PALMEIRAS 3X1 SANTO ANDRÉ. LUCAS LIMA MOSTROU À MÍDIA QUE A CAMISA DO VERDÃO SÓ PESA MESMO PARA QUEM NÃO SABE JOGAR BOLA!
O Palmeiras de Róger Machado, pelo que mostrou, ontem, em sua estreia contra o bem montado, bem treinado e entrosado time do Santo André, se comparado aos nossos maiores adversários, entre todos, é, potencialmente, o melhor.
Conforme previmos antes mesmo de sua aquisição, o canhoto Lucas Lima caiu como luva e se encaixou, perfeitamente, no meio de campo palmeirense.
Em paralelo às suas reais funções de armação e apoio ao ataque, exerceu também com extrema eficiência funções outras de marcação e desarme, atuando sempre do setor de meio de campo para o lado esquerdo da defesa.
Pode-se dizer que, ontem contra o Santo André, Lucas Lima ajudou muito o time exercendo funções de primeiro combate e marcação ao lateral ou aos adversários que incursionavam pelo lado esquerdo da defesa alviverde.
Mais do que isso, realizou também a cobertura da lateral em contínuo revezamento com Victor Luiz, sobretudo quando o lateral subia para apoiar o ataque.
Na lateral direita estreou Marcos Rocha cuja atuação já deixa uma questão a ser estudada e resolvida pelo novo técnico.
Embora seja um craque nas subidas e apoio ao ataque, Rocha (eu o conheço bem) é bastante vulnerável nas funções de marcação. O esquema tático palmeirense tem de ter sempre alguém que o cubra com eficiência e desenvoltura.
Já no jogo de ontem o lado direito da defesa palmeirense confiado a Rocha emitiu sinais visíveis de vulnerabilidades.
Além do que dissemos de Rocha não ser tão bom para defender, ele não contou com a cobertura ou com um reforço de marcação tão eficiente quanto o lado oposto de campo, o setor de Vitor Luís que contava com Felipe Melo e Lucas Lima.
Borja e William, designados para esse importantíssimo papel tático de cobertura e ajuda na marcação, se esforçaram muito e até se desdobraram, mas sem a mesma eficiência de Lucas Lima.
Isso explica o fato de o Santo André ter criado as suas melhores jogadas e suas situações ofensivas mais agudas, justamente pelo lado direito da defesa palmeirense, sendo que o gol e do time do ABC nasceu de uma incursão iniciada por esse setor.
Antonio Carlos e Thiago Martins, os dois zagueiros de área do Palmeiras, novos, imberbes e de pouca experiência se esforçaram, lutaram muito e, na medida do possível e de suas possibilidades até estiveram bem...
Esta zaga, porém, esteve (está) longe de transmitir aquela confiança que os próprios companheiros de time e a torcida dela esperam. Juninho entrou quase no final do jogo em substituição a Antonio Carlos, mantendo o nível razoável da zaga palmeirense.
Surpreendeu-me, ontem, a exuberante atuação de Felipe Melo, obnubilada, isto é, turvada, embaçada e atrapalhada por seu temperamento neurastênico, irascível, indomável e agressivo, verdadeiro ímã de cartões.
No meio de campo dois jogadores pareceram-me não se sentir à vontade no jogo de ontem:
o primeiro foi Dudu, que atuou razoavelmente apenas no primeiro tempo e acabou substituído por Keno.
Detalhe: ele pareceu não ter gostado nem um pouco de ter deixado o campo antes da hora.
O outro foi o nostálgico Borja que, apesar do esforço, do empenho, da abnegação e do profissionalismo demonstrados, tanto quanto de sua participação efetiva em dois gols, parece que se sente como um peixe fora d'água na nova função tática que lhe foi confiada.
Circunspecto até nas comemorações de gol ele economizou alegria e manteve-se contido mesmo nos dois gols dos quais ele participou, tanto na qualidade de assistente quanto na de finalizador que errou, mas que o companheiro aproveitou!
Do ponto de vista coletivo pode-se dizer que Borja jogou pelo time e não foi mal.
Já o jejum de gol que tanto o entristece e desanima, tem uma explicação.
Atendendo às exigências de ajudar na marcação que lhe foram delegadas por Róger Machado, Borja transitou muito pouco pela área adversária e não desfrutou de muitas chances de marcar.
Por tudo isso, estou convicto de que só a feitura de um gol terá o condão, isto é, o poder sobrenatural, de sarar todos os males de Borja, acometido de uma moléstia cuja palavra definidora não existe em sua língua de origem o espanhol, mas exclusivamente no português: saudade!
AS NOTAS DOS PALMEIRENSES:
Jailson -É menos goleiro do que Prass, mas a vez é dele e eu o apoio por tudo que já fez pelo Palmeiras. Ontem realizou duas ou três ótimas defesas mas falhou no gol andreense ao espalmar a bola para dentro da área. Detalhe: ele continua invicto no gol do Palmeiras. Nota 7.
Marcos Rocha - começou apoiando o ataque mas se conteve por ordem, talvez, do banco. Seu lado de campo foi mais vulnerável que o de Victor Luiz. Nota 6.
Antonio Carlos -Apesar de também ter falhado no gol do Sto André, de um modo geral esteve bem. Precisa jogar mais vezes para ganhar experiência - Nota 6.
Thiago Martins - A exemplo de Antonio Carlos também esteve bem, embora seja visível e notório que ele também necessita de experiência. Nota 6.
Juninho - Entrou quase ao final do jogo. Sem nota.
Victor Luís - Ganhou muita confiança em sua passagem pelo Botafogo carioca no ano passado e apresenta indicações de que será bastante útil este ano. Nota 6,5.
Tchê Tchê - Esteve ótimo no 1º tempo e era o jogador palmeirense de melhor desempenho tático. Inexplicavelmente, caiu demais o seu rendimento no segundo tempo, e ele foi substituído. Nota 6.
Bruno Henrique -Substituiu Tchê-Tchê e deu mais solidez defensiva ao time. Ao final do jogo esteve perto de fazer um gol. Nota 6,5.
Willian - Muito esforço, muita luta, muito empenho e, como de hábito, marcou um dos gols do Verdão. Nota 6,5.
Borja - Cumpriu taticamente tudo o que lhe exigiu Róger Machado! Os gols de Willian e Lucas Lima tiveram as digitais do colombiano. Agora ele está precisando urgentemente fazer um gol para voltar a jogar com alegria. Nota 7,5
Dudu - Quase fez um gol antológico, de letra, mas sua atuação, ontem, não esteve a altura de sua condição de craque, de capitão do Palmeiras e de principal atacante. Ao deixar o campo seu semblante revelava que ele não estava nada satisfeito por ter sido substituído. Nota 6.
Keno - Entrou em campo, tocou fogo no jogo, chutou uma bola na trave, fez um gol, criou oportunidades para outros gols e mostrou que, tranquilamente, pode ser titular. Nota 7,5.
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O TÉCNICO:
Róger Machado - A exemplo do que ocorreu no Grêmio e no Galo Mineiro, iniciou magnificamente bem a sua passagem pelo Palmeiras.
Há que se registrar porém que, em Porto Alegre e em BH, após pouco tempo de trabalho, Róger acabou perdendo a mão da liderança e, consequentemente, a autoridade em relação aos jogadores. Apesar dos ótimos trabalhos, foi demitido!
No Palmeiras, será preciso que a torcida colabore, maneire nas críticas, seja mais tolerante e menos exigente.
Da mesma forma, será necessário que a diretoria tenha pulso e personalidade suficientes para, de fato, prestigiar esse jovem e talentoso treinador. Nota 8.
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A PERSONAGEM DO JOGO:
Felipe Melo - Além do lançamento espetacular que redundou no primeiro gol e de outros, absolutamente perfeitos, marcou muito, correu muito, deu suporte à zaga e ao meio de campo e foi a personagem do jogo, para o bem e para o mal.
Se o que vou dizer agora fosse possível, é um jogador que precisa ser contido em seus arroubos infanto-juvenis de usar a violência nas jogadas, de provocar confusões e contribur para a deterioração do ambiente em campo. Nota 8.
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O CRAQUE DO JOGO:
Lucas Lima - "A camisa do Palmeiras sempre pesa para os estreantes".
Não é assim que a mídia, com tanta frequência, vem divulgando através dos anos e induzindo à desconfiança e ao pânico cada nova contratação do Verdão?
O que dirão agora os jornalistas após Lucas Lima ter quebrado o mito da camisa que pesa?
O que alegarão após a aula de futebol ministrada ontem pelo professor Lucas Lima, cuja atuação, discretíssima quanto à forma, foi extraordinária quanto ao conteúdo?
Deu para perceber que Lucas não precisa enfeitar, dar chapéus, fazer embaixadas, tocar de letra ou de calcanhar ou, enfim, fazer força para jogar bem?
Ontem parecia que ele jogava no Palmeiras há mais de dez anos... E, no entanto, para o desespero da mídia, apenas estreava.
Com ele o jogo flui, sobretudo o ofensivo, aquele da chegada ao ataque e da mobilização e preparação dos atacantes ou de quem ataca para o arremate final ao gol!
Vindo de trás e apoiando sistematicamente o ataque, quando Lucas não habilita ou promove uma "assistência" aos companheiros ele próprio arremata. Aconteceu ontem e foi gol!
Que chute! Que categoria! Que precisão! Que jogador! NOTA 8,5.
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PS:
Deve ser praga de curicano. Assim que terminei a redação da postagem e a publiquei, misteriosamente ela desapareceu. Como sou teimoso, escrevi outra! (AD)
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FICHA TÉCNICA
PALMEIRAS 3 X 1 SANTO ANDRÉ
PALMEIRAS 3 X 1 SANTO ANDRÉ
Local: Allianz Arena em São Paulo (SP)
Data: 18 de janeiro, quinta-feira
Árbitro: Salim Fende Chavez (SP)
Assistentes: Bruno Salago Rizo e Alberto Poletto Masseira (SP)
Data: 18 de janeiro, quinta-feira
Árbitro: Salim Fende Chavez (SP)
Assistentes: Bruno Salago Rizo e Alberto Poletto Masseira (SP)
DETALHE: Nota 8 para os árbitros. Neutros, não interferiram no resultado do jogo!
Público: 31.679 pagantes
Renda: 1.917.947,46
Renda: 1.917.947,46
DETALHE: Este o motivo do desespero da mídia!
GOLS DO PALMEIRAS: Willian, aos 27 e Lucas Lima, aos 36 minutos do 1º tempo; Keno, aos 38 da etapa final.
GOL DO SANTO ANDRÉ: João Lucas, aos 13 minutos do segundo tempo
Cartão-Amarelo: Walterson (Santo André)
PALMEIRAS:
Jailson;
Marcos Rocha, Antônio Carlos (Juninho), Thiago Martins e Victor Luiz;
Felipe Melo e Tchê Tchê (Bruno Henrique); Willian e Lucas Lima. Dudu
(Keno) e Borja.
Técnico: Roger Machado
Técnico: Roger Machado
SANTO ANDRÉ:
Neneca;
Jonathan Bocão, Suéliton, Domingos e Paulinho; Adriano (Walterson),
Flávio, Dudu Vieira e Aloísio (João Lucas); Joãozinho e Lincom
Técnico: Sérgio Soares
Técnico: Sérgio Soares
(AD)