defendida pelo goleiro que estava em cima do lance, bem a sua frente.
O erro de Diney teve o efeito de um corta-luz para o arremate fraco, de pé esquerdo, por parte de Araújo, quase aparado por uma defesa reflexa do goleiro do Prudente que chegou a tocar na bola..
Depois do gol o Palmeiras adotou o jogo da espera, isto é, posicionou-se defensivamente, marcou com força e atenção.
Entretanto, puxou pouquíssimos contrataques posto que não tem jogadores com  características de velocidade.
A entrada do pivozão Tadeu no lugar do esbaforido Diney mostra que Felipão sabia disso.
Daí a postura defensiva e atenta do Palmeiras visando a garantir a vitória que, afinal, acabou, penosamente, garantindo.
A vitória, conseguida através do esforço e da superação dos jogadores, é uma resposta aos setores da imprensa que vêm acusando os jogadores de boicote ao clube e ao treinador, em decorrência do atraso nos salários.
É exatamente ao contrário do que dizem. Na verdade, os jogadores têm dado tudo de si e se superam cada vez que entram em campo, atuando com muita dedicação e profissionalismo. O que tem faltado mesmo é bola.
De um péssimo primeiro tempo para um razoável segundo tempo concluímos que a conduta do time foi, apenas, discreta, mas suficiente para derrotar um adversário desesperado e que deu tudo de sí em busca da vitória..
Deola esteve muito bem, Vitor melhorou muito mas também falta muito para ser o mesmo ala do Goiás. Maurício Ramos esteve bem e Danilo, muito bem. Rivaldo, nervoso e mal.Gabriel Silva jogou bem, embora sem a confiança dos titulares que não lhe devolviam os passes, ainda que estivesse em posição privilegiada.
Pierre jogou para o time. Guardou posição, marcou e cobriu bem, sem abusar da virilidade, principalmente no segundo tempo, dando condições para que Edinho e Márcio Araújo se projetassem tranqüilos para o ataque.
Edinho e Marcio Araújo foram a alma da equipe, com ótima atuação. A dupla concebeu o gol da vitória. Assunção foi um lutador. Correu o tempo todo sem marcar posicionamento, ora atacando, ora defendendo.
Kléber não teve com quem dialogar e abusou muito do individualismo, completamente desentrosado com Diney. Tadeu entrou tarde e não teve tempo de aparecer.
Foi, em meu entendimento, uma vitória suada que só veio em decorrência da aplicação de um time tecnicamente fraco, e que ainda busca suprir no coletivo as suas deficiências individuais.
E agora, o que aqueles mesmos da imprensa vão dizer a propósito de atraso de salários e má vontade da equipe, em face de tamanha atitude e doação de uma equipe que se supera em busca da afirmação ainda dentro deste brasileiro?
Não vão mais tocar no assunto até a próxima derrota quando o assunto voltará à baila.
Apesar de tudo eu acredito, que esse time do Palmeiras vai nos proporcionar algumas alegrias neste final de temporada.
Digo isso porque os próprios jogadores, sob o comando de Felipão, estão trabalhando muito e acreditando.. Mas ainda temos um longo caminho a percorrer até atingirmos a condição de um time forte, competitivo e que possa resgatar as nossas maiores e melhores tradições.
Com tudo e apesar de tudo, o importante é que a emoção sobreviva!
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ALGUMA COISA ACONTECE NO CORAÇÃO DE BELLUZZO!

No domingo passado fui internado às pressas e nem pude assistir ao "choque-rei". Sofri muito, por isso. Fico com a impressão de que se tivesse assistido ao jogo o Palmeiras não teria perdido. Afinal, tenho o direito, também, de ter as minhas superstições.

Ontem foi a vez de Belluzzo, o nosso presidente, ser internado no Sírio-Libanês. Sorte, a dele, que o Palmeiras só joga hoje à noite.

A cautela e a recomendação médica deveriam dissuadí-lo de assistir ao Palmeiras X Gremio, mas aposto e, mais que isso,  garanto que Belluzzo verá o jogo.

Nem a bico de carabina os  cautelosos cardiologistas do importante hospital vão tirá-lo da frente da TV, ainda que ele esteja internado.

Belluzo ama o Palmeiras e, apesar de Cipullo, da oposição, de tantos erros  e dos maus resultados, está em minha lista de grandes presidentes.

Seu grande pecado foi manter Cipullo, mais do que um inepto, inapto para a função de diretor de futebol.

As contratações de grandes técnicos e de grandes jogadores, após muitos anos, voltaram a acontecer e o Palmeiras concorreu forte no mercado da bola, ainda que em buscas equivocadas de  jogadores superados.

Na verdade, após as aquisições de  Kléber e Valdívia e a chegada de Felipão, em que pesem os custos estratosféricos, corrigiu-se, ao menos em parte, os primeiros erros cometidos.

Infelizmente a falta de competência de Cipulo, aliada a alguns rompantes e sonhos delirantes do próprio Belluzo, como a dispensa de Luxemburgo para contratar Muricy,  foram danosos e fatais levando o clube à desestabilização e às derrotas.

Não nos esqueçamos, porém, que sob Belluzzo ganhamos um Paulistão. É pouco para as nossas necessidades, mas é substancial.

Ou vocês vão fazer coro com Sócrates e com a imprensinha de merda que continuam afirmando "Tanto gasto para ganhar só um Paulistinha"?

O Santos ganhou este ano e ele e eles não só disseram que foi um Paulistão, carregando no aumentativo, como ajudaram a proteger os "meninos" da Vila. Só falam do título, mas nada disseram ou dizem do roubo, a mão de apito, em cima do Santo André. Que  mídia!!!

Voltando a Belluzzo, considere-se, também, a construção da Arena que já está  saindo do papel e que vai representar a redenção econômica do clube. Isso se os invejosos da oposição não impedirem o empreendimento como vêm tentando à exaustão.

Ressalte-se, também,  a modernização (pequena) administrativa de um clube de gueto como era o Palmeiras, sendo Belluzzo o primeiro presidente a assistir aos jogos no meio da torcida. Foi um avanço e tanto.

Foi o primeiro presidente a "peitar" de forma real e acintosa um juiz que nos prejudicou, Simon, o finório.Conquanto errasse na forma da pressão e na medida dos termos, encarnou o pensamento da torcida e firmou uma liderança como de há muito não se via na história recente do clube.

São marcas indeléveis da capacidade executiva de Belluzzo, certamente o presidente mais apaixonado pelo futebol do Palmeiras, entre os tantos que conheci.

Infelizmente, Cipullo, por seu amplo desconhecimento da intricada matéria chamada futebol, impediu que Belluzzo colocasse em prática os seus planos e idéias de modernidade administrativa, pois o futebol em sí o absorveu e asfixiou.

Belluzzo errou ao ouvir Cipullo e contratar Luxemburgo, mas errou muito mais em dispensar Luxa por um motivo banal.

Errou, novamente, em dispensar Jorginho, o interino substituto, que engatou uma série de formidáveis resultados, para a contratação de Muricy que pegou o bonde em movimento e deu no que deu.

Deveria ter procrastinado mais um pouco a saída do interino e ter paciência para esperar até onde iria a série de tantos bons resultados conseguida por Jorginho. cuja continuidade era recomendada até pelo próprio elenco.

Errou ao permitir que Cipullo, em pleno ar, via rádio e tv, fizesse o que mais desejava a imprensa, isto é, demitir Maurício e Obina por uma briga banal, na reta final do Brasileirão quando não tínhamos reservas a altura para Obina e disputamos os jogos decisivos sem nenhum centroavante.                                                                                                
Cipullo apareceu em rede nacional de tv exibindo "otoridade" e seus exibicionismo e  vaidade, apoiados pelo presidente, custaram-nos o título do brasileiro e a ausência da Libertadores neste 2010.

Belluzo tinha de entender que quem não tem competência para administrar uma simples crise disciplinar de elenco, como pode administrar todo o futebol do Palmeiras?

Errou ao permitir o visível boicote, ou, se querem um eufemismo, a má-vontade de Cipullo em relação a Muricy.

Como pôde admitir a  própria demissão milionária de Muricy em hora imprópria, pelo simples fato de Cipullo não gostar de Muricy?

Essa foi outra chance que teve Belluzzo para encerrar a medíocre carreira de Cipullo e, no entanto, não o fez. Foi leal a Cipullo, não  ao Palmeiras.

Errou ao permitir que Cipullo inventasse e parisse o estagiário Antonio Carlos. Foi uma autêntica aventura sem a necessária medida de conseqüencias, em plena disputa do Paulistão, quando o certo seria, novamente, a demissão do próprio Cipullo.

Errou, logo em seguida,  ao permitir que Cipullo demitisse Antonio Carlos nas circunstâncias em que ocorreu, após um incidente interno, que já fora devidamente contornado, desmoralizando o técnico, a hierarquia e a própria instituição perante os jogadors, torcedores, imprensa e a opinião pública.

Deixou o time nas mãos do interino Parraga por um lapso de tempo extenso, enquanto contatava Felipão, gerando um clima de instabilidade e insegurança no elenco, que perdurou por muitos meses.

Sim, Belluzzo tem sido um presidente de muitos erros, embora esses erros tenham mais a ver com Cipullo, a quem, por motivos políticos, de fidelidade pessoal, de amizade, ou, não se sabe de que órdem, não ousou demitir. Chegaram a dizer que eram irmãos maçônicos. Quem sabe, sim, mas isso eu não posso garantir.

Como consequência Belluzzo está pagando uma dívida monumental decorrente de todas as precipitadas ações e  demissões perpetradas pelo seu perdulário diretor de futebol que endividou o clube en proporções geométricas e mandou a contra para o presidente.

Mas as boas intenções de Belluzzo, sua popularidade junto à maior parte da torcida, a vascularização, oxigenação da mentalidde do clube e o pequeno passo de modernidade dado pelo Palmeiras em  sua gestão, são fatores extremamente favoráveis em um tempo de excessiva turbulência política, que devem ser realçados e ressaltados.

Ah, como eu poderia esquecer que Belluzzo quase acabou com a ditadura da Traffic. Isso foi ótimo e conta pontos demais para Belluzzo. O Palmeiras para os palmeirenses, não para os empresários ambiciosos e visionários.

Ligando-se todos esses fatos ocorridos no Palmeiras à internação do presidente, explica-se e elucida-se, agora, outro fato muito importante.

Belluzzo vinha dizendo, afirmativamente, categoricamente, que não queria e nem aceitaria a reeleição. Com todas as condições para ganhar um segundo mandato, Belluzzo declinou formalmente da candidatura e hoje se sabe porquê!

De há muito ele já devia estar sentindo o estresse decorrente de  um cargo espinhoso e difícil que acabou minando as resistências de seu coração, culminando com a sua hospitalização. No Palmeiras, verdade seja dita, não há coração que aguente tamanha é a pressão..

Se havia alguma dúvida quanto à real intenção do presidente, (muitos garantiam que era jogo de cena) creio que o fato, agora, está plenamente consumado. Sem querer fazer futurologia penso que Belluzzo pensará, não uma nem duas, mas, dez vezes, antes de arriscar-se em um novo mandato.

Aliás, já não estou nem contando com a presença forte e com a força atuante de nosso presidente até a entrega do cargo em 2.011. As recomendações médicas  e a cautela devem afastá-lo do cargo e dos encargos.

Positivamente, não é nada fácil ser presidente de um clube em que a inquietude, a traição, o terrorismo, o motim e a ambição alimentam egos vorazes na luta pelo poder.

O velho orgulho e o intrínseco anarquismo dos italianos dos primeiros tempos se multiplica como praga através de seus descendentes que, hoje, comandam o clube.

O  "non ducor duco" da bandeira paulista é a definição mais exata da conduta de cada sócio, em um clube que tem mais alas do que a escola-de-samba da Mancha.

O mal do Palmeiras pode ser, realmente, definido pelo "não sou comandado, comando" em um clube em que todo mundo quer ser, antes de tudo, " capo di tutti capi", isto é chefe de todos os chefes.

Transformando e traduzindo tudo para o mais elementar português eu diria que "é muito cacique para tão poucos indios".
VOCÊ APROVA A ADMINISTRAÇÃO DE BELLUZZO?  APESAR DE TUDO ELE DEVERIA TENTAR A REELEIÇÃO?