Observatório Alviverde

13/03/2019

A REINTEGRAÇÃO DEYVERSON FOI FUNDAMENTAL NA IMPORTANTE VITÓRIA DE ONTEM SOBRE O MELGAR!



 ASPECTOS CLASSIFICATÓRIOS

O Palmeiras encontrou poucas dificuldades para derrotar o Melgar, do Peru, por 3 a 0. 

Foi o segundo jogo do Verdão na Liberta e os três pontos conseguidos catapultaram-no à liderança isolada do Grupo .

O Palmeiras acaba de chegar aos seis pontos, com um aproveitamento de cem por cento já com cinco pontos à frente do San Lorenzo.

Mesmo que o time do Papa derrote o Júnior Barranquilla amanhã em Buenos Aires só chegará aos quatro pontos e desse modo, não alcança o Verdão.

O melhor mesmo para o Palmeiras é que San Lorenzo e Júnior empatem hoje à noite e permaneçam, respectivamente, os argentinos com dois pontos e os colombianos com um. 

NOVO UNIFORME

Ao tomar conhecimento de que o Palmeiras entraria em campo trajando camisas azuis, eu que sou conservador e que sempre cultivei as tradições do clube, decepcionei-me totalmente.

Ainda que afirmem que o escopo da mudança haja sido homenagear "São Marcos", a grande figura da conquista da Libertadores em 1999, em minha opinião trata-se, simplesmente, de outro esquema comercial com o objetivo de vender mais camisas e faturar mais.

Não condeno a mudança da mesma forma que não a apoio, embora ciente e consciente de que o mais importante é que o time vença os seus jogos e vá para as cabeças de todos os torneios que disputa. 

O "Palmeiras de azul", de ontem, (ainda bem) não foi "o Palmeiras de azul" do "Torneio do IV Centenário de São Paulo, no longínquo mas inesquecível ano de 1954 que eu tive a ventura de viver, quando um "pai de santo" garantiu que se o Palmeiras entrasse em campo de azul seria campeão. 

O Palmeiras entrou de azul e, em seguida, "entrou pelo cano" ao empatar com o Curica que jogava pelo empate em 1 x 1 e perder aquele importante título. Eu, menino, chorei muito, fiquei traumatizado com a derrota e passei a odiar a camisa azul.  

Menos mal que os tempos, agora, são outros e a mudança da cor ou da tonalidade dos uniformes transformaram-se em "marketing" para a aumentar a venda de camisas.

SOBRE O JOGO 

Se domingo passado em Mirassol o time não jogou nada, pode-se dizer que ontem, contra o Melgar o Palmeiras teve bons lampejos e em determinados momentos chegou a empolgar o ótimo público que esteve no Allianz Park. 

Há que se ressaltar inicialmente a raça, o espírito de luta, a disposição e a aplicação de todos os jogadores alviverdes que deram tudo de si pela vitória. Sei, perfeitamente e concordo que isso tudo não é virtude, simplesmente obrigação. De qualquer maneira, não há como negar que o time fez a lição de casa.

O Palmeiras, ontem, começou o jogo tomando todas iniciativas e quase abriu a contagem logo aos três minutos, num chute de Dudu que o goleiro Cáceda defendeu com dificuldade.

Após esse lance o Palmeiras continuou apertando o time peruano, tendo criado algumas boas chances com Deyverson, Gomes e Ricardo Goulart.   

O gol de abertura demorou um pouco para saír, e a apreensão da torcida só acabou ao 24 minutos quando o Palmeiras fez seu primeiro gol e abriu a contagem.

Foi em um lance de bola parada que continua sendo uma grande arma palmeirense, quando Dudu bateu um córner, Ricardo Goulart (que impulsão tremenda tem esse cara!!!) fez a casquinha de preparação para a penetração (livre) de Felipe Melo que cabeceou para os cordéis.
Palmeiras 1 x 0 Melgar.

Alguns segundos após o Palmeiras abrir o marcador a torcida voltou a ficar apreensiva quando Cuesta empatou o jogo para o Melgar.

Sorte, a do Palmeiras, que o bandeirinha era paraguaio (não era brasileiro) e registrou acertadamente o completo impedimento do atacante peruano sinalizando para que o árbitro providenciasse a devida anulação do gol. Foi um alívio!

Aos trinta minutos o árbitro paraguaio Mario Diaz De Vivar acabou, sem querer, ajudando o Palmeiras.

Após uma entrada por trás -violentíssima- de Felipe Melo em Arias que subia no contra-ataque em direção ao gol de Weverton, o árbitro contemporizou e aplicou só o amarelo.

Foi um lance, sim, para a aplicação sumária do cartão vermelho! Desta vez (há quanto tempo não ocorria!) o árbitro acabou beneficiando o Palmeiras!

Aos oito minutos do segundo tempo o Palmeiras -na prática- definiu o jogo em bola alçada do lado direito que encontrou a cabeça do oportunista Ricardo Goular que estabeleceu Palmeiras 2 x 0.

Àquela altura o time peruano, infinitamente inferior ao Verdão, já estava completamente entregue em campo e conformado com a derrota.

Como sempre ocorre o Palmeiras, a partir daí, percebendo que o adversário não oferecia quaisquer riscos, tirou o pé do acelerador e, simplesmente, administrou o jogo. 

Há que se dizer que, se quisesse, o Palmeiras teria metido uma goleada no representante peruano.

Lamentável que tenha sido assim porquanto se sabe do valor dos gols marcados e da condição fundamental que ostentem nos critérios de desempate.

Ainda assim o Palmeiras marcou mais uma vez em um lance que premiou a estupenda atuação de Deyverson, o autor do gol.

O lance teve a sua gênese num lançamento espetacular de Weverton que puxou o contra-ataque lançando de maneira precisa com a mão direita  e à grande distância Ricardo Goulart que serviu a Deyverson, que driblou dois zagueiros e arrematou raso para o fundo do barbante.
Palmeiras 3 x 0 Melgar.

Daí em diante o Palmeiras jogou apenas para ver o tempo passar, comemorando ao final do nonagésimo terceiro minuto a sua segunda vitória na Libertadores/19.
 
FICHA TÉCNICA
PALMEIRAS 3 X 0 MELGAR do PERU


Estádio: Allianz Parque, São Paulo (SP) 
Dia: 12/3/2019 às 19h15

​​Árbitro: Mario Diaz De Vivar (PAR) - Nota 7,0 (deixou de aplicar um cartão vermelho a Felipe Melo)
Assistentes: Milciades Saldivar e Roberto Cañete (PAR) - Nota 8,0 para ambos,
Público/renda: 30.023 presentes/ R$ 1.928.255,40
Cartões amarelos: 
Felipe Melo, Ricardo Goulart, Thiago Santos (PAL) 
Nico Freitas, Fuentes (MEL)

GOLS: Felipe Melo 24'do1ºT (1-0), Ricardo Goulart 8'do 2ºT (2-0) e Deyverson 25'do 2ºT (3-0)

EQUIPES:

MELGAR: 
Cáceda, Fuentes, Christian Ramos, Narváez e Neyra; 
Villalba, Arias, Nico Freitas (Romero), Joel Sánchez e Vidales (Arakaki); 
Cuesta.  
Técnico: Jorge Pautasso.

PALMEIRAS: 
Weverton - Pouco exigido. Foi o artífice do 3º gol lançando Goulart. NOTA 8
Marcos Rocha - Melhor no 2º que no 1º tempo. Boa atuação. NOTA 7
Antônio Carlos - Esteve bem e consciente de suas limitações. NOTA7.
Gustavo Gómez - A cada jogo mostra que é o melhor beque do time. NOTA 7,5.
Victor Luis - Obedeceu órdens e apoiou pouco, mas defendeu bem. NOTA 7.
Melo - A falta que merecia vermelho salvou a lavoura. Um dos melhores. NOTA 7,5.
(Thiago Santos 28'do 2ºT) - Jogou pouco mas com a disposição de sempre. NOTA 6.
B. Henrique - Jogou pouco para a torcida e muito para o time. NOTA 7.
(Hyoran, 36' do 2ºT); Substituiu Goulart  por dez minutos e foi bem - NOTA 6.
Dudu - Foi bem mas sem render tudo o que sabe e pode. NOTA 7.
(Borja 39'do 2ºT) - Entrou para não perder o ritmo. SEM NOTA.

DUAS PERSONAGENS DO JOGO
1) Gustavo Scarpa - NOTA 8,5
Scarpa foi grande lançador, articulador e o elo entre os compartimentos defensivos e ofensivos do Verdão. Tentou o gol várias vezes em arremates de média e longa distâncias, reteve a bola quando necessário e efetuou vários cruzamentos à área adversária e foi o assistente do gol de Goulart. Grande performance e estupenda atuação do meio-campista contratado ao Flu.

2) Deyverson - NOTA 8,5.
Após a magnífica atuação de ontem, duas coisas a dizer: 
1) Se houver critério Deyverson será titular, não Borja. Questão de coerência e de justiça!
2) Depois da atuação de ontem a torcida já esqueceu a indisciplina do carioca, que eu já havia esquecido, conforme publiquei, antes do jogo.

O CRAQUE DO JOGO
Ricardo Goulart  - NOTA 9.
Além do belíssimo gol que assinalou deixou sua marca ao participar como assistente e coadjuvante dos dois outros gols. Recém operado, ainda fora de sua melhor condição física e ritmo de jogo, Goulart devagarinho vai retornando à velha forma que o coloca na condição de um dos melhores jogadores do planeta. Para este velho cronista não se trata de nenhuma novidade, haja vista que até publicamos a respeito.  
Defino em uma única palavra a sua atuação de ontem contra o Melgar:

P-R-E-C-I-O-S-A!!! 

TÉCNICO:  
Luiz Felipe Scolari - NOTA 7
Nada a reclamar em relação à aplicação do time, à vontade do time, à intensidade do time, à objetividade do time, à responsabilidade do time, à produtividade do time, à ótima performance do time nas bolas paradas e tudo mais que queiram...
Retiro-lhe três pontos por sempre arrefecer a ofensividade do time a partir de quando faz os gols o que transforma o Palmeiras num time que nunca goleia seus adversários. Isso virou uma cultura sob o argumento de que "o time precisa descansar". É muita desfaçatez para que não se diga uma idiotice.


DOIS DETALHES PARA ENCERRAR!

Deyverson terá equilíbrio emocional para jogar apenas futebol sem indisciplinas?

A saída de Borja do time principal é fundamental para que o time jogue um bom futebol ?
(AD)