Observatório Alviverde

27/05/2010

CONTINUAMOS PAGANDO PELOS ERROS DE CIPULLO, BELLUZZO, DE ADMINISTRAÇÕES PASSADAS, DE EX-DIRIGENTES E DA PRÓPRIA TORCIDA. O QUE PRECISA MUDAR NO PALMEIRAS É A MENTALIDADE.

Passou da hora de se dar um basta a uma série de problemas que atravancam o desenvolvimento e o progresso do time do Palmeiras,
A crítica não é oportunista em face do luto decorrente de mais uma derrota doída,  em jogo, no qual, o time ao menos lutou e dignificou a nossa camisa.
Mas,  observações têm de ser feitas, necessariamente, nesta hora, porque o jogo de ontem serve como um espelho a refletir a realidade palmeirense sob todos os aspectos.
Quem não viu que o Palmeiras, do meio-campo para a frente é um time limitadíssimo, débil, fraco, sem agressividade, sem força ofensiva, sem corpo e sem alma? 
Quem não viu que Ewerthon e Lincoln, baixotes, do jeito que a diretoria  e maior parte da torcida  tanto gostam,  têm de melhorar muito sob o aspecto físico para poderem atuar em alto nível?
Quem não sabe que não temos  jogadores que desequilibram, os homens da ginga e do drible progressivo em direção à grande área e ao gol, os artífices do último passe, tipo Valdívia ou Alex Cabeção, que fazem a diferença mesmo?
Quem não sabe que não dispomos de bons chutadores  e que  os nossos cabeceadores são  os zagueiros que vão para a área adversária apenas nos lances de bola parada?  Que ficamos limitados ao jogo rasteiro, que não temos a  opção do  jogo aéreo?
Quem não sabe que o nosso time é formado por um craque, Marcos, um quase craque, Cleiton Xavier, por três ou quatro bons jogadores e a partir daí, somente por medianos?
Quando Muricy disse algo mais ou menos assim, Cipullo estrilou, contestou o treinador e arrumou, de imediato, um um pretexto para demiti-lo, sem conceder-lhe os reforços que pediu. Cipullo sabia que, indiretamente, as palavras de Muricy expunham publicamente, a sua incompetência.
Que ninguém se iluda. Enquanto não dermos um  "up-grade"  nesse time vamos viver assim, imersos  em um mar de incertezas e de instabilidades. Esse time é, apenas, esforçado  e esta é a palavra eufêmica que se encontrou para que não se diga incompetente ou limitado.
Não se iludam com o abafa em cima dos bambis a partir dos 30 do segundo tempo. Aquilo foi consequência, apenas, do recuo do time deles tentando administrar a vantagem obtida.
Se não contratarmos um técnico (Parraga é fraquíssimo e medroso), se não reforçarmos o ataque, somos, sim, candidatos a uma campanha  mediana e sem nenhum brilho. Prefiro nem tocar no assunto rebaixamento.
Por que Parraga é fraquíssimo?  Não, não estou sendo oportunista e digo porquê: Com toda a estrutura que tem o Palmeiras B, ele conseguiu não ser o campeão da competição e só se classificou na bacia das almas, perdendo alguns jogos de goleada.
Agora, reforçar o time não é ir à Europa para trazer jogadores encostados por lá, tipo Lincoln e Éwerthon e achar que isso é "o máximo". A nossa torcida precisa parar de ficar exigindo jogadores assim. Estou com o saco cheio de tanta contratação de jogadores franzinos, de pouca força física, principalmente atacantes
Quero, neste momento, fazer uma pergunta à torcida: "Em sã consciência, quem é melhor, o Ewerthon ou Fernandinho dos bambis" ? O Ewerthon ou o Marlos?   Mas quem custou mais caro entre os três? Quem é mais velho? Quem ganha mais? O tempo passa e a nossa torcida não aprende, nem a nossa diretoria.
Val Baiano  e Nunes, que não contratamos por puro preconceito, são melhores, piores ou iguais a Éwerthon? É evidente que são melhores, mais novos e viriam quase de graça. Quem marca mais gols? Quem tem mais físico e mais força? Quem é melhor, o Flavinho do Grêmio Prudente, o William do Botafogo de Ribeirão Preto ou o Ewerthon?
E, entretanto, fomos a Europa gastar Euros para trazer um jogador absolutamente comum. Menos mal que é esforçado e batalhador, mas não passa disso. A idade surrupiou-lhe as suas melhores características de rapidez e velocidade.
O Santo André tinha um time inteirinho de bons jogadores que poderiam nos reforçar, mas não conseguimos contratar nem o Carlinhos. Que decepção, que vergonha!
Precisamos voltar a trabalhar com o mercado dos clubes de menor expressão, sem medos, receios ou preconceitos, contratando as revelações que aparecem com freqüência no futebol brasileiro. A torcida tem de parar com a bobagem que "se é barato não serve".
Ademais, necessitamos aproveitar a base sem receios. Quem é melhor, o Ivo ou o Gilcinho?  Ivo ou o Ramos? Fora vários jogadores do Palmeiras B, já preparados para assumirem um lugar no elenco principal, mas que se acabam por lá ou se transferem para outros clubes enquanto nós continuamos na era dos bondes. Elias e Wilsinho são os exemplos mais recentes.
Como eu disse, o problema no Palmeiras é de mentalidade e de filosofia. Por que o investimento de tantos milhões em jogadores da Europa? Só porque meia dúzia das organizadas e o Roberto Avallone dizem que a camisa do palmeiras pesa?  A dos bambis não pesa? A dos gambás é mais leve?  O que se dizer da camisa do Santos que caminha a passos largos para tirar do Palmeiras a sua condição de terceira força do futebol paulista e que trabalha com inteligência a sua base?
Por que só eles podem fazer uso do bom e barato? O Palmeiras não pode? O que é, sejamos sinceros e honestos, que nós temos a mais do que os nossos adversários? Pelo visto e pelos resultados, temos menos, muito menos.
Um dos maiores cânceres do Palmeiras é a vaidade de seus dirigentes. Há anos, na década de 80, conheci um tal Raiola (não me lembro mais do nome), com quem estive em Turim, na Copa de 90. Em meus longos anos de vida, jamais  encontrei um ser humano tão prepotente e tão arrogante. Tive contato, posteriormente, com vários dirigentes palmeirenses do mesmo naipe, o que mostra como deve ser difícil a convivência com essa gente dentro do clube.
É por isso que a política interna no Palmeiras não se acalma nunca. Todo mundo, lá  dentro, se acha uma autoridade e está sempre de olho no poder. Sem medo de errar, sou convicto de que o Palmeiras é o clube brasileiro com o maior número de pretendentes à presidência . Em nome dessa ambição, fazem de tudo para derrubar quem esteja no poder. Com um pouco mais de respaldo interno, mesmo um presidente fraco como Belluzzo (no futebol) poderia cumprir uma melhor administração.
O Palmeiras tem de se preocupar menos com a torcida, com a mídia ou com os Avallone da vida que continuam exigindo Deivid e Farias (é brincadeira) e tratar de resolver o problema das contratações mirando o mercado interno.
Antes disso tem de verificar se Felipão pode vir e exigir uma resposta imediata. Felipão, pelo seu passado e pela sua competência, é o único técnico pelo qual podemos nos dar ao luxo de esperar.
Se ele não puder vir, contratar imediatamente um técnico e a partir de suas indicações, procurar dentro do Brasil os jogadores de que precisamos. O tempo está passando muito depressa e urge que se inicie imediatamente o trabalho visando ao Brasileirão do após copa.

Se o novo técnico pudesse assumir de imediato, seria o ideal!
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