Observatório Alviverde

30/08/2010

COM CINCO VOLANTES DE CONTENÇÃO, O PALMEIRAS REENCONTROU A FORÇA E O EQUILÍBRIO E DERROTOU O GALO DE LUXA, DIEGO SOUZA, FÁBIO COSTA, RICARDINHO E COMPANHIA!

Modéstia às favas, eu estava certo! A maior parte da imprensa paulistana, não!

O Palmeiras, conforme afirmei na postagem anterior, precisava colocar em campo mais volantes e atuar cautelosamente, se quisesse se ajustar, se equilibrar e voltar a ganhar. O triunfo sobre o galo mineiro confirmou, plenamente,  a minha tese.

Os desprezados volantes, tão criticados, tão malhados, tão censurados e até amaldiçoados nos programas de tv, conduziram o Palmeiras ao equilíbrio e à vitória, histórica e espetacular, e de virada, sobre o Clube Atlético Mineiro. O Palmeiras não só venceu, mas mereceu!

Se era o equilíbrio do time que Felipão buscava,  ele o encontrou, nesse sistema altamente defensivista, execrado pelos homens da mídia, mas consagrado pela realidade dura, nua, crua e fria dos resultados dentro de campo.

Em outra temporada traumática de perdas e desilusões, o Palmeiras não pode afundar-se ainda mais nos desvãos das derrotas fáceis.

Tem, isto sim, de lutar estoicamente pelas vitórias redentoras, mirando um futuro mais promissor de, na impossibilidde de obter título nacional, alcançar, ao menos, uma classifcação para a Libertadores..

Com um elenco desprovido em quantidade e qualidade de jogadores de ataque, o Palmeiras tem de colocar em campo aquilo que tem de melhor, os seus volantes de contenção. Eu reclamava isso na postagem anterior e acabou acontecendo no jogo de ontem.

Foi como se Felipão houvesse lido e atendido as minhas reclamações. A providência teve o condão de conduzir o Palmeiras a uma importatíssima vitória após uma performance quase irretocável da equipe..

Ressalte-se, antes de tudo, que poucos times brasileiros têm em seu elenco tantas peças de qualidade nesse setor quanto o Palmeiras. Se tem, por que não escalá-las?

O povoamento da zona de raciocínio e a marcação forte e rígida impõem-se como a fórmula mais viável para o aproveitamento pleno daquilo que o Palmeiras tem de melhor, atualmente, em seu elenco.

É elementar que qualquer formulação tática que se queira adotar, depende das peças de que se dispõe. Se os melhores tem de ser escalados e os melhores do Palmeiras estão no meio de campo, por que não adotar-se um sistema de jogo que coloque em campo todas essas importante e experientes peças?

A decisão de Felipão em colocar no jogo  todos os seus volantes, com funções díspares e muito bem distribuidos aliás, redime o treinador de seus graves erros cometidos no jogo contra o Atléitico de Goiás.

O 1-3-5-2 de ontem, (às vezes 1-3-6-2) caiu como luva e deu cara e corpo ao espectro desfigurado que vinha sendo, na maioria dos jogos, o time do Palmeiras.Agora é manter o esquema e procurar aprimorá-lo.

O Palmeiras de  ontem não é um fim, mas um ponto de partida para um trabalho sério e profundo de recuperação técnica e regenaração moral de um time abalado e quase destruído, do ponto de vista psivcológico. Será que Cipullo e a velha, eterna e irracional oposição vão deixar?.

Afinal, jogar bonito e ofensivamente sem colher bons resultados por quê e para que? Porque a mídia opositora e inimiga (com raras exceções) assim o exige?

Para o técnico ganhar afagos e elogios, nem sempre sinceros de pessoas que pouco ou nada sabem do jogo de bola?

Só porque elas falam diante de câmeras e microfones, sendo que se sabe que a maioria torce, fervorosamente, para que o Palmeiras se afunde de vez e vire uma nova Portuguesa. Não é isso o que vivem falando?

Aliás, diga-se de passagem, tem sido ridícula a postura da mídia no que se relaciona ao devaneio de cobrar um futebol exclusivamente ofensivo para a Seleção Brasileira, sem homens de contenção, sem marcação forte no meio de campo.

A vetusta tese, antiga quimera,  voltou à moda, principalmente nos programas esportivos do Sportv e da ESPN.

A mídia já cobra e exige que a nova Seleção seja eminentemente, exclusivamente ofensiva. Eu já  antecipo, garantindo que não será. Ainda bem!

Mano Menezes é um homem inteligente e sempre formou e dirigiu times equilibrados, baseados, primeiro, na postura defensiva sólida e na marcação forte no meio de campo e só a partir daí, ofensivos.

Não será ele, por certo, quem vai cair na esparrela da irresponsabilidade tática,  por conta de elogios fáceis e discursos laudatórios de cronistas românticos e sonhadores.
 
Voltemos ao Palmeiras. Eu também falei na última postagem que Felipão deixou-se contaminar pela palavra dos profissionais da mídia e seus discursos e creio que acertei na mosca..

Em razão do fracasso da seleção de evangélicos de Dunga e Jorginho, de vocação nitidamente defensiva, a crônica, agora, quer o futebol brasileiro com outra atitude e outra postura, mas isso é, apenas, uma ilusão, uma miragem. Nem tanto ao mar, nem tanto á terra.

O que essa gente não considera é que os times essencialmente ofensivos, exceção feita ao Santos de Pelé em outras épocas, pouco ou nada ganham.

O atual time do Santos, armado segundo essa filosofia ganhou com extrema dificuldade a Copa do Brasil e ganhou no apito, com o amparo, apoio e cumplicidade de grande parte da mídia, na bacia das almas, o último Paulistão e com Ganso, Neymar e todos os "cavalões" da Vila.

Os times mais vencedores são aqueles que conseguem o equilíbrio e a harmonização tática, com a prevalência de um estilo, mas sem desprezar ou abrir mão de outros, se necessários,

Calcados em individualidades de boa capacitação, muitas delas polivalentes e versáteis,  atuam, concomitantemente, com cautela ou ousadia, dependendo do jogo e do adversário. Parafraseando o maior de todos os mestres, "estão aí a lei e os profetas", ==============================                                                                                                                                       
PALMEIRAS 2 X 1 GALO MINEIRO

1) Voltemos a falar sobre a impagável vitória sobre o Atlético de Luxa, Diego Souza, Fábio Costa e Ricardinho, no próprio terreiro do Galo Mineiro...
Uma vitória sobre essa gente tem um sabor todo especial. È muito bom ganhar deles!

2) Os 2 x 1 de virada, foi um resultado magnífico, espetacular, daqueles que enchem de alegria o coração da LEAL torcida do Verdão.

3) Foi uma vitória que lavou a nossa alma esmeraldina, fazendo-nos esquecer das agrúrias e tristezas dos últimos resultados, devolvendo-nos novamente o orgulho de ser palmeirense.

4) Uma vitória construida sobre os alicerces do trabalho sério e honesto de cada jogador, do empenho e do corporativismo de um elenco cada dia mais unido e comprometido por esta grande causa chamada Palmeiras.

5) Um triunfo importantíssimo, do espírito de luta, da doação e da atitude de cada jogador, sob o comando de um líder sut\~entico e verdadeiro, identificado com as nossas cores e tradições e, principalmente, com a nossa justa e santa  causa palestrina.

6) Parabéns São Marcos que, mais uma vez, brilhou. Nossa trinca de zagueiros, Maurício Ramos, Danilo e Fabrício esteve firme e implacável na marcação, com um formidável senso de cobertura e posicionamento, sobretudo no jogo aéreo.

7) Fabrício provou novamente que tem de ser titular.Ontem jogou exclusivamente atrás e não apoiou,  para poder marcar individualmente o perigosíssimo Neto Berola, contra quem levou vantagem na maioria dos lances.

8) Fabrício foi substituido por Luan por questões exclusivamente táticas, no segundo tempo. Premido pela desvantagem de 1 x 0, o Palmeiras tinha de partir inteiro para o ataque s fim de tentar reverter e inverter o marcador o que, afinal, acabou, merecidamente, conseguindo. Luan participou do primeiro gol e atuou muito bem.

9) À frente dos três zagueiros o Palmeiras colocou cinco volantes de contenção: Marcio Araújo na ala direita, Pierre, no meio da zaga, guarnecendo mais o lado direito, Edinho e Marcos Assunção, um pouco mais a frente para o primeiro combate e para o apoio e para a saída rápida no contrataque além de Rivaldo, que ocupou apenas a faixa esquerda do campo e cumpriu funções muito mais de órdem tático-estratégica.

10) O eficiente e polivalente Márcio Araújo, outra vez, estraçalhou , Em minha opinião ele é, hoje, seguramente, é o melhor ala pelo lado direito do futebol brasileiro. Vitor vai ter de rebolar e treinar muito se quiser reassumir a titularidade. E antes que eu esqueça, parem de dizer que Araújo não é um lateral de ofício porque ele é muito mais do que isso.

11) Pierre foi tão bem, mas tão bem que, pela primeira vez em muitos jogos não recebeu cartão-amarelo. Sua atuação desta vez foi discreta e a sua utilidade pode ser medida pelo estupendo trabalho tático que desenvolveu, proporcionando o apoio com cobertura a Edinho, Marcos Assunção e, principalmente Márcio Araújo.

12) Marcos Assunção e Edinho jogaram um bolão e foram dois jogadores amplamente decisivos no grande resultado do Verdão.

13) Mais do que cães de guarda são leões que se impõem pelo físico e pela técnica, dando força, pegada, sustentação e, principalmente, personalidade ao nosso meio de campo. Patrick entrou no lugar de Assunção no finalzinho do jogo.

14) A atuação de Valdívia, pode ser considerada boa pela preocupação e pelo  enorme trabalho que deu a defesa do Galo. Girou e rodou pelo campo ocupando muito mais o lado direito.

15) Foi marcado de forma implacável pela defesa atleticana que revesou-se nas faltas usando o sistema de rodízio visando a parar o chileno e escapar dos cartões. Valdívia apanhou muito e jogou mais no chão do que em pé, sem que o árbitro Marcelo de Lima Henrique punisse as seguidas infrações dos jogadores ateleticanos.

16) Tinga substituiu Valdívia quando o chileno sentiu uma contusão e perdeu o pouco que restava de sua condição física. A entrada do garoto Tinga serviu para restabelecer e robustecer a pegada palmeirense no meio de campo.

17) Sem a classe de Valdívia, claro,  mas com muito mais produtividade do que o Mago,  o garoto Tinga contribuiu muito para que o jogo tivesse um desfecho favorável para o Palmeiras.

18) Kléber ficou mais à frente, isolado, solitário e foi o único atacante de Felipão. Não marcou a saída de bola e procurou descansar para participar com efetividade dos lances decisivos.

19) Escondido entre os beques ele só aparecia quando Edinho e Marcos Assunção, Márcio Araújo ou Rivaldo chegavam ao ataque e faziam o trabalho de apoio e aproximação.

20) Apesar do imobilismo, Kléber foi a expressão superlativa do jogo. O gol do empate surgiu quando ele apertou e roubou a bola do zagueiro atleticano servindo Luan que chutou forte. Fábio Costa rebateu e Marcos Assunção mandou para as redes.

21) O gol da vitória surgiu após Kléber driblar Réver duas vezes e tabelar com Marcos Assunção, chutando consciente de pé esquerdo para o fundo do barbante.

22) Em um jogo de tantos destaques como Márcio Araújo,  Edinho e Marcos Assunção o meu realce fica para Kléber, o homem que decidiu.

23) Nota 10 para Felipão que desta vez escalou bem o time, armando  taticamente o Palmeiras ao seu feitio, isto é, guarnecedio na defesa, para atuar em função dos erros do Atlético.

24) Por paradoxal que possa parecer, a vitória veio pelo caminho diferente do jogo arquitetado e construído,  quando o Atlético, sim, é que estava tentando jogar em nosso erro.

25) Inferiorizado no marcador, Felipão mexeu com capacidade e inteligência na equipe,  habilitando-a para a importantíssima e reabilitadora vitória em cima do Atlético Mineiro.

Que venha agora o líder, Fluminense... Mas que venha quente porque o Palmeiras está fervendo.

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