Observatório Alviverde

15/02/2019

ALGUMAS REFLEXÕES SOBRE O PALMEIRAS!



Acabo de assistir ao grande clássico da segunda divisão sul-americana entre Corintians x Racing, findo o qual não titubeio ou receio em antecipar-lhes que, pela amostra, creio ser difícil que o Curica mesmo com tantas contratações, reedite neste brasileiro a campanha que empreendeu no primeiro turno de 2016.

Da mesma forma, repito o que disse várias vezes:

Não acredito que o retranqueiro Carile seja um técnico pronto, como a imprensa proclama, haja vista que seu repertório se resume aos contra-ataques, mas com um porém:

Com a chegada de Gustavo, exímio cabeceador, que veio do Fortaleza, o Curica poderá, além da tradicional retranca, aumentar o seu repertório ofensivo e introduzir, também, a tática do chuveirinho.

Por falar em Gustagol, deu para perceber a sensível diferença entre o Curica e o Palmeiras no que respeita à contratação de jogadores?

Enquanto o Verdão foi à Colômbia gastar rios de dinheiro e contratar a peso de ouro o "medianíssimo" Borja e o  baixote e sem físico Guerra, ou, da mesma forma, à Europa para buscar o apenas razoável Deyverson, o Curica descobriu no próprio futebol brasileiro um jogador aparentemente melhor e extremamente mais em conta do que aqueles pelos quais o Palmeiras despendeu grandes fortunas e que, efetivamente, não estão à altura da camisa que vestem.

Culpa, não só de Mattos e dos dirigentes mas, sobretudo, da estúpida elitização da torcida palmeirense que não aceita jogadores sem pedigree. 

Baita bobagem e grande estupidez, pois, como eu disse outro dia, a arte não tem pátria e um grande jogador pode ser encontrado em clubes pequenos e até em campos de várzea deste "imenso" Brasil varonil! (Royalties para o saudoso comediante Zé Bonitinho, que há tempos não está mais entre nós).

Se, por exemplo,  o Palmeiras trouxer um zagueiro de nome e conhecido todos aplaudem, como aplaudiram o colombiano Mina e todos os demais contratados ultimamente, apenas razoáveis.

Quando o Palmeiras adquiriu o canhoto Vitor Hugo, muito mais zagueiro e muito mais barato do que o colombiano Mina, Mattos foi violentamente censurado pela torcida, principalmente porque no primeiro clássico que disputou contra o Curica VH falhou no lance que deu a vitória à gambazada retranqueira.

Quando o Verdão, investindo uma fortuna,adquiriu o "nove" colombiano Borja precedido por sua fama de artilheiro colombiano e artilheiro da Libertadores/16 e o armador venezuelano Guerra, considerado  então o craque da temporada, a elitizada torcida palmeirense vibrou e aplaudiu, mesmo com os preços proibitivos pago pelos atletas. Deu no que deu!

Se o Palmeiras -por exemplo- houvesse trazido Gustagol, à época um ilustre desconhecido ou alguém similar, , o mundo viria abaixo e a torcida não daria tranquilidade para que ele se ajustasse ao novo clube.

Infelizmente, a torcida palmeirense é assim, ou, melhor, sempre foi assim. 

Nos tempos das vacas magras quando o clube adotava a política do bom e barato, sequer ao estádio ela comparecia em grande número, o que fez com que a mídia passasse a afirmar, com a maior desfaçatez, mormente a Falha de São Paulo, digo, a Folha de São Paulo, que os Bambis tinham torcida maior que o Verdão. Conversa pra boi dormir!

Só a partir da reforma (reconstrução) do velho estádio Palestra Itália e -reconheça-se- dos exagerados investimentos do novo diretor de futebol Alexandre Mattos que o Palmeiras desmentiu a enganosa imagem criada pela maior parte da imprensa paulistana. 

Querem outro aspecto interessante?

Verificando na Internet, constatei que o Palmeiras no decorrer de vários anos, revelou alguns jovens de sua, mas sempre em número bastante reduzido em relação aos concorrentes. 

Eis alguns mais importantes .

Diego Cavalieri, Ilsinho, David Braz, Edmilson, Luis Gustavo, Denis, Juninho, Gerson Caçapa, Elias, Edu Manga, Vagner Love, Gabriel Jesus e outros (poucos) cujos nomes representam um número reduzido de atletas em proporção ao decorrer dos anos.  
 
Entre eles, o Palmeiras -de cara- perdeu Ilsinho e David Braz, respectivamente para os bambis e para o Santos, Elias para a Ponte Preta, tendo negociado Gerson Caçapa, Edu Manga, Edmilson, Vagner Love e Gabriel de Jesus com clubes europeus.   

A maior parte dos jogadores revelados pelo Verdão pode-se dizer que foi representada por atletas que não tiveram chances de mostrar valor com a camisa do Palmeiras e fato semelhante -muito mais grave- está ocorrendo agora quando o Palmeiras montou equipes de base poderosas, revelou muitos jogadores, mas. ao que tudo indica, não irá aproveitar ninguém ao menos por enquanto.

O Palmeiras deveria olhar com mais cuidado para os juniores e aproveitar ao máximo os atletas que revela na base. Só assim poderá ter craques no elenco. É a única maneira possível de ter grandes jogadores, a não ser que o clube invista uma fortuna em atletas consagrados, ainda que sem a garantia de que resolverão os problemas da equipe. Ocorreu, repito, com Guerra e Borja!

Para encerrar, um outro aspecto interessante.


Com a onda de seriedade e honestidade que a "Lava Jato" e a eleição de Bolsonaro transmitiram ao país, já não está tão fácil aos clubes de massa, manipulados política e eleitoralmente, levarem tudo na mão grande como ocorreu livremente nos tempos do PT.

Vinha ocorrendo há anos, com o beneplácito e até com o patrocínio daqueles que detinham o poder e  que almejavam perpetuar-se no comando do país. Eles só não contavam com a reação do povo brasileiro que, finalmente, parece que acordou.

Foi -coincidentemente- durante o período em que essa gente mandou e desmandou no Brasil que o Curica mais cresceu.

Lembrem-se, sempre, que a curicada, sem o menor mérito,  ia ganhando um estádio de presente (só não ganhou por conta da Laja-Jato e porque foram derrotados nas últimas eleições) e chegou -inclusive- ao título mundial. 

Quem não se lembra dos "pênaltis mandrakes" assinaldos nos momentos cruciais e decisivos dos jogos, quer proporcionando vitória quanto evitando as derrotas.  Foi isso e não algo diferente que levou Tite à Seleção Brasileira!

Esperamos que o Palmeiras saiba lidar com essas situações de extrema gravidade e se defenda publicamente com energia e veemência toda a vez em que for prejudicado.

Sobretudo quando árbitros useiros e vezeiros forem escalados para apitar seus jogos e prejudicar o clube como ocorreu há uma semana quando Luís Flávio Oliveira, que parece detestar o Palmeiras, foi escalado para apitar o "derby"!

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