Observatório Alviverde

20/07/2012

A VELHA MANIA DE SENTAR SOBRE O RESULTADO!


Ainda em viagem, só agora tenho acesso a um CPU.

Permito-me, ainda que tardiamente, a falar sobre o jogo de ontem em Curitiba.

Sei que o assunto está superado pelo passar das horas e pela proximidade do jogo contra o Náutico.

Mas faço questão de abordar o tema porque os velhos erros de nosso treinador estão de volta e isso é muito perigoso porque estamos no corredor da morte com apenas 7 pontos.

O maior de todos é, sem qualquer dúvida, o de se apequenar, de assumir postura tática covarde, eminentemente defensivista, a fim de tentar segurar os resultados.

Quem desconhece que uma filosofia de jogo assim encaminha a maioria dos jogos para o empate? Em 10 jogos já empatamos 4 vezes.

Será possível que Felipão não enxerga a realidade dos campeonatos por pontos corridos em que o excesso de empates pode levar um time à segunda divisão?

Será possível que nem as lições deixadas pelo Brasileirão do ano passado têm o poder de mudar a filosofia conservadora de Scolari, o rei do empate?

Quem não se lembra que com 18 ou 19 empates na temporada passada, o Palmeiras somente se salvou após vencer o Bahia, milagrosamente, em Salvador?

Infelizmente parece que estamos trilhando por um caminho parecido com o do ano passado, em que pese o fato de termos jogados sempre focados na Copa do Brasil e desfigurados por problemas decorrentes de expulsões, suspensões e, principalmente, de contusões.

Ontem, por exemplo, entramos em campo representados por uma espécie de terceiro time.

Temos de reconhecer, porém,  que os jogadores lutaram, se esforçaram e deram tudo de si, com destaque para Bruno, Leandro Amaro e Fernandinho, seguramente os três melhores do Palmeiras, coincidentemente três jogadores de defesa.

Saímos à frente marcando logo aos cinco minutos da etapa inicial, impondo, até então, o domínio total e tocando a bola com perfeição.

A partir daí o adversário mandou no jogo, porque o Palmeiras, inexplicavelmente, recuou a fim de garantir o 1 x 0.

Além de empatar aos 22 do segundo tempo, o Coritiba esteve perto de vencer o jogo, espremendo o Palmeiras em seu campo de defesa.

O objetivo de Felipão era, visivelmente, o de matar o jogo em um contrataque, em minha opinião um contrasenso porque o time não tinha jogadores de velocidade.

Além disso, como contratacar se o time estava tão recuado?

Como contratacar se só Mazinho, entre os que jogaram, tem características relativamente compatíveis para esse tipo de jogo?

Se não bastasse tudo isso, o Palmeiras jogava com dez em face da pífia apresentação (outra vez) de Daniel Carvalho, completamente fora de forma física.

Felipão, não se sabe porquê, insiste em escalar DC mesmo tendo melhores opções ao seu dispor. É estranho!

Ademais, por que não retirou o seu co-estaduano gaúcho a partir dos 20 ou 30 minutos do primeiro tempo, ou, até, no intervalo,
quando ele já demonstrava que não tinha nada a contribuir para o time?

Já disse, e, repito, jogamos com os reservas dos reservas, ontem, em Curitiba e o empate, em si, não foi tão ruim.

Sei, também que é muito difícil vencer o Coritiba no Couto Pereira.

Mas o que me causa preocupação é a repetição sistemática do esquema tradicional de Felipão, manjadíssimo, que, ano passado, quase nos levou ao descenso.

Domingo, contra o Náutico, além de Felipão, retornam à equipe Henrique, João Vitor, Maicon Leite,  Valdívia e, possivelmente, Marcos Assunção

Assim o Palmeiras terá uma nova espinha dorsal e a volta de seus três melhores jogadores, Henrique, Valdívia e Assunção, o que, por si só, garante a melhora de qualidade e competitividade da equipe.

Mesmo assim, temos de ficar de olho pois a velha mania de sentar sobre pequenas vantagens da qual Felipão, definitivamente, não abre mão, pode ser extremamente prejudicial a um time que precisa vencer.

Vejam:

Em 30 pontos disputados, o Palmeiras ganhou, apenas, 7.

Foram 10 jogos com uma vitória, 4 empates e 5 derrotas.

Calculem quanto é prejudicial a coleção de empates.

Times que perderam mais do que o Palmeiras neste Brasileirão mas que empataram menos, estão em melhores condições na tabela.

Coritiba e Portuguesa foram derrotados 6 vezes e, entretanto, estão à nossa frente porque ganharam mais e empatam apenas 2 vezes.

A Galinhada perdeu tanto quanto o Palmeiras, 5 vezes, mas empatou apenas 2 vezes. Como ganhou mais, 3 vezes, está fora do bloco do rebaixamento.

Até o Náutico, nosso adversário de domingo, perdeu 5 vezes e empatou só uma vez, encontra-se à nossa frente.

Por estes poucos números postados, todos têm uma idéia do quanto é importante uma vitória e do quanto é prejudicial um empate.

Ontem, como poucas vezes acontece, encaminhamos a vitória saindo à frente do marcador logo aos cinco minutos de jogo.

Mas Felipão, novamente, optou por defender, abdicando de atacar.

Em parte, até que se compreende a atitude, mas, daqui em diante, é necessário mudar essa mentalidade.

Em campeonatos por pontos corridos, salvo em determinadas ocasiões, empatar não significa o ganho de um ponto, mas a perda de dois.

Alguém precisa dizer isso agora a Felipão.

Antes que seja tarde!

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