Observatório Alviverde

11/02/2021

PALMEIRAS NÃO SUBIU AO PÓDIO NO MUNDIAL DE CLUBES DO Q'ATAR!

Compreendo a indignação de todos, mas o momento é de ações, não de retaliações.

Um time que saiu do pouco, do quase nada, da desesperança a que estava restrito no tempo de Luxemburgo e chegou onde chegou, tem de ser criticado, sim, mas não pode ser nunca achincalhado pela torcida.

Entendo a frustração de tantos, estumada e multiplicada pela forma como os "profissionais" da Rede Globo e da mídia, de um modo geral, tratam o time, desmerecendo-o de maneira vil e desrespeitosa. 

Hoje, do início ao final da transmissão do Sportv aquele gaúcho de merda que fingia narrar o Palmeiras x Al Ahli,  bostejou o tempo todo, comentou o tempo todo, perfeitamente inserido ao maligno paradigma global da exaltação ao Fla, da proteção ao Curica e do favorecimento aos Bambis. 

Ele fez de tudo para colocar o Palmeiras e sua torcida abaixo da linha da mediocridade e batia no clube covarde e insistentemente, sempre que podia, batendo e escondendo a mão. Só assisti ao jogo pelo Sportv porque não localizei nenhuma emissora do exterior entre as que sintonizo habitualmente, fazendo o jogo. Fui, como se diz, obrigado a me entregar aos inimigos!

Infelizmente esse cara e seus iguais levaram 90% da comunidade verde a uma frustração imensa e de tal monta, colocando o Palmeiras como um monturo, quando, na realidade, o time teria de ser criticado, sim, mas não da forma desrespeitosa, avassaladora e destrutiva como o fizeram. 

Dizer que o time, apesar de algumas estúpidas alterações de escalação, jogou mal, que não houve, jamais, a menor harmonia e entendimento entre os compartimentos da equipe, que o meio de campo não existiu e pouco ou nada produziu, que não tivemos, jamais, um ataque objetivo e eficiente, tudo isso é certo, mas é chover no molhado.

Sem Wesley, com Luiz Adriano aquele que inspirou a música "eu caçador de mim" e que fugiu do jogo o tempo todo sem ser substituído, além de William sem o menor ritmo de jogo (este deveria ter entrado no jogo anterior), como é que o Palmeiras poderia fazer gols, considerando-se, também, a ineficácia de quem deveria chegar de trás como elemento surpresa para chutar de média e larga distâncias, isto é, os jogadores de meio de campo?

Para que não se vá tão longe quero dizer que esse grupo mediano que o Palmeiras tem hoje, só consegue fazer algo positivo se submetido a uma ordenação tipo militar e a um planejamento de jogo rígido que possibilite ao time criar algo que só o jogo essencialmente coletivo o pode permitir... 

O Palmeiras, hoje, não tem em seu elenco individualidades à altura de suas tradições que possam aparecer e resolver, quando a necessidade obriga.

O jogo coletivo, no entanto, implica em algo que se chama entrosamento, que só pode ser mantido através de muito treinamento, muito ensaio e no decorrer de muitos jogos em que se usa um time só, uma escalação só, resguardadas as impossibilidades emergenciais. Por isto sempre clamei contra essa estupidez de um time diferente a cada jogo como o "portuga" vem fazendo, possivelmente para fazer média com todo o elenco

O fato, porém, é que quem perdeu e quem perde todos os jogos que o futebol brasileiro deixa de ganhar, no exterior quer via seleção ou via clubes, é essa mídia teórica que saiu das faculdades, tomou conta do Brasil e liquidou com o futebol.

Começa pelo extermínio do futebol de raiz, os estaduais, quase extintos que deixaram de ser o fator de renovação do futebol brasileiro, sob o falso argumento de uma pretensa globalização resumida a um torneio de dez ou doze dias, quando muito.

O pior de tudo isso é que conseguiram fazer a cabeça do torcedor, sobretudo o jovem, que imagina que o futebol brasileiro sempre foi ineficiente e inferior ao europeu, quando, na realidade, a coisa não era bem assim quando o Brasil (a Argentina e o Uruguai também, em menores proporções) tinha jogadores a que se chamava de pontas, verdadeiros bailarinos que arrebentavam as defesas e os esquemas defensivos adredemente armados em dribles desconcertantes e os trucidavam por completo.

Foi assim até Telê (tido impropriamente como o maior técnico da história. Era bom mas não chegava a tanto, haja vista seu próprio currículo) que acabou com os pontas e a ESPN, rede televisiva que chegou ao Brasil e passou a exibir massivamente o futebol do exterior estabelecendo uma nova geração de torcedores de sofá.

Acabaram-se, então, o futebol do interior, a mídia profissional interiorana, as rivalidades regionais, a revelação de novos talentos, a formação de bailarinos da bola (ainda existem, mas no Futsal) e a morte do futebol moleque que caracterizava o Brasil e era o seu maior trunfo. Cadê que surgiram novos Ronaldinhos gaúchos para que eu cite apenas um exemplo bem recente?

E aquela do cansaço dos times que jogam cinco ou seis partidas a mais (importante, POR ANO) do que a mídia considera razoável, quando um jogador atua duas vezes por semana, no máximo? 

Não venham com o exemplo deste ano que é atípico e nem, tampouco, com os jogos a mais que fazem os candidatos ao título da Libertadores.

Time de futebol tem de manter o time base, insistir com ele, dar moral àqueles que atuam e efetuar as alterações apenas na medida do necessário sem essa bobagem de descansar. 

Pelo que se depreende do que a mídia sem assunto bosteja o tempo todo, jogador de futebol é o ser humano que mais se cansa em sua tarefa quando se sabe que a coisa não é assim.

A desgraça do futebol americano coincidiu com tudo isso que eu citei, mais a inexistência dos pontas dribladores que partiam pra cima dos beques com a bola dominada. Aí a mídia da teoria vêm com outra de que o futebol de hoje, é muito mais exigente fisicamente quando eles sequer viram uma partida em tempos pretéritos.

Toda a vez eles costumam citar o Brasil de 70, mas nunca falam da Holanda de 74, nem na Alemanha e, em suma, só falam mesmo daquilo que lhes interessa.

Meus amigos palmeirenses, acordem! 

Quando lhes disserem que não temos copinha, respondam que eles não têm a supercopinha e que, só o Palmeiras é campeão dos campeões da competição. Quando lhes disserem que não temos mundial digam-lhes para entrar no site da Fifa ou para que vão os arquivos.

Não não vamos entrar em desespero porque ainda temos mais um título a disputar quando quase todos os demais clubes vão disputar os restos do Brasileirão ou lutam para sair dos piores lugares.

Por mais que estejamos tristes ou revoltados, lembrem-se de que vamos decidir a Copa do Brasil, esperar decorrer esse tempo que resta para o encerramento da temporada e exigir, a partir daí, que o Palmeiras reforce o elenco com sabedoria para 2021.

Desta vez não entramos no Paraíso, mas estivemos nas portas dele onde outros sequer vão passar por largo e longo tempo!

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