Observatório Alviverde

25/09/2010

O VISITANTE INDIGESTO!

PALMEIRAS 2 X 0 FLAMENGO. TEMOS TUDO PARA VENCER!

Estou escrevendo o comentário no intervalo do primeiro para o segundo tempo e o Palmeiras vence por 2 x 0.

Vitória justa e merecida de um time melhor, mais maduro, mais bem postado e com um empenho em campo, simplesmente, comovente.

Eu não posso deixar de dizer isto:

Onde estão os idiotas da imprensa que promoviam frases feitas e diziam a La Vanpeta: " O Palmeiras finge que paga e a boleirada finge que joga".

Os jogadores do Verdão se empenharam muito e deram uma verdadeira aula de profissionalismo à banda bambi da mídia.

Vamos ver se, a partir de agora,  a boca dos caras se cala mais um pouco mais, devolvendo tranquildade ao time.

Os bambis estão perdendo agora para o Goiás por 2 x 0 e a tendência é que percam o jogo. Mas é óbvio que, tendo mais time do que o Goiás, ainda podem virar.

Mas, se não virarem, os mesmos FDPs que disseram que havia crise no Palmeiras vão dizer que há crise no SPFW?

Meus amigos, podemos até perder, também, por circunstâncias inerentes ao próprio futebol, mas acho difícil. Isso, por dois motivos: o time joga muito bem, se empenha, se doa e, acima de tudo, a arbitragem não está sendo caseira.

Taticamente atuamos bem fechados, como manda o almanaque, com Deola, Danilo e Fabrício. Vitor, Tinga, Edinho, Marcio Araújo, Marcos Assunção  e  Daniel Silva. Valdívia e Kléber.

O Flamengo foi asfixiado neste primeiro tempo,  pelo bom posicionamento do time do Palmeiras e pela anulação de suas jogadas laterais, mormente pela direita.

Leonardo Moura e Juan foram anulados pela dobra de marcação tanto pela direita (Vitor e Tinga) como pela esquerda (Marcio Araújo e Gabriel Silva).

O comentarista do Sportv dizia que era uma marcação especial sobre Léo Moura. A marcação era forte, mas não era especial.

Os times de Felipão sempre tiveram como característica, a existência de um meio-campista encostado nos alas, bilateralmente. O procedimento tem  o objetivo de dar o primeiro combate aos laterais adversários e  impedir a tabela curta com quem encoste, mormente os jogadores que cambam para as pontas.

Outra função é a de fazer a cobertura quando os alas amigos avançam, ou tornar-se uma opção para o toque de bola curto em desafogo, quando da marcação forte da saída de bola pelo adversário.

Quando por volta de 30 minutos Silas tirou Juan e colocou para jogar o garoto Vitor Saba ele sabia que sem o recurso tático de explorar as laterais, ele teria chances muito reduzidas de reverter ou de inverter o resultado

No meio campo, então, a marcação palmeirense foi ainda mais forte e cerrada e o Flamengo não apenas se entregou a ela, mas começou a dar pancadas.

O time carioca, então, foi tomado por uma grande indecisão e ficou sem saber se atacava ou defendia, se jogava em toques ou em  lançamentos em profundidade.

Optou mais pelo ataque sempre desordenado e sem objetividade. Não criou, praticamente, um único lance de perigo efetivo para Deola.

O Palmeiras beliscou nos contrataques a partir da estupenda performance de Valdívia, o melhor entre os nossos no primeiro tempo, e por aí encontrou o caminho dos dois a zero

Os homens de meio de campo chegaram, hoje, mais ao ataque e conseguiram tirar Kléber da solitária tática em que esteve preso nos últimos jogos.

Vencemos pela imposição de nosso melhor futebol, em um jogo no qual, até agora, ao final do primeiro tempo, o narrador do Sportv Jota Júnior foi, simplesmente, perfeito.

O comentarista Paulo César também foi muito bem e conseguiu a façanha de não irritar, hoje, a torcida do Palmeiras.

O Flamengo é forte, mas pelo futebol compacto que mostramos neste primeiro tempo considero a virada deles uma hipótese improvável.

Vamos torcer neste dia de felicidade duplicada, ao menos até agora. Os bambis estão sendo derrotados dentro de casa, também por 2 x 0.

Olha, gente, aquele lance do penalti contra o Palmeiras, em meu entendimento, aconteceu. Vocês acham que não?

Daqui a pouco o comentário para o segundo tempo.

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QUASE ENTREGAMOS   DE NOVO.

Os 2 x 0 do primeiro tempo fizeram o Palmeiras, visivelmente, se acomodar. Esses números são, na maior parte das vezes, fatídicos pois dão ânimo e moral aos adversários que constroem sobre eles homéricas viradas.

O Palmeiras correu esse risco pela forma como atuou a partir do reinício do segundo tempo. Em vez de atuar de uma forma natural, o Palmeiras tentou tocar a bola de pé em pé e fazer o tempo passar.

Mais uma vez Felipão tentou a estratégia  equivocada de ordenar ao time para tocar a bola sem objetividade ou profundidade para deixar o tempo passar e garantir o resultado.

Era muito cedo para a adoção desse procedimento, sobretudo se considerarmos que o adversário era o Flamengo e atuávamos na casa de nosso perigoso adversário.

Havia ordens expressas de Felipão para que Valdívia segurasse o jogo no meio de campo e que o time retivesse a posse de bola pelo maior tempo possível.

A forma de jogar do Palmeiras, completamente recuado, chamou contra si o time rubro-negro que estava determinado a atacar.

Os cariocas foram pra cima do Palmeiras a partir da entrada de Correia em lugar de Toró e de Petkovic no lugar do improdutivo Renato e passaram a dominar inteiramente a partida.

Depois de vários lances de muito perigo, chegaram ao gol aos 34 minutos do segundo tempo, assustaram Felipão e o time e emudeceram a torcida verde que esteve no Engenhão.

O gol do Flamengo, em minha forma de analisar, foi fruto de um erro de arbitragem, já que Vitor, ainda que viesse por trás na marcação em cima de Diogo, tocou apenas o bico da chuteira na bola, conforme as imagens demonstraram claramente.

Felipão, preocupado com o desfecho do jogo retirou o jogador do Palmeiras que mais houvera corrido em campo, Márcio Araújo e fez entrar Rivaldo para reforçar a marcação e para proporcionar não apenas a saída de bola pelo lado esquerdo, como para avançar pela esquerda e cruzar.

Foi assim que o Palmeiras chegou ao gol que cristalizou a vitória e matou qualquer perspectiva de reação por parte do rubro-negro carioca. O gol veio a calhar porque o árbitro, inexplicavelmente, havia sinalizado um acréscimo de quatro minutos ao tempo normal de um jogo que não merecia nem os três minutos de praxe.

Como está bem o Deola não é mesmo? De uns tempos até hoje, que me perdoem os palmeirenses apaixonados, não tenho sentido saudades de Marcos, embora ainda o considere bem melhor e muito mais experiente do que o garoto. Vitor subiu de produção como um rojão. Tem, agora, de manter a produtividade.

Nossa dupla de zaga, séria, aplicada e compenetrada, que muitos gostam de censurar não sei bem porquê, foi o esteio da equipe. Danilo é um zagueiraço e vem provando isso há muito tempo e a cada jogo. Hoje não jogou Maurício Ramos e ele teve de atuar pelo lado direito onde, em meu entendimento,  consegue render muito mais.

Fabrício que é canhoto, funcionou muito bem na quarta-zaga e o garoto Gabriel Silva completou bem a defesa, marcando forte sem ser faltoso e apoiando muito o ataque no primeiro tempo. No segundo tempo cumpriu função tática de lateral defensivo fixo e. por tudo, mostrou que pode ser titular.

Tinga começou o jogo arrasando, atacando, defendendo, tabelando com Vitor e Edinho, apoiando o ataque, tabelando na frente e passando bem. Perdeu-se um pouco pelo excesso de preciosismo e pelo individualismo em alguns lances, mas no cômputo geral, sua atuação foi muito boa. Pierre entrou no lugar de Tinga, no finalzinho do jogo, apenas para reforçar a defesa e dar mais consistência de marcação ao setor como, de fato, deu.

Edinho arriscou-se pouco ao ataque, também cumprindo funções de ordem tática. Aquela jogada de infiltração pela ala direita e pela meia que ele cumprira tão bem e que fora decisiva no jogo contra o Prudente, quase não aconteceu no jogo de hoje, senão em uma ou duas oportunidades.

Marcos Assunção foi um leão no auxílio a defesa e hoje, de quebra, conseguiu encostar muitas vezes nos homens de ataque com opção para o arremate. Seu posicionamento em campo foi perfeito e apenas superado pela sua extrema dedicação nas quatro linhas durante toda a partida.

Marcio Araújo foi o mesmo jogador regularíssimo de outros jogos, mas correu tanto, marcou tanto, que acabou se cansando ao final do jogo, sendo substituído por Rivaldo que entrou motivado, superou-se na correria e no empenho, participando do lance do gol da vitória.

Agora vamos falar nos três que decidiram o jogo.

Valdívia foi um portento na etapa inicial e mostrou lampejos de genialidade. Foi decisivo nos dois primeiros gols e constituiu-se na figura superlativa do espetáculo no primeiro tempo.

Valdívia foi caçado em campo, principalmente pelo zagueiro Jean que não o tolera desde os tempos em que Jean defendia o SPFC. Um cartão de amansar louco aplicado pelo árbitro a Jean, ainda no primeiro tempo, conteve, em parte a violência sobre o chileno. A partir daí os cariocas fizeram uso do famigerado rodízio de faltas, com a condescendência e leniência da arbitragem.

O cansaço de Valdívia, cumpridor fiel do esquema de Felipão, ensejou a entrada de Lincoln que mesmo fora de forma e sem ritmo de jogo, mostrou que é um jogador muito acima da média. Foi ele quem assinalou o gol que finalizou o Flamengo.

Mas a expressão superlativa do jogo, sem qualquer dúvida, foi Kléber. Para que não se alongue na análise, seria possível tirar-se a condição de melhor em campo de um jogador que bateu exemplarmente um penalti, marcou um gol de bela feitura e foi o autor intelectual do gol que definiu o placar do jogo?

Agora vamos jogar em Barueri e o adversário será o poderoso Internacional. Felipão já declarou que o Pacaembu não é a nossa casa. Ao menos não tem sido.

Mas, entre jogar em Barueri ou em Araraquara, Ribeirão Preto e Rio preto, eu, particularmente prefiro as três últimas praças onde o Palmeiras tem condições de levar ao estádio públicos perto dos 30 mil expectadores.

Ademais nos jogos realizados nessas praças, além da promoção natural, o Palmeiras mandaria a sua loja móvel, faturaria horrores na venda de produtos e cooptaria, certamente, milhares de novos torcedores.

E VOCÊ O QUE PENSA DE TUDO ISSO? DO TIME E DOS JOGOS NO INTERIOR.

DEIXE O SEU COMENTÁRIO.

ESSE PALMEIRAS É EXTRAORDINÁRIO!

Ainda me lembro, era meniníssimo e só sabia brincar, jogar futebol futebol e torcer pelo Palmeiras.

A influência do melhor amigo, Wilson e de outros tantos amigos de infância levaram-me a torcer pelo time dos  poucos epítetos: dos que me lembro e que remontam aquela época,  apenas periquito e alvi-verde do Parque Antártica.

Um cronista palmeirense que bandeou para o Corinthians e, na televisão, assim como Pedro negou  Cristo três vezes, negou 33 vezes o nome do Palmeiras, criou, na década de 80, quando militava na Rádio Jovem Pan, o epíteto de Verdão, que perdura até hoje.

Muito longe de ser um gênio criativo como muitos insistem em dizer até hoje, ele apenas copiou os aumentativos do próprio Flamengo, o Mengão, do Corinthians, Timão, do Fluminense, Flusão, do Botafogo, Fogão e de outros clubes brasileiros, em um tempo no qual tudo no futebol era colocado no aumentativo.

De qualquer forma, o apelido pegou e foi ótimo para a projeção da imagem do Palmeiras. Ao menos nesse aspecto ele colaborou, malgrado a sua mania em projetar o Corinthians e rebaixar o Palmeiras.

Não foi só isso que o seu comportamento falso, dúbio, festivo, interesseiro e  polidamente prepotente destruiu, mas esse indivíduo foi o pioneiro, no rádio, a iniciar o processo de  apequenamento e da redução de importância da classe dos cronistas esportivos chamando publicitários, cantores. famosos e celebridades para comentarem os jogos de futebol. Acho que já falamos desse assunto.

Voltemos a minha infância. Com uma bola brincávamos eu e meus amigos em frente a nossa casa, numa época em que e podia jogar futebol nas ruas e nas praças..

Lembro-me de um dia em que o som dos imensos aparelhos de rádio, na hora do jogo, soavam alto e o Palmeiras jogava com o Flamengo.

A época, o Rio de Janeiro era a capital e a cidade mais importante do Brasil. Flamengo e Vasco eram os dois times de maior investimento no pais e detentores de elencos com as maiores estrelas do futebol brasileiro.

De minha parte, criança que era, nada entendia de futebol, a não ser elogiar o time e os jogadores do Palmeiras, a exigir que o meu time nos campeonatos de futebol de botão fosse o Palmeiras e festejar os gols que, nesse dia, contra o Flamengo, surgiram em profusão.

A cada gol parávamos o jogo de bola na rua que ainda não era conhecido pelo codinome de pelada, corríamos para próximo dos imensos aparelhos ligados e perguntávamos. Gol de quem? Quem "furou" o gol?

Lembro-me, como se fosse hoje, do Sr. Lúcio, da família Palmieri, tio do Wilson, saindo de casa e dizendo, "de quem poderia ser, do Parmera" e parou de assistir ao jogo em casa indo direto par o bar do Nato, também palmeirense, para comemorar com uma Antártica  bem gelada (pouquíssimas casas davam se ao luxo de ter uma geladeira).

A Antárctica, com C no meio da palavra, era a cerveja preferida pelos palmeirenses, em decorrência do nome de nosso estádio. Os corintianos bebiam a  Brahma.

Naquela época só havia palmeirenses e corintianos, ao menos em Pederneiras. Sem medo de errar, conheci mais torcedores da Portuguesa em minha infância,  do que torcedores do "tricolor do canindé", como era chamado o SPFC.

Mas nesse dia em que o todo poderoso Flamengo, que tantos jogadores cedera à Seleção Brasileira, se curvava ante o peso do mais poderoso esquadrão da época, campeão do Mundo, nós, meninos palmeirenses, paramos oito vezes o nosso jogo de rua e comemoramos, para sempre, os 7 x 1 do time de Valdemar Fiúme e Jair da Rosa Pinto, mas que teve em Liminha o seu maior destaque, com quatro gols.

Um dia, perguntei a um Flamenguista, desses que acham o 'urubu' o maior time do mundo, se ele se lembrava dos 4 x 1 do final da década de 70 em cima de Zico, Andrade, Júnior e companhia e ele me respondeu que só se lembrava de um 6 x 2, um pouco depois, no início da década de 80 rotulada por ele como o jogo da vingança rubro-negra.  

Perguntei-lhe, então pelos 7 X 1 de 1951.

Ele respondeu-me que logo após aquele jogo, logo em seguida, o Flamengo nos sapecara um 6 X 2. Encerrei o assunto dizendo que um 6 x 2 não é maior do que um 7 x 1. Portanto, a vantagem continua do nosso lado.

Esse Palmeiras é extraordinário, nunca nos deixa sem uma resposta imediata sobre os nossos rivais.

Hoje enfrentamos o Flamengo, em péssima fase e é aí que mora o perigo.

Com Lincoln e Valdívia vai melhorar a nossa qualidade.

Como temos sido indigestos visitantes quando jogamos sem aquela importunante horda de críticos que constituem a maioria de nossa torcida em Sampa, eu acredito na confirmação da recuperação da equipe e em um grande resultado. Arrisco até um palpite, 2 x 0.

DEIXE VC TAMBÉM O SEU PALPITE PARA O JOGO DE HOJE NO ENGENHÃO, ÀS 18,30 h.