Observatório Alviverde

13/12/2014

NO DURO, NO DURO, MUSTAFÁ CONTURSI (FILOSOFICAMENTE) ESTÁ CERTO!


 
 
A solução mais adequada dos problemas que submergem o futebol do Palmeiras, é a adoção imediata da política do "bom e barato" preconizada por Mustafá Contursi .

Excluindo-se o "bom e barato", só uma única modalidade de procedimento econômico-empresarial, ao menos entre aquelas que conheço, tem o poder de substituí-lo, o investimento total, via patrocinador. 

O Palmeiras, no início dos anos 90(s), em co-gestão com a Parmalat, beneficiou-se de forma exemplar dessa política de aplicação financeira. 

Montando verdadeiras seleções, o Verdão ganhou, com autoridade, tudo o que disputou. Grandes, áureos e saudosos tempos!

Em perspectiva hodierna, a política do investimento total seria inexequível, impraticável, considerando-se o quadro econômico recessivo da economia no Brasil e no mundo. A não ser que fosse a Petrobras, faltaria investidor! Hahahahahahaha!

Assim, restou ao Palmeiras, exclusivamente, por em prática a insubstituível ação administrativa de inteligência, definida como "bom e barato". 

Com a falta de grana, mas com o novo estádio e perspectivas de melhora no quadro econômico vigente, ainda resta ao Palmeiras os chamados investimentos módicos em raiz, caule, ou, no máximo, em folhas. Se não é um caminho, é uma abertura...

As flores e, principalmente, os frutos, só virão, apenas, com o passar do tempo e mediante muito trabalho e aplicação, em conformidade com as leis naturais dos bastidores do futebol.

Acreditem, não estou fazendo humor, blague ou ironia ao redigir este post e nem o encaminharei para um final jocoso, debochado ou gozativo. 

Abordo o assunto com a gravidade e seriedade por ele exigidos, sabendo que uma reflexão sobre o tema será de imenso valor a Paulo Nobre e seus aprendizes de diretoria.
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Quando falo em bom e barato, estou, simplesmente, realçando e ressaltando o único sistema capaz de, hoje, retirar o Palmeiras do imenso buraco que o contém. 

Para tal, urge que o clube passe, definitivamente, a adotar o lema, materializar o tema e praticar a idéia em sua verdadeira essência tão logo defina treinador, rumos, objetivos, filosofias e, principalmente, configure a base de seu time titular. 

O "bom e barato", -sei que o termo irrita e desagrada a torcida palmeirense- vem sendo o procedimento adotado há largos e longos anos pelos nossos três maiores adversários, que, está provado, distam anos luz à frente do Verdão em matéria de futebol, organização, influência, e, principalmente, resultados. 

Com o apoio irrestrito e imprescindível da mídia, todos os anos, de temporada em temporada, quase a toda hora, os rivais do Verdão vão beber na própria fonte a água límpida e cristalina da renovação de seus elencos, junto aos clubes de menor expressão técnica e financeira.

O Palmeiras, por uma ampla gama de motivos, entre os quais avultam o orgulho doentio, os exacerbados amor-próprio e arrogância, tanto e quanto a mania de grandeza de parte ponderável de sua torcida, preponderantemente, megalômana, não consegue fazê-lo.

Bem me disse, certa vez, o repórter Elísio Mauro Neto, grande palmeirense, ex Rádio Capital São Paulo dos tempos áureos de Hélio Ribeiro, ao tempo em que cobria o Verdão: " a torcida do Palmeiras engole baralhos, mas não caga os reis. Vive com o rei na barriga".

Esse modo de ser fica evidente em razão da equivocada linha de pensamento de muitos palmeirenses, aqueles que cultivam não aprender com as derrotas e continuam bostejando que a camisa do Palmeiras é pesada. Pura basófia! 

Não admitem, terminantemente, que um jogador  que saia (alegoricamente falando) do Caju, do Bom Retiro, do Cabrobró, do Vila Lutfalla, do Imirim ou do Senzala, seja conduzido diretamente para o time principal do Palmeiras. Conversa pra boi dormir, mascarando discriminações e a mania de grandeza!

Se parasse por aí, que bom seria... Mas, não para. Tem mais! Muito mais!

Se um jogador anunciado ou pretendido ostentar um nome diferente tipo Astolfo, Armelino, Antelmo, Druso, Corsino, Manoel, Zé, Olivar e outros semelhantes, o palmeirense solta um muxoxo e vai logo dizendo "com um nome desses tinha de ser pedreiro (feirante, motorista, gari e etc), não um jogador de futebol.

Há um detalhe muito importante referente a essa abordagem. 

Nos dois casos enfocados, -do time desconhecido e do nome do jogador-, o torcedor do Palmeiras, simplesmente e sem se dar conta, via de regra, repetiu o que ele viu, ouviu ou leu na mídia, quando do anúncio da chegada ou da possível contratação do jogador. 

Interessante notar, anotar e registrar que as tiradas jocosas e as gozações ridicularizantes dos cronistas esportivos em situações de contratação como as que publicamos, são, noventa por cento das vezes ou mais, direcionadas, com exclusividade a jogadores contratados ou em vias de ser, pelo Palmeiras.

Mas o nosso torcedor nem se dá conta disso, ao repercutir tantas infâmias, já que há uma estúpida tendência de grandeza dentro dele, que o leva a supor e acreditar que só jogadores famosos, com status e pedigree podem vestir a nossa camisa.  

QUE NINGUÉM SE ILUDA:

É PRECISO UMA ESTRUTURA FORTE E INTELIGENTE PARA QUE UM TIME POSSA ADOTAR O "BOM E BARATO"!

Na década de 60, o Palmeiras era o clube paulista de melhor estrutura material e profissional. Quem se dispuser a fazer um levantamento dos jogadores que compuseram os nossos elencos dos anos 60(s) a 70(s) vai se impressionar com o número de atletas que estiveram sob contrato com o clube. Por quê?

Simplesmente porque o Palmeiras contratava todas as revelações que podia no futebol do interior e tinha, até, um olheiro profissional, o primeiro contratado por um clube no Brasil,  Godê, ex-zagueiro do Guarani.

Funcionava assim: os jogadores chegavam ao Palmeiras, se apresentavam, se enturmavam, treinavam...

Houvesse acerto em campo e empatia, iniciavam suas sagas no clube, imediatamente, lutando por um lugar ao sol. 

Quem não acertasse ou não desse certo -muitos não davam- eram remanejados para outros clubes do interior com quem o Palmeiras, normalmente, mantinha convênios (eram muitos) , ou, mais remotamente, de outros estados. 

Ainda não havia a globalização e o futebol do interior paulista era poderosíssimo em cidades como Campinas, Sorocaba, Piracicaba, Bauru, Prudente, Araraquara e, principalmente, São José do Rio Preto e Ribeirão!

Ai chegaram Juca, a denuncista e destrutiva Revista Placar, os cronistas de vanguarda montados no cavalo de Átila. Deu no que deu... onde eles pisaram, nunca mais nasceu grama!

Notem que o Palmeiras, àquela época, respaldado pelo fato de desfrutar de 60% ou mais do mercado do "bom e barato", mesmo com a grande concorrência dos outros clubes que também investiam nas revelações, tinha em mãos a quantidade para, dela, apurar a qualidade.

É disso que estamos precisando, novamente, nos dias de hoje, isto é, da mesma faixa de influência e de abrangência do investimento daquele tempo. 

Ainda que baixe aos 50% ou menos, pode ser complementada é é até salutar e profissional que aconteça, através das revelações oriundas da base as quais, não se sabe porquê, o Palmeiras sempre subaproveitou . 

Então, não importa que o Palmeiras contrate quarenta, cinquenta ou mais jogadores a cada temporada. Não foi assim durante N anos até a extinção do time B? 

Noves fora os valores técnicos que conseguir agregar ao time principal em compras baratas de grande amplitude, o Palmeiras poderá sustentar um banco de atletas paralelo, moeda de troca, aliás, para outras negociações em que poderá visar, não apenas, ao faturamento, mas ao aprimoramento técnico e individual do próprio elenco.
  
PARA ENCERRAR, ALGUNS ESCLARECIMENTOS: 

Mustafá Contoursi, disparadamente, entre todos que conheço, é o dirigente do Palmeiras dotado de maior e melhor visão administrativa.

Lamentável que não seja, ele, um torcedor fanático, autêntico, um verdadeiro aficcionado, enfim, comprometido com o time, clube e respectivas causas. 

Uma pena que não tenha, ele, amor, carinho, orgulho e, acima de tudo, respeito pelas tradições do Verdão e que proceda, administrativamente, sempre, como um iceberg humano em relação ao futebol profissional!

"Bom e barato" não é uma ação administrativa restrita a contratação de jogadores limitados, tecnicamente, todos de baixo custo.

Mas "Bom e barato", é, sim, contratar jogadores que resolvam, ainda que custem caro, pois envolve o velho e insuperável fator custo-benefício. 

"Bom e barato", conquanto seja uma filosofia inteligente de sequência de trabalho, em seu início de aplicação, exige e impõe investimentos, às vezes bem elevados. 

Ninguém, do nada, sem uma estrutura, um arcabouço, um pilotis, montará um time eficiente aplicando, exclusivamente, essa filosofia. 

A não ser que disponha de tempo, paciência e de um treinador do calibre de Jair Picerni, o melhor do mundo nesse quesito.

PARA ENCERRAR, FIQUE BEM CLARO:

"BOM E BARATO", é um procedimento essencialmente mantenedor, só poderá ser alcançado se um clube, em primeira e única instância, primeiramente, montar um grande time.

O Palmeiras, não importa o tamanho do investimento, precisa montar um grande time!  

U-r-g-e-n-t-e-m-e-n-t-e!

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