Observatório Alviverde

31/03/2015

VALDÍVIA PODE VOLTAR AO TIME SÁBADO, ÀS 18,30 H, NO ALLIANZ PARQUE, CONTRA O MOGI-MIRIM!


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 Da Roja, direto ao time, sábado, contra o Mogi!


De tudo o que vi, li e depreendi das análises acerca da vitória palmeirense no "Choque-Rei" e de suas consequências, constato que nenhuma tese se sobrepôs à nossa, ao menos até agora.

Muitos disseram -não sem justa razão- que o Palmeiras derrotou os bambis em decorrência da alta motivação e estimulação dos jogadores em face do clássico.

Acrescente-se, porém, que o Verdão foi beneficiado pelas circunstâncias iniciais do jogo, amplamente favoráveis, pelo gol relâmpago que marcou e pela expulsão precoce do zagueiro Tolói.

Sem esses ingredientes o jogo teria sido outro e nem sei se o Palmeiras, que leva tanto azar, tanto e quanto, também, é vítima de erros de arbitragens grosseiros cada vez que enfrenta os bambis, teria chegado à vitória com tanta facilidade.

Não, não estou defendendo ou me associando aos desafetos palmeirenses da mídia, embaçando o brilho da importante, merecidíssima e inolvidável vitória, que lavou a alma dos palmeirenses e os fez, por um momento, imaginar que "os bons tempos haviam voltado"!

Afinal, é forçoso reconhecer que as "coincidências iniciais de jogo", foram geradas pelos méritos do time do Palmeiras, que, entrou pilhado para o clássico, e, conforme dissemos ontem, encaixotou os bambis impondo desde o início do jogo, uma marcação implacável, induzindo-os ao erro.

O erro de Ceni, por exemplo -incomum em um jogador de sua experiência e categoria- foi induzido pela pressão da marcação, mas o gol só saiu porque o Palmeiras teve a felicidade que a bola caísse nos pés de Robinho. 

Algum outro jogador do elenco tomaria semelhante e tão atrevida iniciativa de um chute lotérico, de tão larga distância, fadado (mais) ao fracasso? Quem? 

Talvez, entre os que jogaram, apenas o volante Gabriel o arriscasse, quem sabe, Dudu, e, mais, ninguém! 

Um arremate daquele, (de Robinho), retrata fielmente a personalidade de quem o tenta, e, só o tenta quem tem muita confiança no próprio taco! Para mim, é uma questão de índole.

Mas o elemento principal, primacial, primordial, fundamental e facilitador da histórica vitória alviverde sobre os bambis, foi o fato de o Palmeiras, por tudo o que citamos, não ter sido obrigado a tomar as iniciativas do jogo,  principalmente de atacar, visando a furar um sistema defensivo hermeticamente fechado.

Desobrigado de ter de trabalhar ofensivamente, jogando a partir do gol e da expulsão, exclusivamente na espera e, principalmente, a partir dos erros do adversário, (dentro de sua melhor forma de atuar), o Palmeiras passeou em campo.

Tivesse o Verdão atacantes de qualidade (não estou julgando potencial de cada jogador, mas o que vejo em campo), teria goleado os bambis mediante um placar muito mais dilatado de quatro, cinco ou mais gols.

Contra o Red Bull, alguns aspectos, em meu entendimento, atrapalharam a equipe, conduzindo-a, melancolicamente, à derrota: 

1º) O "já ganhamos"! 
2º) O corpo mole e a falta de empenho!
3º) O menosprezo ao adversário!
4º) A máscara!
5º) A necessidade tomar a iniciativa do jogo e de atacar.

Não quero, sequer, abordar os quatro primeiros ítens, subjetivos, mas quero falar, especificamente, acerca do último, essencialmente técnico, que fala da necessidade de o Palmeiras tomar a iniciativa do jogo e atacar o adversário.

Analisemos, então, essa que é a grande deficiência do Palmeiras de Oswaldo:

À frente de um excepcional goleiro - o melhor do Brasil na atualidade-, há um lateral direito, Lucas, inferior ao seu reserva, o garoto João Pedro convocado para a Seleção Sub-20. 

Mas há que se dizer que Lucas, técnicamente razoável, é compatível, pois trata-se de um atleta esforçado, lutador e responsável, embora, ao menos pelo que mostrou, até agora, de limitada capacidade de apoio ofensivo.

Além disso, vai pouco ao ataque, é deficiente nos cruzamentos, e quase não arrisca arrematar contra o gol adversário.

Os dois zagueiros de área estão longe da excepcionalidade e são, apenas, razoáveis. O Palmeiras merece coisa melhor!

Tôbio, destro, sério e firme, é rebatedor, mas não sabe sair jogando. 

Vitor Hugo, canhoto, é vulnerável em lances de velocidade, nos quais é, facilmente, batido, não cobre bem os avanços de Zé Roberto e tem pouca capacidade de recuperação e de recomposição. 

Levemente superior a Tôbio no quesito entrega de bola, está longe de ser um elemento facilitador na entrega de bola e na arte de sair para o jogo. 

Ambos, pela elevada estatura, têm boa presença ofensiva nos lances originados de bola parada.

Zé Roberto, meia esquerda adaptado à lateral, técnica e individualmente um portento, driblador, de toque refinado, provou que, na função de ala, não é solução, mas um problema.

Embora ousado e eficiente no apoio ao ataque, pela esquerda, não tem mais recomposição, a tempo e hora para, acompanhar os contra-ataques de bolas perdidas ou recuperadas pelos adversários e voltar à tempo de fechar a defesa.

Tomamos gols em muitos jogos, em contrataques puxados em seu costado e os adversários que esse era o caminho para chegar ao gol do Verdão. 


Tanto é verdade que todos procuraram explorar essa deficiência e, pode-se dizer, sem receio de errar, que o Red Bull acabou com o Palmeiras em várias incursões pela Av. Zé Roberto em que, em duas, chegou ao endereço certo.

Oswaldo, imagino, vive um dilema tático, estratégico e individual. Ele deve pensar: escalo ou não um jogador de tamanho nome, verdadeira legenda no futebol brasileiro, ainda que não esteja rendendo satisfatoriamente? 

Se escalá-lo fixo-o, à defesa ou o libero para apoiar? Zé Roberto vai ou fica? Marca ou ataca? É lateral ou meio-campista?

O que Oswaldo precisa saber (certamente, ele sabe) é que se ZR jogar avançado, sem um o apoio de armador que conheça a posição e que ocupe o lado esquerdo do campo para encostar e tabelar, voltar e, principalmente, cobrir, em primeiro combate, o improvisado lateral, o Palmeiras, será, sempre, um time exposto.

Não ocorreu contra os bambis, justamente pela expulsão do zagueiro deles que, coincidentemente, ocupava o setor e pela falta de qualidade e experiência do lateral direito deles.

No meio de campo o Palmeiras, hoje, só tem homens de destruição, Gabriel, Arouca, Robinho e Rafael Mendes, os dois últimos, um pouquinho mais criativos, mas longe de serem cerebrais.

Gabriel chega pouco ao ataque por questões funcionais (ele é volante de contenção). 

Arouca, que tem como maior mérito a combatividade, é condutor de bola, sabe chegar, embora sem uma presença ofensiva mais efetiva.

Robinho, sim, tem mais pendores defensivos, tanto e quanto chuta melhor do que todos. Porém, no Coritiba, ele nunca armou o jogo, pois quem armava era seu mestre, amigo, conselheiro e  mecenas, Alex.

Gabriel Marques, originariamente um centro-avante, aos poucos, desde quando defendia o Botafogo, foi se adaptando, via Oswaldo, à função de meia avançado.

Em meu entendimento, creio que ele tenha, muito mais, pendor e vocação para homem de área, função para a qual ele seria uma excelente tentativa e uma grande alternativa. Mas não foi para essa função que ele foi contratado?

Restam, então, Dudu e Cristaldo, que merecem análises especiais.

Dudu é puxador de contra-ataques que precisa de espaço para poder impor o seu jogo de velocidade. Pelo que mostrou até agora, ele, pela baixa estatura, 1,66 M, tem dificuldades em ultrapassar defesas altas e fortes, perdendo-se, completamente, em campo.

Cristaldo, jogador limitado, longe do nível de exigência do Palmeiras, como atacante enfiado mostra, a toda hora, que não atende as necessidades da equipe. Sou, muito mais, Gabriel Jesus (mesmo adaptado) ou Leandro Pereira! Mas como se pode julgar a eficiência ou utilidade de produtos que ainda estão dentro da embalagem?

O Palmeiras, exceção a uma ou outra jogada de infiltração que, invariavelmente, não redunda em nada de prático, insiste - não se sabe porquê- nas bolas cruzadas, alçadas (é risível) para um ataque que marca presença na área adversária com Arouca, Robinho, Dudu e Cristaldo. 

O único alto do ataque Gabriel Marques, nessas ocasiões, está armando as jogadas, fora da área. 

Um time assim, pelas circunstâncias expostas, mediano e óbvio, sem força ofensiva e agressividade no ataque, terá, sempre, dificuldade, para que não se mencione uma palavra mais forte,  impossibilidade, de impor-se em campo e de propor o jogo. 

Toda a vez que o Palmeiras é obrigado a tomar a iniciativa no jogo, tem mais dificuldades para vencer. 

Isso evidencia e escancara a indesmentível realidade de que temos, ainda, um largo caminho a percorrer antes que o time atinja o entrosamento, a maturidade, a constância de produtividade e passe para o torcedor a confiança que ele espera e almeja!

A curto prazo, tudo continuará insolúvel se Valdívia não voltar imediatamente! Nessa circunstância, o Palmeiras vai ter de gastar muito mais, pois terá de contratar, além de um armador categorizado, outros atacantes porque com os que estão aí, dificilmente vai dar certo.

Enquanto isso, o visionário Alexandre Mattos só contrata laterais, beques e  volantes, e, parece, não tem, mesmo, capacidade discernimento e visão para perceber que o time precisa, mesmo, é de atacantes.

Infelizmente, o tempo passa, vêm e vão diretorias e eu não consigo ver o Palmeiras representado por um time, marcantemente, de jogadores altos, fortes, de físico privilegiado, todos com estatura superior a 1,80 M, ainda que, reforçado, se necessário, por baixotes geniais, desde que, sempre, acima da média.

O Portal Terra divulgou, ontem, que Alexandre Mattos teria afirmado que Valdívia poderá retornar ao time do Palmeiras já neste sábado às 18,30H contra o Mogi-Mirim, caso seja (quem desconhece que é) a vontade de Osvaldo!

Com ele em campo, desde que esteja inteiro e sem problemas de contusão, o Palmeiras não terá problemas para propor o jogo e partir para cima dos adversários e o entrosamento chegará ao time como que por encanto!

Tomara que aconteça e que dê Valdívia na cabeça! 

De Matos, de Osvaldo e, principalmente, de Nobre!

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