Observatório Alviverde

26/10/2018

BOCA 2 X 0 PALMEIRAS. UMA ANÁLISE DE CABEÇA FRIA SOBRE O TRABALHO DE FELIPÃO!


Muitas razões levaram o Palmeiras à fragorosa derrota em Buenos Aires!

PRIMEIRA

O planejamento equivocado de Felipão. 
Ficou bem claro que o Palmeiras jogou para empatar ou perder de 0 x 1 e, se possível, achar um gol e vencer.
Sabendo que o gol na casa do adversário valia (vale) por dois, Felipão, concordo, deveria, sim, ter jogado com precaução, mas sem nunca abdicar de atacar como ocorreu e, principalmente, tentar marcar ao menos um gol fora de casa.
Vejam que mesmo quando o time já perdia por 0 x 1, em vez de mandar o time pra cima e tentar o empate, ele trancou-se ainda mais na defesa e acabou sendo castigado com o 0 x 2.

SEGUNDA
A inutilidade e o prejuízo decorrentes do rodízio de times.
O que se ganha em reservas físicas, perde-se no entrosamento da equipe, muito mais importante.
Além disto, liquida a confiança dos atletas de personalidade tímida, que necessitam de estabilidade no grupo para que possam render satisfatoriamente.
IMPORTANTE - Nunca, na história do futebol, clube algum prosperou com dois grupos. Nem a Seleção Brasileira da Copa de 38, que praticou o sistema, deu-se bem.

TERCEIRA
A escalação equivocada do time que enfrentou o Boca. 
Não, não estou afirmando isto agora, mas o fiz de forma antecipada, como prova e comprova o blog.
A mudança radical de uma zaga entrosada, perfeita no jogo aéreo e artilheira, atendendo ao "mi-mi-mi" de quem não gosta de jogador velho e o fato de o time jogar com três volantes e sem um armador criativo são a prova contundente do que digo.

QUARTA
A filosofia exclusivamente defensivista de um time que não ousou.
Em momento algum Felipão abriu mão de jogar pelo regulamento. Nem quando perdia por 0 x 1.
Mas, além do que dissemos da filosofia de jogo, há outros indícios claros a citar:
a) O time conseguiu chutar só três ou quatro bolas ao gol adversário e, ainda assim, sem perigo...
b) Da mesma forma, não ofereceu perigo ao adversário em suas jogadas até então mais fortes e decisivas, de bola parada principalmente nos córneres. Tudo em razão da falta que fazem Antonio Carlos e Dracena, estupidamente afastados porque Felipão achou que os jogadores do time reserva eram melhores do que os até então titulares...
c) Defesa plantada com dois rebatedores, Luan e Gustavo Gómez destacados para a cobertura final da última bola, cercada por três volantes e três atacantes que parecem ter sido orientados para, apenas, defender...
d) Os zagueiros palmeirense tanto e quanto os que recuaram para ajudá-los, não conseguiam nunca trocar passes e jogaram instintivamente à base do estouro de bola inconsciente  inconsequente para qualquer lado, dentro ou fora do campo. Mas lançar para quem se estava todo mundo recuado e preocupado apenas em marcar os argentinos?
Conclusão 
Um time que age assim durante os 90 minutos esteve essencialmente defensivista e, em razão disto,  dificilmente venceria o confronto. Ainda mais em noite de tão pouca inspiração.
O  resultado (0 x 2 para o Boca) foi justo em um jogo no qual não se pode -nem de leve- criticar a arbitragem comandada pelo chileno Roberto Tovar, que atuou em consonância com a minha previsão e de acordo com as minhas otimistas expectativas.

QUINTA
A tradicional e inexplicável paixão de Felipão pelos jogadores "grossos"!  
Nem vou citar os nomes de tantos jogadores toscos e de tão pouca técnica de jogo, que ganharam a preferência de Felipão em tantos clubes e com os quais, reconheça-se, ele ganhou tantos títulos.
Mas deu para notar que os títulos de Felipão são sempre conquistados com sangue, suór e lágrimas?
Os jogos das finais com Felipão no comando, são de um sacrifício tal que, quando os títulos chegam, o torcedor está tão cansado, derrubado e estressado que nem consegue comemorar a conquista como deveria e nem da forma que mais gostaria.
Uma das explicações para isso é o fato de -sob a alegação de uma pretensa raça- Felipão estar sempre arrumando uma forma de colocar no time jogadores superados ou até os "grossos".
Deu para notar como ele fica chateado e infeliz se deixa de escalar Jean e Thiago Martins nem que seja, apenas, por alguns poucos minutos?

SEXTA
Um time sem meias criativos não consegue montar um esquema de contra-ataques
Mas não foi isto o que ocorreu contra o Boca? Sem ter ninguém à frente, exceto, em pouquíssimos lances, o limitadíssimo Borja, o Palmeiras desarmava o ataque "bostero" e (das duas, uma) mandava a bola para fora ou entregava nos pés dos adversários. Foi assim em mais de 80% do jogo.

SÉTIMA   
Muitas vezes é necessário alterar o time no intervalo, mas, sempre, quando necessário.
Até entendo quando Felipão espera por dez minutos na passagem do 1º para o 2º tempo, haja vista que as correções táticas nem sempre dependem apenas da mudança das peças.
A observação que faço é a de que Felipão tem de compreender que, algumas vezes, há que se fazer a alteração da peça que não funciona no intervalo do jogo.
Apoiei a escalação de Borja e considero até que ele não jogou mal. Mas se era para o time jogar da forma como jogou, teria sido melhor a escalação de Deyverson.
Entendo que o jogo, no intervalo, mais do que pedia, implorava pela presença de Deyverson.
Com sua mobilidade, aplicação tática, correria e deslocamentos ele prenderia, no mínimo, dois zagueiros do Boca e tornaria o jogo mais ameno para o Palmeiras.
Da mesma forma, como Dudu e William vinham de trás, ele poderia fazer o trabalho de pivô, preparando para os dois e até para os laterais e volantes que, eventualmente, chegassem.
Tudo isso mais a sua presença de área explorando o jogo aéreo que não existiu para o Palmeiras mas acabou sendo o fator decisivo do confronto.

OITAVA
Weverton, nem de longe, é o melhor goleiro do Palmeiras, e, no entanto, é o titular.
Weverton pelo que já dissemos antes, não deveria sequer ter sido contratado.
Trata-se de um goleiro comum que só se criou e alcançou a titularidade pelo fato de ter custado caro aos cofres palmeirenses.

Quero deixar claro que essa opinião eu emiti, quando ele foi contratado e a sustento até hoje, deixando bem claro que respeito todas as outras contrárias à minha.
Pelo que vi e senti dos dois gols do Boca e pelo que conheço de Prass e de Jailson, infinitamente melhores do que Weverton, sou convicto de que ambos, que têm muito mais explosão e reflexo, tinham todas as condições de se sair melhor nas duas jogadas.
Não estou, absolutamente, crucificando Weverton, que defendeu uma bola quase indefensável no ângulo em cobrança de falta  e saiu do gol pelo alto com muita personalidade, único ítem, aliás em que ele supera Prass e Jailson. Falo pelo todo e por tudo que já vi dos três goleiros palmeirenses.
De passagem. Prass e Jailson são péssimos repositores de bola, mas Weverton consegue ser pior.
A maior diferença entre Weverton a julgar pelo que vejo na TV reside justamente na maior liderança que Jailson e, principalmente, Prass, impõem à defesa, fator esse da mais suma importância para qualquer time vencedor.
Por último, quero dizer que como nem Jailson e, muito menos, Weverton são defensores de pênaltis, Felipão deveria ter Prass contra o Boca, considerando-se o apreciável percentual de que o jogo pode terminar em disputa de pênaltis.

C-O-N-C-L-U-S-Ã-O
Apreciaria muito que todos vocês entrassem nos temas publicados e que discutíssemos as alternativas propostas, seja concordando ou discordando.
Fique claro, ninguém aqui neste OAV está insinuando, preparando ou querendo a dispensa de Felipão que, apesar de seus erros, é o grande responsável pela grande arrancada e pela recuperação palmeirense em 2018. Sem ele, imaginem onde estaríamos!
De minha parte, independentemente do ganho ou perda de todos os títulos ainda em disputa, Felipão, em princípio, será o meu técnico preferido em 2019.
A bem da verdade e da honestidade, só poderemos, efetivamente, cobrá-lo após ele próprio montar o elenco para o ano que vem e com os jogadores que ele indicar ou escolher. Por enquanto ele está dirigindo um time de jogadores da confiança de outros treinadores!  (AD)

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 "Parabéns ao time Sub-17 do Palmeiras pelo título de Campeão Brasileiro de 2018"!

Os garotos não deixaram  a torcida palmeirense passar em branco nesta virada de ano! (AD)