Observatório Alviverde

18/01/2015

ALEXANDRE MATTOS PASSOU O CARRO À FRENTE DOS BOIS E VAI DAR MUITO TRABALHO A OSWALDO DE OLIVEIRA!!




Torcida prestigiou o Verdão, ontem, no Allianz Parque!

Analisar o time do Palmeiras ou os novos jogadores, para o bem ou para o mal, malgrado o triunfo folgado sobre o Shandong,  é leviandade, precipitação e, até, irresponsabilidade. Não me atrevo a fazê-lo!

Como emitir juízo de valor acerca de uma equipe em pleno processo de formação, ababelada, desordenada, confusa, em que os jogadores, sequer, demarcaram, ainda, os seus espaços pessoais na estratificação do grupo?

Prefiro, apenas, dizer que todos se empenharam, muitíssimo, ontem, contra os chineses e deram tudo de si, a fim de demonstrar ao treinador que têm condições de ser titulares (os novos contratados) ou de permanecer no grupo (os que já estavam no elenco e os que retornam de empréstimos).

Pensando bem, Alexandre Mattos passa às mãos de Oswaldo de Oliveira um espinhoso abacaxi que o novo técnico terá de descascar, sob o risco de se cortar, quer queira, quer não.

Oswaldo, talvez, nem se dê conta da dimensão do trabalho que o espera.

Será que ele sabe que, mais importante do que dar, simplesmente, um formato técnico e tático ao time, difícil, mesmo, será administrar o dia a dia de um grupo tão grande, tão heterogêneo, tão diverso e tão complexo?
 
É óbvio que o problema de Oswaldo é, exatamente, aquele que cem por cento dos técnicos gostariam de ter, isto é, dispor de um elenco numeroso e de boa qualidade, para, dele, extrair e  formar um grande time.

Isso, porém, é bom, apenas, em teoria e num primeiro momento, pois, a partir de quando se tem de lidar com os jogadores preteridos, a tarefa se torna árdua e difícil para quem dirige o grupo.

Em meu entendimento, Alexandre Mattos errou feio no processo de formação do time do Palmeiras, iniciando a construção da casa a partir do telhado e complicando o trabalho de Oswaldo.

Havia necessidade de muitas contratações? É claro que havia, mas não de quinze aquisições no curto lapso de duas ou três semanas. 

Seis, ou, no máximo, sete, e, não, quinze, como ocorreu até agora, seria o número ideal de contratações, do qual se partiria para a formação de um novo time. 

Mas dizer o que, se esse número deve ampliar-se para dezessete ou mais, considerando-se as chegadas iminentes de Arouca, de Aranha e, quem sabe, a, esporádica, de algum outro jogador?

Neste momento, tudo são flores, mas o Palmeiras vai começar a se dar muito mal, a partir do momento em que tiver de providenciar uma lista de dispensas, pois vai perder bons jogadores e muito dinheiro!

As escalações, ontem contra o time chines, de vários jogadores que, se sabe, estão na iminência de ser dispensados, foram puro jogo de cena.

Oitenta por cento, ou mais, entre os que faziam parte do elenco do ano passado e os que estão voltando de empréstimo, serão rifados, e vão receber o indefectível bilhete azul. 

Só os novos contratados têm a certeza de que vão ficar! Como viver e conviver em um ambiente assim?

Para não permanecer em cima do muro, adianto que, em meu critério de análise, Alexandre Mattos passou o carro à frente dos bois.

Precipitou-se e equivocou-se ao contratar tanta gente, antes que Oswaldo fizesse um levantamento completo do elenco, mapeasse as carências e fornecesse a lista de suas necessidades.

Como não haverá tempo para tal e a nave palmeirense terá de ser reparada em pleno voo, muitos jogadores do elenco de 2014 e outros que estão voltando, serão sumariamente dispensados sem que sejam ascultados e devidamente avaliados pelo novo treinador. 

Esse negócio de que nenhum atleta, entre os remanescentes da temporada passada e os que voltam de empréstimo, não serve para nada é, simplesmente, argumento de torcedor fanático.

O Palmeiras teria, entre os jogadores do elenco passado e os que retornam de empréstimos, muitos, perfeitamente aproveitáveis, dentro de um novo esquema, sob as ordens de um novo treinador. Não aconteceu com Mendieta?

Ontem, discorri acerca da tática adotada pelo novo diretor de futebol palmeirense, a mesma que ele adotou, no Cruzeiro, proporcionando a Marcelo de Oliveira a condição de, da quantidade, apurar a qualidade na formação de um time. 

A diferença é que Marcelo teve tempo para avaliar o material humano que encontrou no Cruzeiro, tão logo chegou de Curitiba e manteve muitos  jogadores no elenco.

A política adotada no Cruzeiro, deu liga e deu certo, e o time mineiro tornou-se bi-campeão brasileiro. Sei, perfeitamente, disso!

Apesar de tudo, entendo que tal procedimento não seja o mais adequado, pois cada clube é um clube. O que funcionou, no Cruzeiro, não vai, necessariamente, funcionar no Palmeiras.

Esse exagero de contratações é desaconselhável, não, apenas, por dar, demais, no bolso e no cofre do clube, como, e, principalmente por determinar a formação de um elenco exageradamente numeroso, praticamente inadministrável.

Quando o grupo de jogadores é muito inflado, muito grande,  prevalecem o ciúme, a inveja, o descontentamento, as brigas intestinas e as contínuas reclamações daqueles que não obtiverem a titularidade.

Não pensem que desconsidero o excesso de competições, o peso das temporadas, as inevitáveis contusões que impõem aos clubes elencos bastante  numerosos para fazer frente a tudo isso.

Mas não ao ponto que está chegando o Palmeiras, exagero dos exageros,  que vai precisar, agora, de uma depuração radical no elenco, a fim de que Oswaldo possa trabalhar sossegado.

Mas, isso, por si, não servirá para aplacar os ânimos e amenizar o ambiente, em face da luta de tantos egos e personalidades, fortíssimos, por um lugar no time titular. Quem viver, verá!

Essa situação só não vai se configurar plenamente, se Oswaldo conseguir, de chofre, de cara, de prima,  montar um time vencedor, que não dê azo às reclamações daqueles que não vão se encaixar como titulares no novo time palmeirense.

A melhor política para o Palmeiras, em meu entendimento, teria sido aquela de reforçar o elenco pontualmente com seis ou sete jogadores de primeira linha, de Zé Roberto e Arouca para cima, dando preferência a atacantes!  

Ao mesmo tempo daria vez à base, aos jogadores que foram bem na temporada passada e a alguns que estão voltando de empréstimo, complementando, a partir daí, o elenco na medida das necessidades detectadas pela observação do treinador.

Se mal pergunto, o que vai acontecer com João Pedro, Nathan e Victor Luís? Todos eles  correm o risco de serem queimados!  

E esse time do Palmeiras que disputa a Copa São Paulo, com jogadores espetaculares, também vai para a fogueira?

Essa é a minha opinião, mas a opinião mais importante é a sua.

Você acha que Alexandre Mattos exagera ou está certo no encaminhamento de tantas contratações?

COMENTE COMENTE COMENTE