Observatório Alviverde

14/10/2017

AO MENOS RESPEITEM A OPÇÃO E A SAÍDA DE CUCA, GRANDE TÉCNICO E GRANDE CARÁTER!



A saída de Cuca, segundo apurei, não era um objetivo da diretoria do Palmeiras, mas um desejo do próprio treinador. 

Por isto, só por isto, exclusivamente por isto, materializou-se o acerto.

Foi o desfecho de uma espécie de "acordo de leniência da bola", que se arrastou desde que Cuca fez autocrítica e sentiu-se o grande culpado pelas perdas da Copa do Brasil, da Libertadores e procurou a diretoria a fim de entregar o cargo e desligar-se do Palmeiras.

Isso tudo é fato concreto pois o próprio Cuca depois dessas perdas, declarou pública e internamente tantas vezes, senão o seu desejo, mas sua disposição de deixar o clube.

Estão lembrados que em quase todas as entrevistas que concedia, Cuca declarava abertamente que colocava o cargo à disposição da diretoria. 

Era um prato cheio para a mídia e uma ducha de água fria para o elenco que se sentia abandonado e parecia não sentir mais confiança em razão da própria insegurança de seu líder.

A diretoria, por sua vez, agiu de forma serena, fria, profissional e correta procurando contornar, sempre, as crises decorrentes de tantas declarações intempestívas. Nesse ponto Cuca foi um amadorzão!

O presidente Galiotte por sua vez, cuidou de empreender sempre uma agenda positiva em relação a tudo o que circundava o seu treinador. 

Agiu corretamente e procurou sempre o melhor para o Palmeiras, acalmando os ânimos, administrando os egos e fazendo o possível e o impossível para dar estabilidade ao treinador.

Galiotte, definitivamente, não pode ser censurado ou criticado em razão dos eventos que viriam ocorrer e que tiveram um desfecho apenas ontem, dia 13 de outubro.

Nesse ínterim, mesmo perdendo as duas Copas mas prestigiado pela diretoria, Cuca chegou a se remotivar e passou a concentrar o seu objetivo em um  então longínquo título do Campeonato Brasileiro. 

A diferença de pontos entre Verdão e o líder, o Curica, já estava na marca de dois dígitos, mas o título ainda assim seria possível se o Palmeiras empreendesse a chamada "campanha perfeita" sem empates ou derrotas.

Isto, porém, não bastava! Havia a necessidade premente de uma possível porém improvável queda do Curica.

Frustrou-se outra vez Cuca porque a decantada ascensão palestrina não ocorreu.

De mais a mais o time, sempre mal escalado e sem repetir formações através das quais pudesse adquirir conjunto, teve apresentações pífias não obstante as sucessivas derrapadas de Cuca, um técnico desmotivado e sem a menor insíração. Falam per si as substituições que ele fez no Palmeiras x Bahia.

Com tudo e apesar de tudo... 
  
Não faço coro, definitivamente, com aqueles que agora detratam e desvalorizam o trabalho de Cuca, colocando-o como um técnico incompetente e indigno de trabalhar no Palmeiras.

Eles partem do princípio de que "a um cão danado ou em fuga, paus e pedras nele".

O ódio obnubila o bom senso e a razão, tornando-nos frios, calculistas, críticos e por vezes injustos.

Pois não é que já debitam exclusivamente a Cuca todas as derrotas e mazelas do Palmeiras neste conturbado 2017, outro ano a ser esquecido?

Por que ninguém fala mais em Mattos que nem com  "o tufo da grana" como se diz lá em Pederneiras, conseguiu montar um elenco à altura das demandas do Campeão Brasileiro de 2016? 

Vocês que acompanham o blog são testemunhas de quanto eu e vocês, isto é, NÓS, protestamos contra a estúpida imposição de Mattos, do neófito Eduardo Batista para técnico do Palmeiras, a verdadeira razão de todos os problemas do ano em curso e que vai chegando ao fim.


 
Quem detenha um grama de tirocínio e consciência, tanto e quanto não se deixa picar pelo desprezível inseto do ódio e da intolerância, sabe, conhece e reconhece, perfeitamente, a imensa capacidade de Cuca, sem favor algum, um dos melhores treinadores em atividade no Brasil.

Para que não se vá tão longe, basta dizer que ele é o único treinador, tirante Luxa, Felipão e Murtosa, que conseguiu levar o Palmeiras a um título importante, dos anos 90(s) a esta data.  

Como deixar, então, de reconhecer a imensa capacidade de Cuca? 

Já disse outro dia, mas não posso deixar de repetir: 

"ganhar títulos no Curica, nos Bambis, no Fla, no Santos e no Cruzeiro (times preferidos da CBF, da Globo, da mídia, dos árbitros e dos tribunais) não é tão difícil. 

Agora, ganhar títulos no clube mais mal falado, hostilizado e perseguido do Brasil, dotado de uma torcida (sou de casa e me permito falar) arrogante, exageradamente exigente, impaciente, intolerante na qual qualquer torcedor se julga autoridade em futebol é que são elas".  

Mas se a torcida é ingrata, não reconhece e nem admite o real status de um treinador que não precisa provar mais nada a ninguém, na qualidade de um candidato natural ao posto de Tite na Seleção, o que se há de fazer? Temos, mesmo, de perdoar.

Mas não foi essa mesma torcida, influenciada por Edmundo (um velhote, queria jogar) e Palaia (um incompetente, queria aparecer) que atirou ovos e legumes em Tite em pleno aeroporto de Cumbica, sem esperar os frutos do trabalho de um treinador cuja carreira, resultados e caráter falam por ele?

A propósito da incontestável competência de Cuca vou me valer de alguns versos da música "Triunfamos" cantada por José Luis Rodriguez, El Puma, o melhor cantor venezuelano dos anos 60(s) aos dias de hoje. O espanhol é elementar e nem será necessário traduzir.

Não reconhecer a competência de Cuca, "será tapar con un dedo la luz inmensa del sol, negar la gracia de Dios e decir que el blanco es negro".

Honestamente! Fosse eu alguém de influência no Palmeiras, manteria Cuca dando-lhe pleno apoio e completa condição de trabalho, desde que ele se dispusesse a ficar

Entretanto, ele não se dispôs.

Como ele não se dispôs, não se deixa pra depois.

Faço, então, coro com a diretoria e com todo o respeito que Cuca, na qualidade de técnico de futebol ou de cidadão me merece...

Rá, Ré, Ri, Ró,

RUA!

Ninguém é (nem pode ser) maior que do que o Palmeiras!

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