Observatório Alviverde

30/05/2011

SE OS JOGOS NÃO FOSSEM DECIDIDOS POR GOLS, O PALMEIRAS SERIA CAMPEÃO!

 

Em postagem anterior, aqui neste OAV, cunhei uma frase irônica que definia bem o time do Palmeiras àquela época: “ Felipão parece que está querendo inventar a vitória sem gols”!

A frase traduz a vocação essencialmente defensivista de nossa equipe e a nossa imensa dificuldade em fazer gols.

Eu diria que, hoje, tanto tempo decorrido, só muda o advérbio empregado, isto é, de essencialmente para exclusivamente defensivista.

Daí a manchete irônica de hoje: -“Se os jogos não fossem decididos por gols, o Palmeiras seria campeão brasileiro de 2011!”

Afinal, marcamos forte, tocamos muito bem a bola, jogamos sempre com enorme disposição e envolvemos os maiores adversários. Entretanto, na hora de entrar na área adversária para a fazer os gols que decidem, somos  i-n-c-o-m-p-e-t-e-n-t-e-s.

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Meus amigos, assistir aos jogos do Palmeiras é um constante exercício de paciência.

Ontem, ao vivo, presente na Arena do Jacaré, verifiquei o quanto é difícil ser palmeirense em dias de tanta aridez e de escassez de atacantes e gols.

Na volta dos 80 quilometros de carona com amigos cruzeirenses, eu refletia:

“De que adianta tanta gente correndo, lutando, marcando, se não há um filho de deus com capacidade criativa em nosso meio de campo, nem atacantes objetivos nessa massa tática informe e estéril concebida por Felipão, nem Kléber!”

Chamam Kléber de gladiador, mas gladiadores são todos os jogadores do Palmeiras, tenazes e pertinazes dentro de campo, jogando sempre, como atletas de time pequeno: primeiro, para não perder. Só depois caso seja possível, tentar jogar para ganhar.

O que digo agora não tem como finalidade desqualificar, mas caracterizar, as atuações do Palmeiras.

Pelo que se nota, o Verdão precisa melhorar demais para alcançar os títulos e conquistas colimados por 17 milhões de sofredores que vestem a camisa verde mais bonita e gloriosa do planeta em todos os rincões de nosso Brasil continental.

A nação alviverde, há anos, vive oprimida e precisa se libertar do jugo das derrotas, mas como atingir os nossos objetivos jogando dessa forma tão covarde e tão previsível?

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Torcer para o Palmeiras tem sido um eterno exercício de humildade, de persistência, de conformação e um sucessivo recomeço de vida.

Nós, os torcedores, passamos jogos inteiros envolvidos em uma atmosfera desfavorável de mau futebol, sob constantes medos e temores, que inundam o nosso corpo de adrenalina e energias negativas, predispondo-nos ao negativismo e às doenças.

Nossos corações, cada vez mais estressados e taquicardicos, são submetidos, constantemente, a trabalhos forçados, como se fosse um  teste de ergometria, cada vez que o time entra em campo.

Após o jogo de ontem eu me sentia o próprio paciente cardiológico, como se houvesse terminado um teste de esteira ou de bicicleta, às raias da exaustão!

Mas, estou conformado porque ser palmeirense, há muito tempo, é assim!

Fazer o que?

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Não sou partidário do futebol arte em detrimento do futebol de objetivos e até acho que o Palmeiras de 2011 não pode dar-se a esse luxo.

Mas jogar como estamos jogando, como se fôssemos um timeco qualquer de um bairro longínquo de São Paulo, positivamente, não concordo.

Compreendo, perfeitamente, que Felipão tem limitações de material humano e que procura compensa-las através de um esquema cauteloso, no limite da eficiência e da característica dos jogadores, introjetando entusiasmo e motivação ao grupo.

Entendo e já destaquei muitas vezes neste OAV que os nossos dirigentes parece que não gostam de jogadores de frente, de atacantes, de homens de área.

Por isso nunca temos times ofensivos e agressivos, só defensivos e de há muito pagamos um alto preço por isso.

Nunca tivemos um artilheiro em todas as edições do Brasileirão porque as nossas diretorias só têm olhos para goleiros, zagueiros, laterais e volantes de contenção.

Os caras pararam no tempo e no espaço

Nas raras vezes em que contratam atacantes e homens de área, brindam-nos com atletas enfeitadores, de pouca força física e, na maioria, baixotes. Canhotos eles, também, decididamente, não querem no time.

É por isso que não culpo Felipão por todos os pecados táticos que tem cometido, que nos enchem de receios, medos, perturbações e inquietudes. Tá ruim com ele, mas, sem ele, poderia ser muito pior.

A conclusão a que chego está refletida nesta imagem:

“Felipão é um general de infantaria perdido na guerra, sem o apoio crucial do “estado maior” (a diretoria), sem a força necessária da artilharia (dos atacantres e homens de área) e com reduzido fogo aéreo, (só existe nas bolas paradas quando os zagueiros avançam), lutando pela sobrevivência digna e santa!”

Mas a minha pergunta a Felipão, que escala o time sempre de forma tão previsível e conservadora, que nunca ousa, que mexe pouco e mal durante os jogos e que mantem teimosamente os nulos Tinga e Rivaldo como titulares absolutos é esta:

“Quando tivermos atacantes (certamente os teremos) e quando os nossos jogadores mais talentosos estiverem disponíveis continuaremos jogando nessa tática defensivista que ao final dos campeonatos nunca termina bem, indigna de um clube de nossa tradição?”

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SOBRE CRUZEIRO X PALMEIRAS

Levamos um vareio de bola.

Em circunstâncias normais teríamos perdido de 3 x 0 ou mais.

Marcos foi a nossa maior figura e Tiago Heleno o destaque da defesa.

O mais fraco foi Gabriel Silva que não marcou e nem apoiou bem.

O gol do Cruzeiro foi fruto de uma falha de marcação decorrente da falta de atenção de um jogador que preocupou-se, apenas, com a trajetória da bola.

Ele estava de lado quando o jogador do Cruzeiro partiu para fazer o gol.

Não sei quem é pior, se Rivaldo ou Gabriel. O Palmeiras precisa de um lateral esquerdo de melhor expressão. Gabriel, novo, tem de ficar no banco para aprender e esperar a hora de ser titular.

Gostei do retorno de Cicinho, mas ele tinha órdens para avançar o mínimo possível.

Que cazzo é Kléber no time do Palmeiras? Que apito ele toca? Onde ele atua? Avançado ou recuado? Ele vive, repito o comentário do último jogo, mais no chão do que em pé e hoje não teve gol para salvá-lo do naufrágio.

O time teve na marcação, na doação, no espírito de luta, no empenho, na exuberante forma física, no toque de bola excusivamente horizontal (às vezes ajuda, ontem ajudou na administração do empate) as suas maiores e melhores virtudes.

O resultado em sí foi excepcional considerando-se as características de um jogo em que Marcos foi o mehor em campo e o único protagonista foi o adversário. A nós coube o ridículo papel de meros figurantes.

O lado positivo de tudo o que vimos in-loco ontem na Arena do Jacaré foi que a sorte voltou a ficar de nosso lado.

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