Observatório Alviverde

10/10/2017

BRASIL X CHILE. TORÇO, APENAS, PARA QUE A ARGENTINA FIQUE FORA DA COPA!


Há muitos anos, quando o futebol brasileiro, recém vindo do que se chamava de amadorismo-marrom era economicamente limitado mas não dependia da Rede Globo, da Tv em geral, dos patrocínios ou de ninguém e era propulsionado e promovido pelo rádio ...

Numa época de muito menos jogos e campeonatos, de eventos predominantemente sabatinos ou dominicais em face da existência de poucos estádios aparelhados para iluminar os jogos noturnos...

Em um tempo e em que o Torneio-São Paulo, campeonato interregional mas de repercussão nacional não tinha a motivação ou a importância dos campeonatos estaduais...

Em um tempo de tantos sonhos, de tanto trabalho, de tanto patriotismo, de tanto romantismo de um Brasil jovem e sem tantos vícios...  

Em um tempo em que a bola era de couro, de válvula, muito mais densa (o peso era o mesmo) em que havia muitos mais gols de bolas rasteiras...

Em um contexto em que a Seleção Brasileira era una, única e tinha personalidade própria, representando tudo aquilo que de mais sagrado podia imaginar um torcedor ,,,

Era uma seleção que viajava de trem, de ônibus, navio, raramente em aviões primitivos de pequeno porte se apresentando em noventa por cento das vezes no Maracanã, construído especialmente para a Copa de 50...

Vivi esse tempo e posso afirmar que as discussões cercavam a Seleção que Geraldo José de Almeida apelidou de canarinha, limitavam-se, exclusivamente, às críticas em relação à escolha dos jogadores, à justiça ou injustiça de cada convocação, às discordâncias de quantos jogadores de cada clube eram convocados e ao número cedido por.

À época  capital federal, o Rio de Janeiro predominava e o futebol carioca era soberano cedendo muito mais jogadores do que São Paulo. Esse era o tema predominante nas discussões...

Rio Grande do Sul e Minas Gerais raramente conseguiam encaixar um jogador na seleção e  Pernambuco após protestar contra isso formou uma Seleção que representou o Brasil em alguns torneios de menor importância e como perdeu muito foi chamada de Seleção Cacareco.

A seleção gaúcha representou o Brasil em um Pan Americano e nela o Brasil foi buscar de uma só vez Valdir de Morais, Enio Andrade e Sidney Colonia Cunha ou simplesmente, Chinesinho, o meia mais técnico que já vi jogar e o professor de Ademir da Guia que era seu reserva.

Esses estados tanto e quanto aqueles de todos os estados e territórios só tinham jogadores com acesso à Seleção se fossem contratados pelos times grandes do Rio de Janeiro ou de São Paulo. Era uma espécie de filtro, de condição "sine qua non"

Nesse tempo valia a pena torcer pela seleção que era a mais perfeita síntese do que havia de melhor em nossos gramados, com uma ou outra isolada injustiça, também tema de discussões.

Hoje prevalece o mercenarismo que a mídia eufemisticamente ajeita, abranda e chama de profissionalismo, pois tantos ganham dinheiro, direta ou indiretamente, usando a Seleção. Como torcer por um time assim?

A seleção, hoje, não é a Seleção do Brasil, mas a Seleção do interesse de alguns brasileiros. 

Como torcer por jogadores alguns dos quais nem conheço? 

Só quem não tem o que fazer planta-se à frente da TV e fica o dia inteiro assistindo aos campeonatos disputados pelos jogadores brasileiros que optaram por jogar no exterior. Não disponho de tempo suficiente para tal e, como tal, não ligo a menor importância a jogadores que estejam fora do Brasil.

Eu poderia ficar escrevendo o dia inteiro acerca da minha birra em relação à seleção, mas vou parar por aqui para dizer o seguinte:

"Não se iludam com Neymar que já ví quase batendo em juiz inconformado por ter perdido um jogo contra o Palmeiras vestindo a camisa do Santos".

Ele foi muito bem orientado pela turma de seu marketing pessoal a fim de não atrair contestações e não ser massacrado emocionalmente pela torcida do Palmeiras que certamente vai preponderar e comandar o espetáculo no Allianz esta noite. 


Chega de hipocrisia, haja vista que Neymar não é diferente da geração atual e gosta mesmo é de dinheiro! 

Em relação à Seleção torcerei, hoje, para ser bem objetivo, pela desclassificação dos arrogantes argentinos!

E você?

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