Observatório Alviverde

01/12/2009

TORCIDAS UNIFORMIZADAS, UM ANTRO DE INTOLERÂNCIA E VIOLÊNCIA

A agressão de torcedores da Mancha a Vagner Love, simplesmente confirma o que se sabia: torcidas uniformizadas, que não se diga nunca organizadas, são mesmo um antro de intolerância e violência.

Não é dessa forma que se vai resolver os problemas da equipe. Até, e, pelo contrário, agrava-se a situação. Essa agressão chegou em hora bem intempestiva, num momento em que a equipe ganhava paz de espírito, tranquilidade e equilíbrio emocional para a rodada decisiva do Brasileirão.

Segundo a imprensa, ao menos um dos agressores já tinha passagem pela polícia, o que reforça a tese de que há muitos marginais infiltrados nessas facções de torcedores.

Que a diretoria do Palmeiras tome, como está tomando, as necessárias providências e que se esforce pela condenação desses homens primitivos, selvagens e animalescos.

Essa gente tem de ser enjaulada e viver com os marginais que infestam os nossos presídios. Quem sabe, assim, aprendem de uma vez por todas que futebol é lazer, é alegria, é paz e não um ringue.

Todos têm o direito de protestar, de reclamar de reivindicar haja vista que o ingresso é pago, não é distribuido gratuitamente. Até xingar, podem.

Mas, tocaiar um jogador e agredi-lo, fisicamente, é um ato inominável de grande covardia. Se dizem que agem dessa forma por amor ao Palmeiras, esse é o tipo de amor-bandido que não interessa ao clube.


O presidente Belluzzo está sendo veementemente criticado por ligar demasiada importância às torcidas uniformizadas. Trata-se de crítica exagerada, infundada, maldosa, pois, por pior que sejam certos tipos que delas participam, todos são palmeirenses e a maioria é gente boa, tangida por líderes ruins.

Interagir com a torcida é lícito e, até, uma obrigação de nosso presidente. O que não pode é haver exagero nesse relacionamento e que se estabeleça os devidos limites que devem existir entre a administração e o coração.

Eu não acho errado que se dê voz à torcida, dentro dos limites do razoável, sem promiscuidade. Se o presidente bobear as uniformizadas tomam conta e transformam o clube e o time em uma verdadeira zona. É o que parece estar ocorrendo. Onde se viu torcedor que não respeita os jogadores ministrar palestra ao elenco em véspera de jogo? Só no Palmeiras...

Dê sempre a mão às torcidas, presidente, mas não deixe que puxem-lhe, também, o braço. Tudo tem um limite. Desta vez eles estrapolaram e se o Palmeiras fraquejar vai se tornar refém de pessoas as quais imaginam que tudo neste mundo só se resolve mediante o desforço físico.

NUNCA FOI TÃO FÁCIL SER PROFETA !


Flamengo, campeão brasileiro de 2.009.


Esse título, no linguajar típico do carioca, ninguém mais tasca do time da Gávea. Nem o Inter, nem o Palmeiras e, muito menos, os bambis. Tudo porque os cariocas, ungidos pelos deuses do futebol, pegam o Gremio em seu jogo de encerramento do brasileirão e a rivalidade regional gaúcha pressupõe que o Gremio não pode contribuir, em nenhum momento, para que o Inter seja campeão.

Assim, a própria direção do Gremio dá pistas de que o time vai fazer o possível e o impossível para ser derrotado pelo Flamengo. É mais um caso clássico de inocentes pagando por pecador, já que o Gremio, por questões de ética e de respeito, deveria pensar nos co-irmãos, além do Inter, também envolvidos na disputa pelo título brasileiro.

A rivalidade nos pampas é indecifrável e em nome dela tudo parece permissivo e permitido. O fato que se discute, se perpetrado, atropela a honra, honestidade, dignidade e tudo aquilo que enobrece o ser humano, gerando mais uma crise de caráter no futebol brasileiro, não bastassem as tantas com as quais já convivemos. É um autêntico mar de lama...

Porém, o mar de lama não fica por aí. Em Santos comenta-se, abertamente, pelas ruas que o Santos entregaria o jogo para o Cruzeiro, a fim de tirar o Palmeiras da Libertadores. O motivo principal seria o ódio de Luxemburgo ao presidente Belluzzo por sua demissão extemporânea do cargo de técnico do Verdão.

Havia, também, segundo os comentários, mágoas de Luxemburgo com relação aos irmãos Perrela que dirigem o Cruzeiro, mas segundo pessoas próximas a ele, seu ódio por Belluzzo, neste momento, transcende o ódio passado que ele também nutre pelos próceres mineiros. Os dois clubes bateram em Luxa, mas a pancada do Palmeiras foi mais recente e deve estar doendo mais.

Ao Palmeiras só existe uma alternativa para sobrepujar todos esses fatores negativos: empatar com o Botafogo e terminar bem este brasileirão. Digo empatar porque vencer será extremamente difícil. Além de um Botafogo mobilizado para livrar-se da segunda divisão, a arbitragem deverá ser muito mais simpática à causa carioca.

Se o Palmeiras perder, e este é um resultado perfeitamente possível, factível, ouso afirmar que estaremos, completamente, fora da Libertadores.

Nunca foi tão fácil ser profeta!